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As qualificações Olímpicas ao último dia – Crónicas de Milão #Planetcanoe #canoagem #Milão2015

Dia mais fresco e com a ameaça de chuva que se viria a confirmar já da parte da tarde para as provas de 5000m. Mas nada conseguiria hoje estragar o dia de festa dos Portugueses, com algumas confirmações de resultados…

Começamos o dia aos 200m e quase imediatamente com a Final B dos 200m com a Teresa Portela. Boa largada mas nunca esteve verdadeiramente em contacto com o pelotão da frente. No final a 8ª posição. Penso que a Qualificação para os Jogos olímpicos do Rio em 2016 no k1 500m deve ter retirado um pouco a motivação à Teresa. No entanto ela já tem o bilhete…

De entre outras provas, chegamos ao k4 1000m masculino Final B. Aqui a luta era importante pelos restantes lugares de apuramento “extra-europa”. Uma luta especialmente interessante para o Continente Americano, uma vez que o Brasil (treinado pelo português Rui Fernandes) tinha uma luta especial com o Canadá e com a Argentina. Leva a melhor a Argentina neste duelo particular.

Depois disto já nada mais parecia interessante nesta parte inicial do dia de competições, e quase perco a final do k1 e k2 500m masculino, onde o René Poulsen (Dinamarca) viria a sagrar-se Campeão do Mundo, fazendo assim a dobradinha nos 1000m e 500m… Ai que ninguém o cala… Nos k2 de referir a vitória dos Australianos seguidos dos Espanhóis. Também passa quase despercebida a dobradinha da Lisa Carrington (Nova Zelândia) que além dos 500m (ontem) viria hoje a ganhar os 200m.

Começamos a preparar para ver o k4 1000m Final A e a tão esperada qualificação, mas deparo-me com a Final A de C2 1000m, onde o “nosso” Isaquias Queiróz volta a fazer das suas e..vence o Título mundial! Que Grande Atleta!  Por motivos também de recolocação de vagas, agora a “sorte” toca a Portugal, com o resultado da C2 nos 1000m a permitir a repescagem do Hélder Silva (C1 200m) para os Jogos Olímpicos do Rio em 2016. Mais uma celebração!!! Continuamos em grande!!! Mas nem podemos festejar (duplamente) pois prepara-se a largada do k4 masculino.

As pernas mesmo cansadas ajudam a chegar a tempo para ver a largada. Todos muito iguais e alguns metros depois a Eslováquia destaca-se não mais perdendo o comando da prova. Mas os nossos Tugas aguentam-se bem e mesmo não tendo entrado no pódio, conseguem a tão desejada qualificação para os Jogos Olímpicos. Assiste-se a um misto de alegria (qualificação Olímpica) e tristeza (não medalha) pelo 5º lugar final. Temos que dar os parabéns a este Bravos, pois a pressão era muita… Numa luta pessoal levamos a melhor sobre a Espanha… Ganhei a aposta…

Finalmente chegada a hora de algum descanso e de carregar as baterias com uma refeição no mais famoso dos Restaurantes de Fast-food…

Da parte da tarde começa a cair a chuva para acalmar os ânimos e preparar para os 5000m.
Primeiros a entrar em acção os C1. Sigo em bicicleta e vejo o primeiro problema na rondagem dos 1250m. Os atletas da frente, onde se incluía o Alemão Sebastian Brendel, enganam-se numa bóia e são obrigados a voltar para trás… Sem exagero perdem uns 200m para o grupo da liderança (ESP, POL e ITA), mas o Brendel é verdadeiramente impressionante na recuperaçãoAinda conseguiu ganhar a provao Tono Campos (ESP, 2º Classificado) dizia que nem acreditava quando o viu reentrar no grupo…Uau…

Segue-se o k1 feminino, onde sem grande surpresa as melhores partiram para a frente. Surpresas na frente: a atleta Espanhola cai e consegue entrar sozinha no barco e continuar a prova! que rapidez. Até o público aplaudia. No entanto encheu o barco de água e não mais recuperou posições. No final viria a ganhar (sem saber que tinha acabado a prova!) a atleta da Bielorrússia.

Fantásticas as anteriores, estávamos ansiosos pela prova masculina… e não nos defraudou… 42 atletas (países) na largada, fazendo disto um excelente evento. Primeira rondagem e todos os favoritos na frente. Antes do final da volta grande, o Argentino tenta acelerar do lado interno do Grupo e…cai à água! Perturba alguns atletas, de entre os quais o Francês Carré que nunca mais viria a entrar no grupo. Max Hoff (alemanha) e o Ken Wallace (Australia) encarregam-se de “rebentar” o Dinamarquês Rene Poulsen e discutir sozinhos a vitória. Que Grande ultrapassagem do Ken ao Max nos últimos 200m. Parecia que o Max era um Atleta de provas de “feira”… Entretanto na luta pelo bronze o Yurenia (BLR) aguentou bem a tentativa de recuperação do Poulsen.

Temos sempre pena que o que é um espectáculo acabe sempre rápido. Termina assim o Mundial 2015, onde existiu alguma polémica pelas condições do local para a realização de uma prova deste calibre.

Agora…FESTAAAAAAA!

Ah, e pode ser que consiga fazer uns relatos do Pré-Olímpico no Rio no início de Setembro… Até breve.

Filipe Pereira

O Bronze num dia de várias emoções – Crónicas de Milão #Planetcanoe #canoagem #Milão2015

Novamente condições ideais para fazer canoagem, e seguramente hoje um dia cheio de emoções…

Logo pela fresca começam as várias discussões pelos resultados dependentes de outros resultados. Daqui a uns anos vamos ter matemáticos a calcular probabilidades de qualificação Olímpica… Conversas de bastidores: “Porque se o Dostal e o Pimenta apurarem o k4, abre para…” E se… entra também o…”. Para muitos a presença na final B passa a ser uma possível final A, pelas possibilidades, ainda que por vezes remotas, de ser repescado pela recolocação de vagas. Confusos? Não, por aqui a coisa é bem pior…

Mas voltando às competições, começamos o dia com as Finais B (e C quando existiam). A primeira que nos deixa muito atentos é a Final B do k1 1000m, que numa situação extrema de recolocação de vagas poderia dar um passe para o Rio 2016. Nesta o Belga Artur Peeters leva a melhor sobre um Francisco Cubelos (ESP) que aparentemente levava algumas algas no leme no final. Cubelos foi o mais rápido nos últimos 250m, passando da 7ª posição para o 2º lugar e com margem mínima para a vitória. Emocionante…

Entretanto passamos para os 200m e o k2 masculino, onde a Final B tinha algumas presenças que tudo indicavam poder ter estado na Final A (Espanha, Itália, etc). Vencem os espanhóis para desalento dos Italianos que se ficam pela 2ª posição e no 11º posto da geral.

E finalmente na comitiva Portuguesa começamos a demonstrar algum nervosismo, até porque se aproximavam as principais competições. A primeira a entrar em prova foi a Teresa Portela, que nos representava no k1 500m. Depois de uma excelente partida denotou-se alguma abaixamento de ritmo na Teresa que a levou a entrar na última posição na linha de meta. Talvez já tranquila pela qualificação Olímpica e a pensar no k1 200m que viria mais adiante. No entanto de realçar a excelente prestação na semifinal que a levou a esta final.

Voltamos a pedalar mas desta vez até aos 1000m, onde estavam já a preparar a largada do Fernando Pimenta. Sem comentários… Até a minha camisola da Equipa Nacional eu perdi de tanta emoção. Quem seguiu em bicicleta ia emocionado pois a coisa parecia ir a “correr bem”… Nos últimos 250m o Fernando faz uma subida que parecia indicar que poderia… Mas o Poulsen acabou rapidamente com esse sonho e o Fernando acabaria mesmo por ser ultrapassado pelo Josef Dostal (Rep Checa) nos metros finais. 3º lugar final soube a pouco pelo que o Fernando fez, mas alguns estávamos aos pulos de alegria…A primeira medalha de bronze de Portugal num Mundial de k1 1000m. Agora outra destas só em 2017… Mas com a certeza que vai ser melhor…

Passamos novamente para os 200m pois era a vez do Hélder Silva remar a final do C1 200m. Depois de uma largada fabulosa e estando mesmo a lutar com os melhores, acabou por ser ultrapassado por vários adversários, tendo terminado na 8ª posição que não lhe dá acesso ao Rio 2016 neste Mundial. No entanto restam 2 vagas Europeias no próximo ano que temos a certeza o Helder vai conseguir obter uma delas. De realçar que a medalha de Bronze vai para…um atleta que rema C1 1000m!!! Isaquias Queiroz do Brasil decide remar o C1 200m para tentar obter a vaga do Brasil nesta distância (ele já tem garantida a vaga no C1 1000m como país organizador), e obtém a medalha de bronze…Festa no Brasil!!!

Algures aqui pelo meio assistimos a uma situação caricata. A final de k2 200m masculinos seria repetida depois de uma falsa largada que quase ninguém parou… Na final iriam ser o Húngaros a vencer, relegando a Rússia para a segunda posição.

Chega a hora do k2 1000m. Italianos com uma largada fulgurante mas que se revela um pouco suicida. Viriam a terminar em 8º e fora dos lugares de qualificação. O famoso sprint final alemão viria a ser decisivo relegando os Australianos para a segunda posição e a Sérbia para o 3º lugar.

Descansamos um pouco as pernas de tanta emoção e bicicleta, e passamos à emoção dos 200m com as semifinais.

Imediatamente entra em acção a nossa Teresa Portela. Um brilhante 3º posto, mas insuficiente no tempo para o apuramento como melhor tempo.

Começávamos já a pensar na semifinal do k4 1000m masculino, mas ainda havia tempo para emoções e surpresas. k1 200m masculino semifinais. Grandes nomes da distância a ficarem para Finais B (Campeão Olímpico Edward Mckeever) e Finais C (Saúl Craviotto de Espanha e Marko Dragosavljevic da Sérvia).

Chega a hora da tão esperada semifinal do nosso k4. Depois de uma largada algo mais cuidadosa da de ontem das eliminatórias, conseguem vencer e mostrar um excelente controlo da prova. Temos barco para a final… Para alegria pessoal a Espanha também se classifica para a Final A.

Chega para nós a última prova do dia com o k4 500m feminino. Primeiros 250m na frente e as nossas emoções a virem ao de cima com esta surpresa. No entanto viriam a fazer o 7º tempo nos últimos 250m, relegando-as para a 4ª posição por… 0.018″!!! Foi tão pequena a distância que separava o acesso à Final A, que alguns estávamos incrédulos no que acabávamos de ver… Afinal relegadas para a Final B!

Por isso um dia cheio de emoções positivas e menos positivas, mas com Portugal a mostrar que como equipa é dos mais respeitados. Como exemplo volto a referir que a potência (económica) da Equipa da Casa (Itália) não colocou nenhum barco nos lugares olímpicos.

Amanhã emoções finais…

Os K4 Portugueses e os 200m femininos – Crónicas de Milão #Planetcanoe #canoagem #Milão2015

Um dia muito esperado principalmente pela entrada em competição dos nossos k4 (masculino e feminino). Mas outras competições aconteceram e com resultados surpreendentes.

No entanto as primeiras conversas dirigem-se para o k2 500m feminino de ontem, e os resultados ainda possíveis. Na minha crónica de ontem fazia entender que o k2 Português da Joana/Beatriz já estariam eliminadas do apuramento olímpico. Como em Portugal nós somos adeptos das contas finais, ainda existem algumas combinações que possam levar a essa qualificação olímpica tão desejada. Fazemos força para que isso aconteça.

O dia de hoje de competições começa com as eliminatórias do k1 200m feminino, e com a presença da nossa Teresa Portela. Mais uma vez todas as favoritas a apurarem-se sem grandes dificuldades para a seguinte fase, que decorrerá amanhã. A Teresa entra na 4ª posição mas parece nitidamente dosear o seu esforço, talvez para recuperar ainda dos 500m do dia anterior.

Logo de seguida entram as C1 200m femininas. O facto de se tornar em 2020 (tudo indica que sim) disciplina olímpica da Canoagem causa uma surpresa geral com 5 eliminatórias. E surpreendem também com o nível apresentado e não somente pelo número de presenças. 48 segundos em 200m para as da frente

Apesar de ainda se terem realizado mais algumas competições, toda a nossa atenção está voltada para o k4 1000m. Ainda com algumas dores nas pernas dos muitos km em bicicleta do dia anterior, lá nos encontramos alguns Portugueses entre os que utilizam este meio para seguir as competições. 1ª eliminatória ganha pelos Checos, actuais campeões do Mundo. Nitidamente a controlarem os adversários e a conseguirem ganhar com margem suficiente para afirmarem que são novamente candidatos. 2ª eliminatória e partida canhão da equipa portuguesa. A todos nos pareceu que a equipa levava um ritmo alto de pagaiada. No entanto esse ritmo um pouco elevado permitiria a recuperação final da SVK [Eslováquia]e consequente vitória (por 0,06 segundos) e qualificação directa para a final. Portugal é assim relegado para a semi-final com o 2º melhor tempo das eliminatórias!!! O desporto nem sempre é justo… Respiramos fundo e voltamos para a largada para vermos a 3ª eliminatória, que viria a ser controlada pela Hungria. Fiquem tranquilos, pois por aqui já fomos conversando e vamos ganhar a semi-final…

Rapidamente passam para a distância dos 500m e entram novamente em acção os Portugueses em k4, mas desta vez as nossas meninas (Joana, Beatriz, Francisca e Helena). depois de uma largada rápida que é característica desta embarcação, o barco nacional perde alguma vitalidade e termina na 6ª posição na eliminatória mas a passar à seguinte fase. Surpreende-nos novamente a prestação da equipa da casa a Itália, que no k4 feminino não consegue passar das eliminatórias.

Continuamos a fazer mais uns km em bicicleta e vamos vendo algumas provas de 500m, onde os favoritos passam facilmente à seguinte fase. Entramos imediatamente nas conversas sobre o dia de amanhã que se revela bem importante para nós. Vamos ter as tão esperadas finais (C1 200m Masculino, k1 500m Feminino e k1 1000m masculino), além da semi-final do k4.

Vamos, Portugal!!!!!!!!!!!!!!

Ah, esquecia-me de dizer que a Claque das Quinas já vai sendo enorme. Assim de cabeça posso referir que a maior comitiva é a de Ponte de Lima

Filipe Pereira

As semifinais – Crónicas de Milão #canoagem #ICFsprint @Planetcanoe

Filipe Pereira, em Milão 20/08/2015 – foto de FPC

Ao chegar encontramos o lago em condições excelentes para a Canoagem. Não fosse verificar-se ainda a presença de algumas algas no campo de regatas, e seria mesmo uma pista 5 estrelas.

Logo pela manhã assistimos às primeiras eliminatórias de 1000m, 500m e 200m, entre as quais algumas das tão esperadas distâncias olímpicas.

De Portugal a primeira a entrar em acção foi a Teresa Portela no K1 500m. Apesar de uma boa largada teve um final um pouco menos forte e deixou-se ficar pela 3ª posição final na chegada. No entanto ao serem apurados um grupo enorme de atletas de cada eliminatória, a Teresa não teve qualquer dificuldade em passar à seguinte fase (semifinal). Depois foi a vez do Fernando Pimenta, K2 da Joana Vasconcelos/Beatriz Gomes e também do nosso representante em C1 Hélder Silva. O Fernando Pimenta a passar à semifinal com mais facilidade, mas ambas as embarcações a seguirem em frente. Pessoalmente surpreendeu-me a forma fácil como o Hélder venceu a eliminatória.

Das restantes competições assistimos à passagem clara de todos os grandes favoritos para a seguinte fase. No entanto cabe destacar a desclassificação do K2 da Dinamarca nos 1000m onde estava presente o Rene Poulsen. Pensamos devido a algum percalço na largada mas tendo sido interpretado pelo juiz de largada como falsa largada e consequente eliminação da competição.

Já depois de uma pequena pausa para o almoço, podemos assistir às excelentes prestações dos nossos atletas da Paracanoagem nas Finais B. Norberto termina na excelente 2ª posição (11º Mundial) e o Paulo na 5ª posição (14º Mundial). Um Grande aplauso para estes atletas que se bateram de uma forma fantástica.

Já da parte da tarde pudemos assistir às semifinais de todas as competições iniciadas na parte da manhã. Da passagem à seguinte fase (finais) depende a qualificação (ou não) para os Jogos Olímpicos. Por isso são sempre momentos de muita ansiedade e expectativa… Momentos duros… O público parece aperceber-se disso e comparecem em grande número, aumentando a espectacularidade do evento.

Começamos novamente pela Teresa Portela, que tinha ido parar a uma semifinal algo complicada com a presença de pelo menos duas atletas de renome. No entanto devido a uma excelente largada e uma parte final fantástica foi capaz de bater a Francesa Guyot e garantir a primeira presença portuguesa na final.

Segue-se o Fernando Pimenta no k1 1000m, onde se destacava “apenas” a presença do búlgaro Kirshev como o grande adversário. Momentos após a largada viu-se que o Fernando não teria qualquer oposição e entraria com confortável vantagem para a tão esperada final.

Seguidamente o K2 da Joana/Beatriz não consegue seguir a tendência dos companheiros anteriores e não entra nos lugares de apuramento para a final. Assim sendo poderão agora focar-se a 100% no K4, que ao ser apurado permitiria depois fazer também o K2 no Rio de Janeiro.

Terminamos a presença Portuguesa em grande com a vitória na semifinal dos 200m em C1 do Hélder. Sabemos do valor deste atleta, mas da minha parte continuo surpreendido com a facilidade como está a vencer todas as provas onde entra. Esperemos que seja assim na final…

Ambiente muito optimista na comitiva portuguesa. 

Quanto aos outros intervenientes, algumas surpresas e outros resultados mais dentro da normalidade. A maior parte dos favoritos passam à fase final, mas alguns resultados são de salientar. A equipa da “casa” Itália com enormes dificuldades para entrar nas finais, tendo sido a grande surpresa o K2 1000m do Dressino/Ripamonti a apurarem-se para a final à frente de atletas de países potencialmente mais fortes.

Esperamos ansiosamente pelas finais destas competições que irão decorrer no sábado. Amanhã damos descanso a alguns destes atletas para passar a outras embarcações. Aqui estarei ao final da jornada a contar a minha versão dos eventos. Agora vou descansar dos muitos km feitos em bicicleta para acompanhar algumas das provas.

Bouzan e Fiuza estabelecem novo recorde no Ardèche #ICFmarathon #ICFPlanetCanoe

Fotografia de Mikael Anisset

Walter Bouzan e Alvaro Fiuza, venceram a 30ª Marathon International des Gorges de l’Ardèche com o tempo de 1:26:43 estabelecendo um novo recorde da prova.

A dupla de Oviedo, vice-campeões mundiais de maratona, retirou 4:21 minutos ao anterior record, estabelecido em 2011.

Em 2º lugar ficaram os franceses Hubert Etienne e Hybois Arnaud e em 3º lugar (1:27:19), também de França Pete Remi e Benoit Le Roux (1:27:28).

A prova contou com a participação do português Filipe Pereira que em K2 sénior com o italiano Francesco Balsamo terminou na 22ª posição da geral com o tempo de 1:36:07.

Podem ver espectaculares imagens da prova AQUI e a classificação geral AQUI. Esta edição contou com a presença de 1583 participantes em 657 embarcações.

Crónica das medalhas portuguesas por Filipe Pereira

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Pódio 5000m com Pimenta, Kenny Wallace e Max Hoff – Foto Balint Vessaky (ICF)

“Mais uma jornada que amanhece com um sol a prever as excelentes prestações Portuguesas.

O dia inicia-se com a surpresa da China no k4 Feminino a fazer ouro e bronze, logo seguido dos festejos Brasileiros com o Isaquias a ser medalha de ouro no C1 500m.

Lisa Carrington (NZL) confirma o excelente arranque da época vencendo o k1 500m e k1 200m.

Depois a “Armada” Espanhola viria a vencer o k1 e C1 em 200m, No k1 200m e k2 200m assistiríamos a algumas surpresas, nomeadamente com a presença dos Italianos no último lugar do pódio, e o k2 Rauhe/Liebscher (GER) a conseguir bater os Russos.

Entretanto aproximava-se a hora do k2 do Emanuel Silva/Fernando Pimenta entrar em acção. Notava-se alguma expectativa por parte da Claque Portuguesa presente. Depois de uma boa largada e um excelente sprint final, acabaram por perder o ouro e a prata por distâncias mínimas. Novamente fica um sabor algo amargo pelas diferenças tão curtas… Mas com a sensação que eles deram tudo por tudo.

Finalmente já na parte da tarde era a vez dos 5000m em embarcações individuais. Nestas pudemos novamente festejar com a medalha de bronze do Brasileiro Isaquias, que apesar de ter sido “abalrroado” por uma outra embarcação antes da primeira rondagem, foi capaz de recuperar e terminar no pódio.

Nas damas a grande surpresa com a Italiana Cicali batendo a Campeã do Mundo em Título, a atleta da Nova Zelândia Hatton.

Logo a seguir viria a prova Rainha: o k1 Masculino. Tendo conseguido acompanhar a primeira parte da prova em bicicleta, foi possível ver em detalhe a formação dos diferentes grupos. Com a excelente surpresa da presença do David Fernandes na onda do Max Hoff até aos momentos que antecederam a primeira rondagem, também num plano algo distante víamos como o Fernando Pimenta conseguia recuperar do facto de não se ter apercebido que o Max Hoff ia um pouco mais à frente, juntando-se em pouco tempo à frente da prova. Com estes dois ficam apenas o Brasileiro Oliveira e o Australiano Wallace. Durante uma grande parte da prova estes andaram juntos, até que o Brasileiro não foi capaz de seguir um pequeno aumento de velocidade do Fernando. Na última volta o Fernando coloca-se na dianteira da prova tentando evitar que os dois companheiros lhe pudesses ganhar ao sprint. Mas o actual campeão do Mundo na distância Ken Wallace foi mais forte tendo batido o Fernando (2º) e o Hoff (3º) na disputa do sprint final. Como sempre os 5000m trazem muita emoção e com isso ajudam estas competições a terminar em beleza.

Estaremos de volta em 2015 mas desta vez com objectivos bem claros: qualificação Olímpica! Até breve, Amigos!”

Filipe Pereira

Crónica do 2º dia por Filipe Pereira – Taça do Mundo Milão

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Foto Balint Vekassy – ICF

“Dia de sol e calor em Milão, que auspiciava os bons resultados que Portugal viria a ter nas competições de hoje. Novamente as competições femininas a abrirem o programa, desta vez nas finais de 500m, com a Lisa Carrington (NZL) a confirmar o grande favoritismo vencendo o k1.Nas duplas as Hungaras viriam a mostrar-se mais fortes do que as Polacas e Alemãs.

Finalmente chegava a hora da nossa 1ª Final, com o Fernando Pimenta no k1 1000m. Do campo de regatas não se consegue seguir tão bem a prova, mas felizmente as tecnologias permitem-nos seguir “live” as competições. Por isso ainda antes de aparecerem a uma distância bem visível, já o Fernando trazia alguma vantagem que viria a manter até bem perto dos 500m. Nessa altura conseguimos colocar todos os Italianos na bancada a torcerem por ele. Num final fantástico do Max Hoff (GER) e do René Poulsen (DEN) foram capazes de ultrapassar o lusitano. No final um 3º lugar fantástico!!!

Mais tarde voltamos a festejar pela medalha de prata do Brasileiro Isaquias na C1 1000m. De salientar que vários dos Atletas que participaram no k1 1000m são também Atletas que fazem a distância de Maratona (Brasil, Holanda, África do Sul).

Esperavamos também um excelente resultado do Emanuel Silva na Final B do k1 1000m, mas não esperavamos que a sua vitória lhe desse um tempo do topo da Final A. Dizer que se não tem tido azar na sua SF (diga-se azar pela qualidade dos seus concorrentes directos…) teríamos a um Emanuel Silva bem perto do pódium na Final A. Mais oportunidades virão.

Finalmente a tão esperada participação do Ex-Junior Diogo Lopes na sua estreia como Sub-23 em Taças do Mundo sénior. Denota-se no Diogo ainda a falta de “calo” para estes eventos, mas viu-se um lutador com enorme capacidade de progressão e vontade de lutar com os melhores. Desta vez na SF perde “apenas” com alguns dos melhores mundiais na distância, não conseguindo por isso marcar presença na Final A. Amanhã temos mais finais e algumas apostas…

Também a salientar a grande surpresa no k2 200m com os Alemães Liebscher e Rauhe a marcarem o melhor tempo das eliminatórias e a garantirem o acesso directo à final A. Era consenso geral que estes vão dar luta ao k2 da Russia (Campeões Europeus, Mundiais e Olímpicos) na Final. Pelo menos nessa distância teremos concerteza uma luta interessante.”

Filipe Pereira

Taça do Mundo Milão – 1º dia visto por dentro por Filipe Pereira

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“Manhã com más condições climatológicas, com a chuva a acompanhar a realização das competições. Mas a chuva que iria dar tréguas na parte da tarde não impediu os principais favoritos de marcar presença nas finais. Nas competições femininas, as Polacas e a Campeã Olímpica dos 200m Lisa Carrington deram nas vistas, qualificando-se com relativa facilidade para as finais.

No sector masculino contavamos com a presença de Emanuel Silva, Fernando Pimenta (k1 1000m) e David Fernandes (k1 500m). Fernando Pimenta vence as suas eliminatória e semi-final no k1 1000m fazendo inclusivé o tempo mais rápido de todas as SF. No entanto nas outras provas grandes nomes como Max Hoff (GER), Rene Poulsen (DEN), Ken Wallace (AUS) e Francisco Cubelos (ESP) passavam à final com tempos mais lentos mas com relativo à vontade.

Emanuel Silva entra 3º na sua SF mas o seu tempo não lhe permite classificar-se para a final. Fica classificado como 10º tempo de entre todos os semi finalistas.

Nos 500m a tarefa do David Fernandes era bastante pesada, uma vez que este atleta tem vindo a especializar-se em barcos de equipa (k4) na distância de 1000m. No entanto classifica-se num honroso 4º lugar na sua semi-final, sendo batido por 0,8s pelo Italiano Rizza (3º) que em 2013 foi 9º classificado na mesma distância nos Europeus disputados em Portugal.

Muitos dos protagonistas dos 500m em k1 são os mesmos que estarão na final dos 1000m (Koeverden, Hoff, Brandjes, Josef, Poulsen, etc).

Entretanto Emanuel Silva e Fernando Pimenta juntam-se para um k2 500m que se revela bem mais forte em participação do que na distância olímpica dos 1000m. O k2 Português viria a ser classificado na 2ª posição da sua semi-final, e esperando encontrar Servia, Hungria, Eslováquia, Suécia entre outros na final de amanhã.

Amanhã será um dia de muito espectáculo e emoções. Esperemos com algumas surpresas com os nossos a demonstrarem todo o seu valor.”

Filipe Pereira

C4 1000 METROS MASCULINO – HISTÓRICO DE RESULTADOS

C4 1000 metros masculino – Campeonato Nacional de Velocidade

ANO

2013

CN Ponte Lima Liga-Dura CEC

CN Prado

Álvaro Esteves / Samuel Amorim / João Sá Morais / Rui Lacerda José Lima de Sousa / José Machado / André Machado / Tiago Santos Nuno Vieira da Silva / Silvestre Pereira / José Cruz / Hélder Silva

2012

CN Ponte Lima CN Prado

Liga-Dura CEC

Álvaro Esteves / Nuno Barros / João Sá Morais / Rui Lacerda Filipe Dias Vieira / João Lago / Tiago Queirós / Hélder Silva José Lima de Sousa / José Machado / André Machado / Gilberto Cruz
 

CN Ponte Lima

Liga-Dura CEC

GC Águeda

2011

Francisco Oliveira / Nuno Barros / Luís Capitolina / Rui Lacerda José Lima de Sousa / José Machado / André Machado / Gilberto Cruz Jorge Silva / Paulo Arede / Ricardo Conceição / Diogo Ferreira

2010

CN Ponte Lima Liga-Dura CEC

CN Prado

Francisco Oliveira / Nuno Barros / Luís Capitolina / Rui Lacerda José Lima de Sousa / José Machado / André Machado / Hélder Ribeiro Filipe Pereira / José Cruz / Silvestre Pereira / João Malheiro

2009

CN Ponte Lima Liga-Dura CEC

GC Águeda

Francisco Oliveira / Oleksandr Olefirenko / Luís Capitolina / Nuno Freitas Luís Cunha / José Machado / André Machado / Pedro Pinto Jorge Silva / Daniel Conceição / Ricardo Conceição / António Gonçalves

2008

CN Ponte Lima CN Prado

Liga-Dura CEC

Nuno Freitas / Oleksandr Olefirenko / Luís Capitolina / Francisco Oliveira José Cruz / Jorge Pereira / Silvestre Pereira / José Ferraz Luís Cunha / Mário Freitas / Tiago Santos/ Pedro Ferreira

2007

CN Crestuma CN Ponte Lima

CN Prado

José Sousa / Alexandre Mendes / Joaquim Silva / Jorge Sousa Nuno Freitas / Ivo Baptista / Luís Capitolina / Pedro Amorim Jorge Pereira / Silvestre Pereira / Carlos Ferraz / José Ferraz

2006

CN Crestuma CN Ponte Lima

Liga-Dura CEC

Miguel Sá / Alexandre Mendes / Oleksandr Brayilo / Jorge Sousa Paulo Lima / Ivo Baptista / Nuno Freitas / Pedro Amorim Tiago Santos / José Machado / Pedro Ferreira / Gilberto Cruz

2005

CN Ponte Lima Liga-Dura CEC

CN Prado

Paulo Lima / Ivo Baptista / Nuno Freitas / Pedro Amorim Luís Cunha / José Machado / Pedro Ferreira / Tiago Santos Silvestre Pereira / Filipe Fonseca / José Ferraz / João Gomes

2004

CN Ponte Lima Liga-Dura CEC

CN Prado

Pedro Amorim / Nuno Freitas / Nuno Barros / Paulo Lima Luís Sousa / Tiago Santos / Pedro Ferreira / Luís Cunha Manuel Santos / Filipe Fonseca / José Silva / José Ferraz

JOSÉ RAMALHO BATE ARMADA ESPANHOLA – ICF Race Report

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Logo após a massiva largada dos 100 atletas, parecia que um pequeno grupo de canoístas ia escapar aos restantes atletas. Mas este “estilo clássico das regatas de maratona“ é muito exigente e com diferentes condições da água. Os canais estreitos após a segunda portagem deram ao grupo perseguidor a chance de colar ao grupo da frente da corrida. Isso fez com que a prova fosse muito emocionante e disputada até ao fim, com a vitória a ser decidida apenas nos últimos quilómetros da corrida. Foi nos últimos 500 metros da prova de 23 km que um grupo de catorze atletas sprintou para a vitória. O português José Ramalho venceu o sprint a quatro rivais espanhóis: Emilio Merchan, David Rodriquez, Ivan Alonso e Alexandro Sanchez . Portugal e Espanha levam para casa os 5 principais pontos para o ranking ICF Canoe Marathon Classic. O belga Dries Corrijn terminou em 6º lugar , um excelente desempenho de Dries nesta dura prova de classe mundial!

O primeiro atleta holandês foi o membro do Viking [clube organizador Kanovereniging De Viking] Bram Brandjes, à frente do vencedor dos últimos anos Joep van Bakel. Com esta vitória sob o vencedor do ano passado, Bram Brandjes reivindicou o título holandês de maratona.

Uma análise dos resultados mostra que foi uma prova muito renhida com 14 atletas a terminarem a menos de 1 minutos do vencedor José Ramalho. Esta estatística mostra a excelência dos concorrentes que lutaram pela honra de ganhar a Amsterdam Waterland Marathon de 2014.

A PROVA DOS VETERANOS VISTA POR DENTRO – por FILIPE PEREIRA

Depois de uma grande largada com 90 atletas, dois veteranos conseguiram acompanhar o grupo sénior de perto até a viragem à direita para o canal estreito. Esses atletas foram Thomas Kittner (Alemanha) e o vencedor das últimas edições: Filipe Pereira (Portugal). Contudo Filipe não foi capaz de acompanhar o ritmo dos grandes nomes, e foi rapidamente apanhado por Alexander Soloid (KCCG, Bélgica), Klaus Gieres (Alemanha) e mais tarde por Erik Verduyckt (KKK Bélgica).

Na primeira portagem já todos os atletas estavam perto uns dos outros do outro e a vitória is decidir-se nos canais estreitos após a 2ª portagem. E assim foi. No final Erik conseguiu bater todos os adversários, com Alexander e Thomas, sendo segundo e terceiro, respectivamente.

A Waterland Marathon está tornar-se uma das maratonas mais fortes do mundo, tanto na categoria de Seniores, bem como na categoria Masters [Veteranos].

Nas corridas juniores de homens e mulheres as vitórias também de atletas estrangeiros. A norueguesa Anna SletsjØe foi a primeira mulher júnior a cortar a linha de chegada. Nos homens juniores foi o belga Daan Cox, que venceu a corrida. Ele provou ser o mais rápido de um grupo altamente competitivo de 24 canoístas vindos de Alemanha, Holanda, Dinamarca e da British Canoe Union. A britânica Lizzie Broughton foi a vencedora das mulheres seniores.

A organização da Amsterdam Waterland Marathon orgulha-se desta 42 ª edição. O “velho estilo” de maratona atrai muitos canoístas de toda a Europa. Esta 42 ª edição da nossa maratona clássica, mais uma vez, atraiu um número ainda maior do que nas anteriores edições. O entusiasmo com que todos os competidores participam na nossa prova dá-nos uma grande confiança sobre o futuro da Waterland Marathon e das provas clássicas de maratona em geral.

A organização desta prova só foi possível com o apoio dos voluntários e patrocinadores: Foundation techniques “de Coogh” www.decoogh.com, Canoe Centre Arjan Bloem www.kajak.nl e Nelo Kayaks http://www.mar-kayaks.pt.

ICF Race Report – Abril 2014