Arquivo da categoria: Paracanoagem

1ª Taça do Mundo em Cidade realiza-se em Hamburgo #ICFsprint #canoagem

Sportscene.tv Artigo e fotos: Tiemo Krueger | Proofreader: Tom Collings . A ICF e a Associação Alemã de Canoagem (DKV) acordaram na organização da 1ª Taça do Mundo em Cidade entre os dias 11 e 13 de Setembro.

A Taça do Mundo em Cidade vem no seguimento da Hansewerk AlsterCup realizada no ano passado no Lago Alster no centro de Hamburgo.

O objectivo da Taça do Mundo em Cidade é mostrar os desportos Olímpicos de remo e canoagem aos mais de 10.000 espectadores esperados para o evento.

Tem início na 6ª feira com equipas de empresas a participarem nas provas de remo e continua no Sábado com a final da Liga de Remo da Alemanha com a presença de 8 das melhores equipas mundiais nos 270 metros da proa de velocidade.

No Domingo juntam-se os canoístas com algumas das melhores equipas mundiais de kayak-polo a mostrarem as suas habilidades em frente à Jungfernstieg, o mais popular passeio marítimo da cidade.

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A Taça do Mundo em Cidade será organizada na distância de 200 metros em sistema de eliminatórias em duas pistas. Os 4 melhores atletas de cada categoria também participam numa prova de perseguição de 1000 metros. Finalmente os 2 melhores dos 200 metros e dos 1000 metros competem nos 500 metros.

Estão previstos vários eventos incluindo também de paracanoagem.

Hamburgo prepara a candidatura aos Jogos Olímpicos de 2024 e com este evento espera mostrar o potencial da cidade.

#Canoagem adaptada portuguesa pode levar Mourão ao Rio2016 #ICFparacanoe

Biamputado das pernas, Norberto Mourão compete na classe “tronco e braços” e o seu treinador acredita que pode atingir novamente o ‘top-5’ europeu.

A Federação Portuguesa de Canoagem tem apostado no desporto adaptado e espera que o crescente número de praticantes possa ajudar a catapultar Norberto Mourão para os Jogos Paralímpicos Rio2016.

“As coisas têm evoluído nos últimos quatro anos, desde Londres2012. O Comité Paralímpico Português tem feito grande pressão junto dos organismos governamentais. E os media têm dado grande apoio ao mostrar o que é feito. A federação de canoagem investe nesta área não só pelos resultados e exponencial recrutamento, mas porque faz parte da área social apostar no desporto adaptado”, explicou à Lusa o técnico nacional da para-canoagem, Ivo Quendera.

O responsável pela preparação de Norberto Mourão, que na sexta-feira e no sábado compete em Racice, República Checa, nos Europeus adaptados, tem assistido a uma “significativa evolução” em Portugal, mas entende que “há ainda muito a fazer” no país.

“Ao nível dos apoios e acessibilidades para a prática desportiva em todas modalidades. Não falo apenas de edifícios, mas de facilidades sociais. Nem todos os clubes e modalidades estão ainda estruturalmente preparados para receber pessoas com deficiência, ao nível da competência e do conhecimento. É uma lacuna que as federações estão a tentar superar com o programa nacional de formação de treinadores”, explica.

Norberto Mourão, que foi quinto no Europeu de 2013 e nono nos Mundiais do mesmo ano, em prova com problemas no leme, vai agora “averiguar o nível em que está face aos adversários, uma vez que não participou em provas internacionais em 2014”.

Biamputado das pernas, Norberto Mourão compete na classe “tronco e braços” e o seu treinador acredita que pode atingir novamente o ‘top-5’ europeu.

“Em 2011 experimentou a modalidade. Em 2013 teve excelentes resultados no Europeu e Mundial. Agora quer chegar aos Jogos do Rio e catapultar a modalidade no desporto adaptado. É único. Nunca se chateia, tem grande força de vontade e enorme disponibilidade para trabalhar”, elogiou.

desporto.sapo.pt

Formação – “Paracanoagem – A integração da pessoa com deficiência”

Dando cumprimento ao Plano de Formação para 2015, a Federação Portuguesa de Canoagem em parceria com a Câmara Municipal de Águeda, a Associação Recreativa e Cultural de Óis da Ribeira e o Ginásio Clube de Águeda, irá promover no próximo dia 12 de Abril de 2015, um Workshop subordinado ao tema: “Paracanoagem – A integração da pessoa com deficiência”.

A referida ação será dividida em duas partes, num total de 7 horas de formação: componente teórica, na parte da manhã e componente prática, da parte da tarde. A formação encontra-se homologada pelo IPJP, no âmbito da formação contínua de treinadores, com um total de 1,4 Unidades de Crédito.

A ação é direcionada aos associados com título profissional de treinador de desporto de Canoagem, não estando sujeita ao pagamento de qualquer taxa de inscrição. A Ficha de Inscrição, pode ser consultada e descarregada na área de formação em fpcanoagem.pt

As inscrições devem ser enviadas até ao dia 6 de abril, para o email: geral@fpcanoagem.pt

FPC PRESS

#Paracanoagem na Mina de São Domingos #Mértola #ICFparacanoe

Há cerca de uma década que a paracanoagem é uma realidade em Portugal, não só na vertente recreativa, mas também na área da reabilitação e a nível competitivo, com o intuito de pôr a competir pessoas que têm mobilidade reduzida”. A afirmação é de Ivo Quendera, 34 anos, técnico da Federação Portuguesa de Canoagem, licenciado em Ciências do Desporto, com uma forte especialização em desporto para pessoas portadoras de deficiência.

O treinador nacional revelou: “A federação aposta na área competitiva desde 2009, tivemos dois atletas integrados no primeiro campeonato do mundo, no Canadá, e ambos participaram em finais e, desde aí, a federação desenvolveu um programa com uma equipa nacional. Em 2010 voltámos a estar presentes em campeonatos e a última vez que tivemos uma presença forte foi em 2013, quando o Norberto Mourão conseguiu o 5.º lugar no Europeu e o 9.º no Mundial”. Com a integração da canoagem no programa paraolímpico, e tendo no horizonte o Rio 2016, “abriram-se as portas para que a federação criasse esta equipa de trabalho que está aqui na Mina de São Domingos, num plano de água formidável para a prática desta modalidade”, sublinhou.

O objetivo é evidente. Selecionar os que estiverem melhor, esperando que consigam competir no Europeu, que se realizará na República Checa (maio), e trabalhar arduamente para o Mundial, em Milão (agosto), com a intenção de conseguir-se um apuramento paraolímpico para o Rio 2016, perspetivando-se que, pelo menos, uma das embarcações consiga esse apuramento para representar Portugal.

O treinador assume essa ambição dizendo: “A paracanoagem foi algo em que eu quis agarrar e o trabalho que o Norberto Mourão tem feito, a garra que ele mostrou e toda esta equipa de trabalho que aqui está, têm-me dado uma confiança extrema de Portugal ambicionar uma medalha em competições internacionais e marcar presença em finais paraolímpicas, porque é esse o sonho de qualquer treinador e de qualquer atleta”.

Quendera sabe que o estágio decorreu numa terra cheia de história e de simbolismo, que no século passado foi uma importante alavanca no desenvolvimento regional, só não sabe se isso será talismã para a seleção.“Acredito nas raízes que o nosso povo tem. Costumamos dizer que Portugal é um país à beira mar plantado, mas um professor meu dizia que somos um país sobrevivendo à beira terra, porque olhamos para o nosso país, para este conjunto de quilómetros de areia, de terra e de pedra e, por vezes, estamos de costas viradas para o mar”. E lembrou: “Temos uma cultura náutica muito grande, que se tem perdido pouco a pouco. Sei que a Mina de São Domingos tem uma tremenda história, que foi um alicerce do desenvolvimento da região. A potencialização desta tapada pode trazer um acréscimo económico a toda a região, e veja que durante estes dias esteve aqui a treinar a seleção da Polónia na área da paracanoagem e um atleta porto-riquenho (Eddie Montañez) que também tem treinado connosco”.

Mas Ivo Quendera não sobrevaloriza o fator integrador da canoagem por considerar que a modalidade, como qualquer outra atividade, deve ser acessível a todas as pessoas. Prefere isso, sim, a afirmação de que “a canoagem é um catalisador e potenciador de sensações e estímulos sensoriais que ultrapassa muitas das modalidades que as pessoas com deficiência praticam”. E sublinhou: “A modalidade tem traduzido melhorias exponenciais na vida dos praticantes e lembro que a primeira atleta portuguesa a participar num campeonato do mundo, a Carla Ferreira, tinha paralisia cerebral, e teve um acréscimo na sua qualidade de vida devido à prática de canoagem e isso enche-me de orgulho”.

Diário do Alentejo, 06/03/2015

2° Estágio #Paracanoagem – Mina de São Domingos

A Federação Portuguesa de Canoagem, através do técnico Nacional de Paracanoagem Ivo Quendera, promove entre os dias 25 de Fevereiro e 1 de março mais um estágio da Seleção nacional de Paracanoagem com vista ao apuramento Olímpico para o Rio 2016.
Este estágio realiza-se na mina de S. Domingos em Mértola, palco de competições Nacionais no passado recente da modalidade e que se encontra neste momento a preparar para a montagem da segunda pista de velocidade do País.
Foram convocados para este momento de preparação um total de 4 atletas, com destaque para Norberto Mourão, que já representou as cores nacionais em eventos Internacionais em 2013 e Abraão Vieira em 2009.

Atletas convocados
Abraão Vieira – CN Crestuma
Francisco José – CDO Patos
Norberto Mourão – SCPortugal
Paulo Santos – SCPortugal
FPC PRESS

I Congresso Náutico – Embarque para o Conhecimento #canoagem

A Câmara Municipal de Ílhavo, em parceria com um conjunto de Entidades do Município de Ílhavo constituiu no dia 26 de novembro de 2008, o “Fórum Náutico do Município de Ílhavo”, fruto do compromisso assumido para a concretização de uma estratégia de desenvolvimento do Município, assente na aposta em fatores de diferenciação como o Mar, a Ria, a Pesca e a Indústria do Bacalhau.

Motivado pela missão de desenvolvimento e de dinamização de atividades náuticas centradas no Recreio, no Desporto e na Cultura do Mar, e congregando esforços entre os agentes responsáveis pelas atividades nessas áreas, o Fórum Náutico irá promover o primeiro congresso das atividades náuticas.
A primeira edição deste Congresso, que se realizará no dia 21 de fevereiro (sábado), no Museu Marítimo de Ílhavo, conta já com o apoio, colaboração e participação da Federação Portuguesa de Canoagem e da Federação Portuguesa da Vela.
Durante o Congresso abordar-se-ão temas relacionados com a formação e treino, o desporto náutico adaptado, a participação portuguesa nos próximos Jogos Olímpicos – Rio 2016, ao nível das modalidades náuticas e os Desportos Náuticos e a sua vertente turística.
A sessão de encerramento contará com a presença do Secretário de Estado da Juventude e Desporto e será proporcionada uma visita guiada aos participantes ao Museu Marítimo de Ílhavo e ao Aquário dos Bacalhaus.
Para participar, basta proceder à inscrição no impresso próprio e enviá-la para forum.nautico@cm-ilhavo.pt, sendo esta obrigatória e gratuita.

Programa:

08h45 Abertura do Secretariado
09h45 Sessão de Abertura
Fernando Caçoilo – Presidente da Câmara Municipal de Ílhavo

10h00-11h15 A Formação e Treino de Atletas
Moderador: Vasco Ramalheira – Associação de Surf de Aveiro
Pedro Rodrigues – Diretor Técnico Nacional Federação Portuguesa de Vela
João Braga – Treinador de Canoagem do CNAI
José Sousa Braga – Ex Selecionador Nacional de Surf

11h15-11h30 Intervalo

11h30-12h45 Desporto Náutico Adaptado
Moderador: João Santos – Clube de Vela da Costa Nova
Ivo Quendera – Técnico Nacional de Paracanoagem da FPCanoagem
André Zúquete e Letícia Martins – Sporting Clube de Aveiro

Almoço 

14h30-15h45 Desportos Náuticos e a Vertente Turística
Moderador: José Manuel Baptista – Câmara Municipal de Ílhavo
Paulo Costa – Vereador da Câmara Municipal de Ílhavo
António José Correia – Presidente da Câmara Municipal de Peniche

15h45-16h00 Intervalo

16h00-17h15 Desportos Náuticos Olímpicos
Moderador: Paulo Costa – Vereador da Câmara Municipal de Ílhavo
José Garcia – Chefe da Missão Olímpica
Representante da Direção da Federação Portuguesa de Canoagem
Rui Reis – Coordenador Projeto Olímpico e Alto Rendimento da FPVela

17h15-17h30 Sessão de Encerramento

Fernando Caçoilo – Presidente da Câmara Municipal de Ílhavo
Emídio Guerreiro – Secretário de Estado do Desporto e da Juventude

FPC PRESS

K1, K2 e K3 – IPC anuncia as provas para os Jogos #Paralímpicos Rio2016 #ICFParacanoe

Foto de Fernando Fernandes, atleta do Brasil, candidato a uma medalha Olímpica

O Comité Paralímpico Internacional (IPC) anunciou as 6 provas a disputar na estreia da canoagem nos Jogos Paralímpicos Rio2016.

As 6 provas foram aprovadas no encontro IPC, deste fds (30 Janeiro e 1 de Fevereiro), em Abu Dhabi, UAE.

Assegurando a igualdade de género, vamos ter 3 provas para homens e três para mulheres.

Homens e Mulheres

Kayak (K1) – K1 LTA (uso das pernas, tronco e braços)

Kayak (K2) – K1 TA (uso do tronco e braços)

Kayak (K3) – K1 A (uso apenas dos braços)

Xavier Gonzalez, do ICP, disse “Estamos muitos satisfeitos com a estreia da canoagem nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016, em simultâneo com o triatlo que também participa pela primeira vez”

“Desde a entrada no programa Paralímpico em Dezembro de 2010, a Federação Internacional de Canoagem (ICF) tem trabalhado muito para terminar o sistema de qualificação e levado a cabo um projecto de investigação.

Apesar de considerarmos robusto o sistema de classificação adoptado para o kayak, temos algumas reservas sobre o sistema proposto para as Va’a. É necessário estudar mais esta questão e achamos que não há tempo suficiente para estar pronto e completamente implementado antes do primeiro evento de qualificação para os Jogos do próximo ano.

O resultado disso é que apenas as provas de kayaks vão estar na estreia no Rio2016”

A partir de Agosto, no Campeonato do Mundo de Velocidade da ICF em Milão, Itália, que será o primeiro evento de qualificação para o Rio 2016, todos os atletas de kayak serão reclassificados de acordo com o novo sistema.

As provas no Rio serão todas de 200 metros a disputar no Estádio Lagoa, na Lagoa Rodrigo de Freitas. Situada no coração da cidade, a pista tem uma paisagem espectacular das montanhas, do Parque Natural da Tijuca e do Cristo Redentor.

Cerca de 4.350 atletas de mais de 160 países vão estar no Rio a competir por 528 medalhas em 22 desportos diferentes. A quota da Paracanoagem é de 60 atletas.

Atleta de Porto Rico estagia em Mértola #canoagem #ICFParacanoe #Mértola

“Iniciou hoje estágio em Mértola o canoista paralimpico Eddie Montañez. O atleta Portorriquenho cujo treinador é Zdzislaw Szubski está a ser acompanhado nos seus treinos diários pelo jovem treinador de Mértola, Rafael Luz, e estará entre nós até final de Fevereiro. Eddie Montañez é um dos atletas paralimpicos de referencia a nível mundial tendo-se classificado em 4º lugar no ultimo mundial.”

Mértola Blog [link]

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Canoagem portuguesa à procura do sonho paralímpico #ICFParacanoe #canoagem

Foto Cláudia Matos

As federações desportivas sofreram na última década um revés dos seus objetivos e das suas preocupações. O aumento de praticantes continua a ser uma preocupação geral, e que no último ciclo apontam para uma “massificação” nas várias modalidades, em detrimento da procura exclusiva do alto rendimento e da performance desportiva. E por quê? Simples: é a base da pirâmide que influenciará o número de atletas de elite!

E aqui começa a discórdia…todos os praticantes de uma modalidade, de uma competição desportiva são atletas? Na minha humilde opinião: Não! É certo que fazemos parte de uma determinada comunidade desportiva, de uma modalidade (e atenção: todos fazemos falta!), mas um atleta assume uma postura e um estilo de vida de compromisso na procura da alta performance, muitas vezes em detrimento da sua vida pessoal. Falemos então de praticantes.

Na área da náutica, as federações desportivas têm procurado abrir as suas atividades e apostas através dos programas de “Desporto para Todos”, ao abrigo do IPDJ, e com várias vertentes e apostas. A igualdade de género já é uma realidade a nível nacional (e em quase todas as modalidades), a procura do desenvolvimento de praticantes a longo prazo, integrando escalões de veteranos também tem sido um sucesso, e ao nível da integração e inclusão de pessoas com deficiência, estamos a cada vez mais perto da igualdade e excelência perspetivada pelo Comité Paralímpico de Portugal.

A Vela, o Remo, as Atividades Subaquáticas, o Surf, entre outras, têm dado o seu contributo e ganho cada vez mais adeptos, praticantes e atletas, com diferentes objetivos e perspetivas, algumas apostando na divulgação da sua modalidade com atividades pontuais sociais, outras englobadas em circuitos competitivos, e até ao nível da formação de treinadores e workshops.

A Federação Portuguesa de Canoagem têm apostado nos últimos ao nível competitivo, com presenças internacionais em campeonatos da europa e do mundo, tendo sido a primeira e única federação a nível mundial, a competir com uma atleta com Paralisia Cerebral. Esta ação trouxe à canoagem mundial uma visão de globalidade e inspiração de atletas em todo o mundo (como é o caso do modelo Fernando Fernandes da seleção brasileira), assim como uma maior envolvência de toda a comunidade canoísta numa verdadeira causa: a canoagem para todos!

No final do passado mês de Dezembro a FPC iniciou os seus trabalhos com a Equipa Nacional de ParaCanoagem no Centro de Alto Rendimento de Montemor-o-Velho, e onde marcaram presença 4 atletas (2 atletas do Clube Atlético do Montijo – Região de Setúbal). O objetivo é simples: conseguir o apuramento para a participação nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro 2016, sendo esta a estreia da ParaCanoagem nos Paralímpicos.

Não ficando por aqui, e na tentativa de massificar a prática, a FPC pretende melhorar a formação de treinadores ao nível do desporto adaptado e criar parcerias com outras entidades, através de redes de trabalho colaborativo, nomeadamente com entidades e instituições ligadas à área da deficiência, ao nível da prática desportiva regular, e de cariz social.

Os parabéns à atual Direção e staff da FPC, pela aposta!

Ivo Quendera – O Portal do Distrito [link]

“Pagaiar é perfeito para nós” #ICFparacanoe #canoagem

Foto Mundial 2013 na Alemanha – Christian Mathes à dta.

Original aqui, traduzido para inglês no sportscene.tv

Os atletas Christian e Dominik Mathes falam com Claus Wotruba sobre o grande objectivo: Os jogos Paralímpicos de 2016 no Rio. Christian Mathes venceu uma medalha de bronze na Taça do Mundo. O atleta de Regensburg quer competir em 2016 nos Paralímpicos no Brasil.

Ir para a água competir num barco não é fácil para alguém sem limitações. Para alguém em cadeira de rodas deve ser ainda mais extraordinário?

Christian Mathes [CM]: Na verdade foi tudo uma coincidência. Fomos a uns eventos onde pessoas em cadeira de rodas podiam experimentar uma série de actividades: escalada, natação, navegação, jogar mini golf. Em 2011, a Tine Wilholm e o Peter Dietl, deram a experimentar a canoagem a utilizadores de cadeira de rodas. Gostei muito e vi que até tinha bastante jeito.

O que fazias antes dessa experiência?

CM: Muita coisa. Jogávamos um pouco de basquete em cadeira de rodas e outros desportos ocasionais. Mas não praticava um desporto de competição, nem sequer um desporto certo de actividade regular.

De onde surgiu a ideia de começar um desporto de competição?

CM: Surgiu de repente e foi bastante divertido. O alto-rendimento não exclui o factor diversão. E isso também se deve à fantástica equipa, aqui em Regensburg.

O momento não podia ser melhor. A paracanoagem vai entrar pela primeira vez nos Jogos Paralímpicos nos Rio 2016. Nessa altura isso ainda não era previsível ou não estava nas tuas aspirações, pois não?

CM: Nem por isso. Não tínhamos quaisquer expectativas ou objectivos. O nosso lema era: ir levando as coisas dia a dia. Depois as coisas foram surgindo. Nunca pensei que no ano seguinte estaria a competir no campeonato do mundo e ainda para mais ganhar uma medalha de bronze.

Parece que o Christian tem mais hipóteses de ir ao Rio?

Dominik Mathes: Isso é verdade (risos). Não sou tão rápido como o Christian mas fico contente por ele e desejo-lhe muito sucesso. Às vezes chateia estar a pagaiar sempre atrás dele mas também me motiva tê-lo à minha frente. É mais difícil quando não tens alguém a puxar por ti.

Então deve ser muito difícil para o Christian porque na Alemanha ninguém anda à frente dele?

CM: De tempos a tempos vou treinar a Munique onde, por vezes, tenho pessoas mais rápidas do que eu. O Dominik começou numa categoria diferente mas já recuperou muito em relação a mim.

Muita gente não sabe o esforço que está por trás disto, mesmo nos desportos paralímpicos.

CM: Envolve muitas pessoas. E não conseguíamos praticar sem essas pessoas. Eu tenho a melhor equipa da Bavaria. Há muitos que não têm a logística que eu tenho, com 2 treinadores e um colega de treino. É por isso que eu, ana Alemanha, tenho estado sempre um pouco à frente dos adversários. Infelizmente a minha equipa não compete internacionalmente. E, claro, o treino intensivo é a base de tudo isto.

Que tipo de treinos fazes?

CM: Claro que o treino de água é o mais importante. Na fase competitiva treino no Danúbio às quintas e domingos e vou para Munique todas as quartas-feiras. Lá, o treinador da região faz uma avaliação e faz correcções. E recebo um plano de treino de acordo com essa avaliação. Isso incluí, por exemplo, o treino de ginásio e de bicicleta adaptada. Há muito mais para além de pagaiar apenas. Eu, especialmente, tenho de treinar muito a força e resistência.

Já algumas pensaste competir em bicicleta adaptada?

CM: Para mim, pagaiar é perfeito. A maior parte da força vem da cintura para cima. Não consigo usar as pernas, apenas o tronco. Foi uma coincidência a Tine estar naquele evento e não um atleta de bicicleta adaptada.

Na água esqueces que tens uma limitação?

CM: Absolutamente porque aí não preciso das pernas.

DM: Nem sempre. Preciso de usar as ancas e por vezes o barco faz alguns movimentos e eu não consigo contrariar com as pernas. É por isso que tenho de ter cuidado.

De onde surgiu a vossa limitação?

É hereditário. Temos a mesma deficiência: espasticidade [distúrbio motor] nas pernas

Ao crescer com essa deficiência, sentiam falta de algumas coisas?

CM: Não, não sentia. Andámos ambos num jardim-de-infância normal, escola primária e secundária. Se não o tivéssemos feito também fosse mais perceptível ou nos afectasse mais.

DM: A nossa mãe sempre quis que crescêssemos a viver uma vida o mais normal possível. Nunca me hei-de esquecer quando me disseram que não poderia andar de bicicleta sem usar rodas especiais. Mas eu queria tanto andar de bicicleta e hoje em dia ambos conseguimos fazê-lo sem problema. Outras coisas como não poder jogar à bola, simplesmente aceitamos e pronto.

Levas a mal que, por vezes, o Desporto Adaptado seja desprezado ou não haja conhecimento suficiente sobre ele?

CM: É importante que apareça nas notícias. Se for publicado apenas nas revistas para pessoas com deficiência, manter-se-á apenas nesse círculo. Ficamos contentes por as nossas provas serem em simultâneo com as outras.

A Paracanoagem teve um grande crescimento, especialmente depois de se saber que faria parte dos Paralímpicos.

CM: Nos últimos anos o melhor tempo nos 200 metros melhorou 4 segundos por ano. Isto mostra que há uma grande margem de melhoramento do material e dos assentos. Isso também pode ser melhorado internacionalmente. Neste momento em alguns países, como no Reino-Unido, está a investir-se muito dinheiro. Chegam às provas com 2 autocarros para os atletas e montam grandes tendas com ergómetros. Na nossa equipa cada um tem o seu barco e nada mais. É por isso que os britânicos ficam normalmente nos 3 primeiros. Também é uma questão do material certo. Na minha disciplina o assento é o mais importante enquanto que os barcos são quase todos iguais.

Que chances tens de chegar ao Rio? É suficiente ser campeão da Alemanha, 4º classificado nos Mundiais de 2014 e medalha de bronze nos Mundiais de 2013 para entrar para a equipa nacional?

CM: É imprescindível terminar nos 6 primeiros no Mundial do ano que vem. Para além disso tenho de ser o melhor da Alemanha. Por essa razão são feitas selectivas. Quem vencer as selectivas e terminar os Mundiais em boa posição, consegue um lugar nos Paralímpicos. Assim a decisão só será conhecida no final do próximo verão.

O Christian tem mais possibilidades mas será que vamos ter outro Mathes no Rio também?

DM: Claro que quero ir. Quero tentar melhorar na outrigger. É o meu objectivo para o início do próximo ano. Na minha categoria, um atleta de nível mundial, ainda é alguns segundos mais rápido do que eu.