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Jornal O JOGO, 4/03/2014 – Sem link – David Vaz
O Clube de Canoagem de Setúbal tem um feito único no desporto português: a sua equipa de kayak-polo já chegou aos 20 títulos nacionais consecutivos.
O feito, numa modalidade pouco conhecida no nosso país, justificou uma recente homenagem da Federação Portuguesa de Canoagem. O kayak polo é sobretudo jogado em piscinas de 50 metros, com cinco jogadores de cada lado,sem guarda-redes fixo e com tempo de ataque definido (60s). O objetivo, tal como no polo aquático – onde o Salgueiros somou 12 títulos seguidos – ou no andebol, é rematar e fazer golo numa baliza, neste caso pendurada a dois metros de altura. Os jogos têm duas partes de dez minutos e são disputados
com grande “virilidade”, pois é permitido placar o adversário.
São recorrentes os momentos em que um jogador fica de cabeça para baixo, dentro de água.
Segundo João Botelho, presidente do Clube de Canoagem de Setúbal, um homem apaixonado pela modalidade, são os pequenos momentos de grande tensão que “acrescentam dinamismo” e “fazem a diferença” numa modalidade “perfeita para o ramo publicitário”. “Tem tudo para vender, porque tem aquilo de que as pessoas gostam: virilidade, golos, penáltis, balizas, cantos, tática e a água dá um grande efeito. Tudo isto confinado a uma piscina de 50 metros, onde o patrocinador aparece sempre”, refere o presidente da equipa com mais títulos consecutivos. “Nunca quisemos ser apenas os maiores da nossa rua”, comentou, com simplicidade, o dirigente que também é jogador, explicando que foram as experiências internacionais a dar rodagem para um feito único. Nos anos de conquistas dos sadinos existe um denominador comum. Aliás, três: João Botelho, Rui Carmo e Carlos Rocha estão na equipa setubalense desde o primeiro dia e são Icos campeões, uma palavra rara, tal como os 20 títulos seguidos. “Estamos os três na equipa desde a primeira hora. Nunca saímos de Setúbal. Juntando todas as equipas que já representaram o clube, contabilizamos 32 pessoas que foram campeãs”, recorda, animado e com “boas perspetivas” para o futuro, seguro de que é “fácil trazer gente para a modalidade”. “Temos uma boa formação, o que permite renovar a equipa A. Quando se mostra apetência e se aprende com os mais experientes, a progressão é rápida”, argumenta, lembrando como os sadinos cresceram: “Quisemos ir lá fora, jogar e perder com os melhores. Foi assim que nos fizemos campeões. Atualmente já jogamos por prazer e é curioso que ao longo dos anos vimos surgir equipas que tinham como grande objectivo derrotar-nos.” Obviamente, nunca o conseguiram!
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