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Temos Mulheres!! A opinião de Mário Santos

Jornal A BOLA, 07/11/2014 – sem link

Fantástico o desempenho da Sara Moreira na maratona de Nova York, na sua estreia nesta dura distância e em prova de dificuldade elevada. Um brilhante terceiro lugar com uma marca de referência, um ano apenas após ter sido mãe. Também recentemente,Telma Monteiro mostrou todo o seu valor no Grand Slam de Abu Dhabi, somando mais uma medalha de ouro ao seu rico pecúlio. Num só ano, subiu de 12.ª para segunda do ranking Mundial.

Estes resultados de referência não são de hoje: Rosa Mota e Fernanda Ribeiro pertencem ao restrito círculo de atletas que conseguiram conquistar medalhas em diferentes edições dos Jogos Olímpicos. A essas medalhas juntaram títulos Mundiais, nos quais foram acompanhadas por muitas outras atletas como a também medalhada olímpica Vanessa Fernandes, a “vice” de Pequim2008 que assumiu já o objetivo de regressar ao alto rendimento.

Num país em que a prática desportiva vive ainda visíveis distinções entre os géneros – e no qual se verificam diferenças de oportunidades em termos de disciplinas e locais de treino -, termos resultados de referência no setor feminino é digno de destaque.

Nos anos em que presidi a Federação Portuguesa de Canoagem, o investimento e oportunidade/aposta na competição feminina foi opção mais do que ganha. Uma parte significativa dos resultados desportivos de eleição na modalidade foram obtidos pelo setor feminino, que acumulou sucessivas medalhas em Campeonatos do Mundo e da Europa.

Nas duas últimas olimpíadas, as mulheres estiveram ainda mais representadas e com resultados de grande mérito. Esta capacidade tem-se tornado uma evidência: em Londres’2012 tivemos a maior percentagem de sempre de atletas femininas, com 43% da equipa, sendo que dos nove diplomas obtidos, quatro foram conquistados por mulheres.

Ridículo quem argumenta que “nas mulheres é mais fácil”. Para obter resultados de eleição no alto rendimento não basta querer: é MESMO preciso “ser” e “ter”. E as mulheres portuguesas estão na luta!

Mário SantosPresidente FPC 2004-2013 e chefe de missão JO Londres’2012

HÉLDER SILVA: DE CANOA ATÉ AO POSTO

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Foto Estela Silva – Lusa

A vida de Hélder Silva bem podia passar ao cinema, tal têm sido as muitas peripécias ao longo dos anos. O Canoísta começou a praticar a modalidade aos 9 anos (tem 26), fez duas interrupções na carreira desportiva, mas nesta altura acalenta o sonho de chegar aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016. Pelo meio, abandonou os estudos no 12º ano, foi repositor numa grande cadeia de supermercados em Braga, para agora abraçar de corpo e alma a profissão de guarda da GNR, no posto de Maiorca, em Montemor-o-Velho. Profissão que divide com a canoagem, ainda que as coisas nem sempre sejam fáceis de conciliar.

“Como é o meu dia-a-dia? Depois de saber da minha escala no posto, assim programo os treinos. Se começar a trabalhar às 8 horas, treino depois das 16; se for o contrário, começo o dia na canoa e depois vou para o posto.” E quando trabalha à noite? “Muitas vezes vou directo para os treinos. O meu treinador não gosta muito que faça isso”, explica.

Hélder Silva chegou a guarda da GNR depois de ter tirado o curso em Portalegre em 2012. “É uma profissão que gosto muito. Já tinha tentado antes tirar o curso mas não tinha conseguido.” Os nove meses que esteve no Alto Alentejo a “aprender” a ser guarda obrigaram-no a ter de abandonar a canoagem. “Tive de deixar a Selecção Nacional. Quando acabei o curso, regressei aos treinos e falei com o ex-presidente da Federação Portuguesa de Canoagem, Mário Santos, para lhe dizer que queria regressar e tentar o apuramento para os Jogos Olímpicos. É nisso que estou focado. Sei que vai ser difícil, pois a qualificação na canoagem acontece apenas numa prova.”

AUSÊNCIA

A primeira vez que Hélder Silva decidiu deixar a alta competição e nomeadamente a Selecção Nacional foi em 2010. “As coisas desportivamente não estavam a correr bem, apesar de no ano anterior ter sido finalista no Europeu. Não apostavam muito em mim, então decidi sair, apesar de continuar a treinar.” E como tinha já abandonado os estudos, teve de procurar emprego. “Fui trabalhar como repositor para o Continente de Braga. Estive lá um ano e meio”, explica.

Mas o bichinho da canoagem estava lá. “Em 2011, fui a uma prova internacional em Montemor-o-Velho e fiquei em 2º. A partir daí, regressei à Selecção e entrei no Projecto Olímpico para 2012. Não consegui ir a Londres.”

Mas como a canoagem e o desporto “não dão de comer a ninguém”, o atleta teve de fazer pela vida e procurar novo emprego. E esse novo emprego é o de guarda. A primeira colocação foi no Cadaval, onde esteve 4 meses. Consegui transferência para Maiorca, para poder tirar partido do CAR de Montemor-o-Velho, onde é residente.

Jornal Record – 29/5/2014, Ana Paula Marques

“O REVERSO DA MEDALHA” – Artigo de Opinião de Mário Santos

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Jornal A BOLA, 07/02/2014 – sem link

Há cerca de um ano, viu-se envolta em grande polémica a decisão da tutela em dividir o prémio da medalha olímpica, conquistada por Fernando Pimenta e Emanuel Silva, nos Jogos Olímpicos de Londres 2012.
Apesar da regulamentação que rege os prémios de mérito desportivo apenas distinguir a fórmula de cálculo do prémio entre modalidades individuais e colectivas, o então Secretário de Estado da Juventude e Desporto, Alexandre Mestre, defendia que: “Em causa está a interpretação da lei quanto ao valor dos prémios colectivos, designadamente se o montante deve ser repartido pelos atletas, como definiu o Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ), ou se é pago individualmente, como reclamam os atletas”. Ou seja, considerou o resultado da canoagem como coletivo, apesar do K2 estar integrado numa modalidade individual e, consequentemente, ter dividido o prémio da medalha.
A canoagem sempre defendeu ser uma modalidade individual e, consequentemente, a prova em questão deve ser enquadrada como individual, pelo que a cada atleta assistiria o direito a receber o prémio na íntegra. Aliás, com a mesma regulamentação, os medalhados da vela nos Jogos Olímpicos de Atlanta 1996 receberam o prémio na íntegra.
Publicado em Diário da República de 4 de Fevereiro de 2014, o Despacho 1710/2014 do Secretário de Estado da Juventude e Desporto define a lista das modalidades desportivas coletivas e das individuais e clarifica que “… a disciplina ou prova em que não é permitida a substituição de praticantes desportivos no decurso da prestação desportiva equipara-se a modalidade desportiva individual, com as necessárias adaptações …”
Ora, na canoagem não é possível a substituição de praticantes, caindo por terra o argumento esgrimido para não considerar o pagamento na íntegra dos prémios de mérito desportivo.
É pública a intenção do Governo de alterar a portaria que regula os prémios de mérito desportivo, pelo que esperamos que essa alteração tenha a montante uma visão estratégica de uma política de alto rendimento, devendo ser discutidos os objectivos de tais prémios e se este tipo de estratégia tem efetivamente contribuído para o aumento da competitividade externa dos nossos atletas.
Até essa alteração da lei se verificar, o pagamento integral dos prémios aos atletas era um ato de justiça, bom senso e coerência.

Mário Santos, Presidente FPC 2004-2013 e chefe de missão JO Londres’2012

“O DESPACHO DÁ-NOS RAZÃO” – VITOR FÉLIX

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Jornal O JOGO – sem link

1. O despacho que considera todos os barcos individuais dá razão à canoagem?

Este despacho só vem dar razão à Federação Portuguesa de Canoagem e àquilo que era reivindicado pelo meu antecessor, Mário Santos. É uma ambição nossa repor a justiça naquilo que diz respeito à comparticipação financeira de uma medalha, a única alcançada em Londres’2012. Espero que este despacho também venha repor a verdade e a justiça.

2. Sabe se é uma situação que pode ser invertida?

Na altura, eles tiveram de dividir o prémio por uma má interpretação da Lei. Foi uma situação criada e espero que se venha a clarificar de uma vez por todas o valor devido aos atletas. Há a questão da retroactividade ou não. Não sei se é possível… Mas quero dizer que a Federação vai desde já pedir esclarecimento à SEJD e ao IPDJ, para reclamar o devido pagamento.

3. Por exemplo, o K4 foi vice-campeão da Europa na época passada. Será considerado individual e todos receberão o prémio por inteiro?

As pessoas estão muito focadas no caso da medalha olímpica. A interpretação que fazemos é que também essa medalha [no Europeu] deve ser recompensada como individual e não como colectiva.

Ver também:

FEDERAÇÃO RECLAMA PRÉMIO DE LONDRES’12 PARA F.PIMENTA E E.SILVA

VENHA O PRÉMIO POR INTEIRO – LONDRES’2012

VENHA O PRÉMIO POR INTEIRO – LONDRES’2012

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Jornal O JOGO – sem link

Há cerca de um ano, Fernando Pimenta e Emanuel Silva só receberam 50% do prémio referente à medalha de prata obtida na prova de K2 1000 metros nos Jogos Olímpicos de Londres’2012, pois o Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ) considerou o êxito colectivo, ainda que a canoagem seja considerada modalidade individual. Conforme estabelece a portaria 211/98 (ainda em escudos), cada um recebeu metade dos 22500 euros de uma medalha individual. Com a publicação despacho, o presidente da Federação, Vítor Félix, já adiantou que vai pedir esclarecimentos para saber se o despacho terá efeitos retroactivos, que permitam a Pimenta e Emanuel receber a verba por inteiro. No entanto, Paulo Marcolino, entende que o novo documento “não tem por objecto regulamentar a atribuição de prémios de mérito desportivos, contemplados noutro diploma legal, e por isso não se relacionarem”.

FEDERAÇÃO RECLAMA PRÉMIO DE LONDRES’12 PARA F.PIMENTA E E.SILVA

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CARÁTER INDIVIDUAL DA MODALIDADE – JORNAL RECORD

O presidente da Federação Portuguesa de Canoagem (FPC) defendeu, esta quarta-feira, que o despacho publicado em Diário da República “não deixa dúvidas” sobre o caráter individual da modalidade e recordou os prémios devidos a Fernando Pimenta e Emanuel Silva.

“Só vem confirmar as ambições da FPC no sentido de ver reposta a verdade desportiva naquilo que diz respeito à atribuição do prémio monetário atribuído pelo Estado à medalha olímpica alcançada pelos atletas Fernando Pimenta e Emanuel Silva”, disse Vítor Félix, em declarações à agência Lusa.

Fernando Pimenta e Emanuel Silva conquistaram a medalha de prata na final de K2 1.000 metros nos Jogos Olímpicos de Londres2012, mas o Estado atribui apenas um prémio monetário coletivo de 22.500 euros a dividir pelos dois atletas.

“Mais uma vez veio confirmar que a canoagem é classificada como modalidade individual e como tal devem ser atribuídos os prémios inerentes à medalha de prata, os 22.500 euros estabelecidos, para cada um e não a dividir pelos dois atletas”, explicou o dirigente.

Em causa está o esclarecimento publicado em Diário da República sob a forma de um despacho assinado pelo secretário de Estado do Desporto e Juventude, Emídio Guerreiro, definindo o que são modalidades coletivas e individuais.

“São modalidades desportivas coletivas o andebol, o basquetebol, o corfebol, o futebol, o hóquei, a patinagem, o râguebi e o voleibol”, refere o despacho, acrescentando que “são modalidades desportivas individuais todas as restantes”.

O despacho esclarece ainda que “independentemente da modalidade desportiva, a disciplina ou prova em que é permitida a substituição de praticantes desportivos no decurso da prestação desportiva equipara-se a modalidade desportiva coletiva”.

“E a disciplina ou prova em que não é permitida a substituição de praticantes desportivos no decurso da prestação desportiva equipara-se a modalidade desportiva individual, com as necessárias adaptações”, refere ainda o despacho número 1710/2014, de 4 de fevereiro.

O próximo passo será, ao abrigo deste despacho agora publicado, voltar a pegar no tema que podia estar adormecido ou esquecido e voltar novamente a pressionar e reivindicar o que são direitos dos atletas para ver se, de uma vez por todas, esta questão fica resolvida”, defendeu Vítor Félix.

O Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ) entendeu considerar a canoagem como uma modalidade de equipa, apesar de o K2 estar integrado em modalidade individual, e atribui aos dois atletas um prémio pecuniário de 22.500 euros (11.250 euros cada) pela prata de Londres’2012.

RECUPERAR A FORMA APÓS SEREM MÃES

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Jornal RECORD

BEATRIZ GOMES E HELENA RODRIGUES ESTÃO DE VOLTA

Beatriz Gomes (Clube Fluvial de Coimbra) e Helena Rodrigues (Clube Naval do Funchal) estão de volta à competição, depois de terem feito uma interrupção na carreira, de ano e meio, para concretizarem o sonho de serem mães.

A paragem programada aconteceu após ambas terem participado nos Jogos Olímpicos de Londres’2012, em que fizeram equipa no K4 500 metros com Joana Vasconcelos e Teresa Portela, sendo que Beatriz Gomes participou também no K2 500 metros com Joana Vasconcelos. Nas duas provas, Portugal alcançou a 6.ª posição.

Convocadas para mais um estágio das Seleções Nacionais, que vai ter lugar no próximo mês, a prioridade passa agora por ambas as canoístas regressarem aos níveis físicos que tinham em 2012. “O objetivo é recuperarmos a base que perdemos com a maternidade”, frisou Helena Rodrigues, 30 anos, que foi mãe há quatro meses de uma menina. “Apesar de ter engordado muito, já recuperei o peso, mas falta agora ganhar o ritmo competitivo que tinha quando decidi ser mãe”, esclareceu por sua vez Beatriz Gomes, 34 anos, igualmente mãe de uma menina, há oito meses.

FERNANDO PIMENTA INSPIRA CRIANÇAS EM VIANA DO CASTELO

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Foto do facebook do Fernando Pimenta

Hoje, o campeão Fernando Pimenta deslocou-se a duas escolas em Viana do Castelo, onde inspirou as crianças, falando sobre a canoagem e a sua experiência enquanto atleta olímpico. Vídeo da medalha de prata alcançada em Londres’12 AQUI.

“Hoje fui a duas escolas em Viana do Castelo para falar sobre canoagem. É sempre uma boa experiência ensinar algo aos jovens sobre o meu desporto. Talvez um deles possa vir a ser um olímpico.
Quando vi a sala de aula lembrei-me de quando era um jovem estudante com um sonho…”

Fernando Pimenta