“Resultará também, como circunstância atenuante do ilícito disciplinar, todas as manifestações de vontade dirigidas ao arguido [Fernando Pimenta], de modo a convencê-lo de que, participando em K2 e ou K4 no ciclo olímpico terminado em Londres 2012, de seguida ser-lhe-ia permitido participar no tão desejado K1…”
Extraído da decisão disciplinar que suspende Fernando Pimenta.
CASTIGADO COM DOIS MESES DE PENA SUSPENSA
O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Canoagem (FPC) decidiu suspender Fernando Pimenta por dois meses de toda a atividade desportiva, na sequência de um processo disciplinar instaurado ao atleta de Ponte de Lima o ano passado. Em cima da mesa estava o facto de ter abandonado o estágio da Seleção Nacional por discordar das diretrizes da equipa técnica. O mesmo órgão decidiu no entanto aplicar o regime de pena suspensa, “atendendo à primariedade do arguido e às circunstâncias atenuantes que militam e depõem a favor do arguido”, lê-se na ata da reunião publicada no site da FPC.
“Estou em estágio, por isso desconhecia o resultado do inquérito. O que posso dizer é que estou um pouco triste, mesmo sendo uma pena suspensa. Esperava ser ilibado, pois sempre dei o melhor, e a prova disso é que vou regressar às embarcações de equipas”, disse Fernando Pimenta. “Ainda não sei se vou recorrer. Quero primeiro ler a notificação e aconselhar-me com os advogados.”
Na sequência do afastamento da Seleção em 2013, o vice-campeão olímpico em Londres’2012, com Emanuel Silva, falhou os Campeonatos do Mundo de velocidade e maratonas. Já no início de 2014, Fernando Pimenta foi reintegrado na equipa, estando agora convocado para a primeira Taça do Mundo, em maio, onde vai fazer dupla com Emanuel Silva no K2 500 metros, competindo também e como foi sempre seu desejo, no K1 1.000 metros.
Já o presidente da Federação Portuguesa de Canoagem (FPC), Vítor Félix – “vice” do mesmo organismo à data dos acontecimentos –, congratulou-se essencialmente pelo fim do processo. “Era esse o meu desejo. Espero agora que o Fernando aceite de bom grado esta decisão, para continuar a treinar-se e a dar o seu melhor à canoagem portuguesa.”
O líder federativo fez ainda questão de frisar que o fim do inquérito ao atleta mostra que “a disciplina funciona na Federação e que os órgãos sociais são independentes”.
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