Da luz às trevas – Opinião de Mário Santos

Jornal A Bola, 22/05/2015 – sem link – Foto Balint Vekassy @PlanetCanoe

Fica o fim de semana passado marcado pela positiva com a excelente prestação desportiva nacional com resultados dignos de destaque: a equipa nacional de canoagem conquistou 8 medalhas, na Taça do Mundo que decorreu em Montemor-o-Velho difundida por dezenas países; o jovem Mário Silva medalhado Olímpico (prata nos Jogos Olímpicos da Juventude 2010), com um 5.º lugar no Campeonato do Mundo de Taekwondo; o consagrado olímpico João Costa, na modalidade de tiro que garantiu a qualificação Rio 2016 e a sua quinta participação olímpica, entre outros. Ficou também marcado pela decisão do vencedor da Primeira Liga de Futebol.

Seria expectável uma grande mediatização do desfecho da I Liga de futebol. Uma canibalização dos meios de comunicação era previsível, no entanto, atenta a qualidade e importância dos resultados obtidos nas demais modalidades no âmbito da competição internacional esperávamos um momento de visibilidade.

Infelizmente, o espaço mediático do desporto foi absolutamente dominado por um conjunto lamentável de cenas de violência associadas ao futebol. Não cabe aqui fazer julgamentos, nem reflexões sobre a origem sociológica destes fenómenos.

Contudo não deverá deixar de ser motivo de reflexão para atletas, treinadores, dirigentes ou adeptos e comentadores (alguns com responsabilidades acrescidas) que a coberto da sua paixão por uma modalidade, por um clube, ou por um País têm discursos inflamados, desprovidos de racionalidade, de respeito pelos adversários e subliminarmente induzem á violência.
O desporto é para ser celebrado no estádio e não na arena. Uma actividade estética, de superação, de celebração, de paz e não uma simulação de guerra com armas e violência, na qual os atletas se transformam em gladiadores e os espectadores em hordas bárbaras.

Mário SantosPresidente FPC 2004-2013 e chefe de missão JO Londres’2012