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“Confederação é horrível”, diz campeão de canoagem #IsaquiasQueiroz #Brasil

Original www.atarde.uol.com.br – Foto Balint Vekassy (ICF)

De um projeto social  à esperança real de medalha nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016. Esta é a trajetória de Isaquias Queiroz. Aos 21 anos, o baiano de Ubaitaba é hoje uma das referências da canoagem. Primeiro brasileiro a conquistar um título mundial na modalidade — em 2013, na prova de 500 metros —, ele iniciou com um ouro, no  fim de semana passado, sua temporada internacional de 2015.

Na prova de 500 m – não disputada na Olimpíada – da etapa de Duisburg  da Copa do Mundo de Canoagem, Isaquias  desbancou seu principal concorrente, o alemão Sebastian Brendel, atual campeão olímpico nos 1.000 m.

Na volta da Alemanha, ele conversou por telefone com A TARDE. De origem humilde, lembrou obstáculos que superou: “Trabalhava na feira às sextas e sábados. Geralmente recebia R$ 1 ou R$ 2 por carreto. Já sofri uma queimadura grave, só tenho um rim”.

O atleta criticou ainda a falta de apoio da confederação nacional de canoagem: “É horrível”. Mas apontou como decisivo para seu sucesso o espanhol Jesús Morlán. Com cinco medalhas olímpicas – um ouro e quatro pratas -, o técnico assumiu a seleção brasileira em 2013 e revolucionou o sistema de treinamento.

Isaquias também revelou que a rivalidade com Brendel se restringe às raias de competição. Fora delas, são amigos.  E sobraram elogios ao maior concorrente.

Você acaba de faturar a medalha de ouro na prova de 500 metros, em Duisburg, na Alemanha. Qual será seu próximo agora?
(risos) Rápido, não é? Para ter ideia, não tive e não terei descanso. Chegamos da Alemanha ontem (na última terça-feira) e já amanhã (quarta-feira), retornaremos aos treinos. Não posso perder tempo. O  foco agora é nos Jogos Pan-Americanos, no Canadá (de 11 a 14 de julho), e no Mundial de Canoagem, na Itália (de 19 a 23 de agosto). Queria até explicar isso, se me permite. Irei para  essas provas apenas pelos resultados, e não por uma classificação olímpica. Como a CBCa (Confederação Brasileira de Canoagem)  escolheu a minha prova para ter vaga garantida nos Jogos do Rio – o Brasil tinha direito a uma vaga na modalidade -, eu  estruturarei minha programação sem ter de me preocupar em assegurar classificação.

Ainda falando sobre o ouro em Duisburg. Você venceu numa categoria que não é olímpica.  Na prova de 1.000 metros, porém, perdeu exatamente para o alemão Sebastian Brendel, campeão em Londres-2012…
Foi. Por muito pouco, mas perdi. Não é desculpa, mas, para mim, disputar o C1 1.000 foi complicado, pois a última vez em que competi nesta prova havia sido em abril, no Sul-Americano no Equador. Depois dei uma pausa. Já o Brendel, não. Ele está num ritmo bem maior e melhor  que o meu.

Hoje, Sebastian Brendel é seu grande rival?
Ele, sem dúvidas, na categoria e no esporte, é o ‘cara fora de série’. Muito melhor que eu ainda. Minha carreira ainda é precoce. Eu só tenho dois anos que brigo por medalhas, já ele está há anos nesse meio. Ele tem know-how, experiência… Mas eu estou chegando. Além de garra, vontade, meu grande trunfo é a idade. Sou novo, tenho só 21 anos (risos). Fora das raias de competição, somos amigos. Ele é uma grande pessoa, simpático, humilde, nunca me tratou mal.

A imprensa especializada lhe aponta como principal nome da canoagem brasileira. Como  vê essa responsabilidade?
Para falar a verdade, não sinto uma pressão, tampouco responsabilidade. Foco  no meu treinamento.

Você esbanja confiança. Baseado em seu discurso, podemos crer no ouro nos Jogos Olímpicos do próximo ano?
Uma coisa que posso falar é que não será nada fácil. Minha expectativa é grande, e lógico que vou buscar o ouro. Não é impossível. Pelo que fiz nos campeonatos e venho fazendo recentemente, já deu para ver que meu nível é alto. Eles (adversários) não podem dar mole, eu já saio forte (na largada). Se vacilarem, já era. Uma coisa posso lhe garantir: darei o meu melhor. O Jesús me cobra muito isso.

Já que você falou sobre o treinador espanhol Jesús Morlán, de que forma ele influenciou seus resultados?
Em tudo! (risos) Com ele, cada atleta tem metas de tempo e evolução a cumprir. Antes, treinávamos de um jeito que não dava muito resultado. Comparados com ele, os treinadores brasileiros são ‘meia-boca’. Quando ele chegou, ficamos em dúvida: será que vai funcionar? A prova está aí. Em 2013, já com ele me treinando, ganhei tudo que participei. A canoagem só ganhou com a chegada de Jesús.

Na sua opinião, o que falta para a canoagem ser um esporte mais difundido e praticado no Brasil?
Faltam mais formações de treinadores, dedicação dos atletas também. E apoio da Confederação Brasileira de Canoagem, que é horrível.

O que há de tão ruim na confederação?
É simples: sou mais respeitado lá fora do que pela própria confederação. Desde o início do ano, só recebi apoio do Ministério do Esporte e do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), ainda não saiu nada pela confederação. Para essa viagem à Alemanha, só fui porque o Comitê Olímpico bancou. A confederação me disse que não tinha dinheiro não. Agora como pode se eles ganham repasse do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)? É chato, é triste, é lamentável. Mas minha vida é assim, de superação. Sempre foi.

Não são de agora suas dificuldades…
Não, cara. Que nada! (risos). Eu trabalhava às sextas e sábados na feira da cidade. Geralmente recebia R$ 1 ou R$ 2 por carreto. É uma história longa. Já sofri uma queimadura grave, só tenho um rim… (pausa, seguida de respiração profunda). Em meus primeiros anos na canoagem, minha mãe, Dilma, trabalhava como faxineira na rodoviária  de Ubaitaba, não media esforços para me ajudar. Tudo que faço, penso, dedico-me por ela. Não só por ela, mas para todos que me ajudaram desde o início no projeto social, o Jeferson (Lacerda, integrante da primeira delegação brasileira de canoagem a ir a uma Olimpíada), o Figueroa Conceição (responsável pelo projeto social)  e outros.

Você teve que deixar Ubaitaba para morar no centro de treinamento da seleção brasileira, em Lagoa Santa (a 36 km de Belo Horizonte). Como foi isso?
Foi muito estranho. Mas sou um cara que não sou tão apegado. Saí da Bahia para São Vicente, em São Paulo, em 2010. Depois fui para o Rio de Janeiro, voltei para São Paulo e agora, Lagoa Santa, em Minas. Foi ruim ter que deixar minha terra, família, amigos… Mas, pense pelo meu lado: aqui, eu tenho tudo, infra-estrutura, alimentação, moradia adequada. Acordo e durmo pensando em melhorar meus resultados. Então, tive que fazer uma escolha e, para mim, fiz a melhor.

Na última Olimpíada, você foi a Londres pelo Projeto Vivência Olímpica. Como foi ver de perto uma Olimpíada?
Não foi. Ter ido não serviu para nada.  Afinal, não assisti às provas de canoagem, mas às de triatlo. O intuito foi bom: levar 16 atletas para quebrar o gelo, ver de perto as competições… Mas, para mim, só valeu ir como torcedor mesmo.

Como ocorreu a perda de um dos seus rins? Isso lhe prejudica de alguma forma?
Eu sempre fui muito curioso, quando criança fiquei animado ao saber que uma cobra havia sido morta e pendurada em uma mangueira. Como nunca tinha visto o bicho, subi na árvore, mas me desequilibrei e caí em cima de uma pedra. Tive hemorragia interna e tive que tirar um rim. Hoje, só tenho um. Mas não é problema não. Sou um cara normal.  Só tenho cuidado em beber muita água para não prejudicar o outro rim.

#Canoagem brasileira terá tecnologia inovadora na preparação para 2016 #ICFsprint #Brasil2016

A Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) anunciou, nesta quarta-feira, no Rio, uma parceria com a empresa de serviços e tecnologia General Electric (GE). A multinacional – que será uma das patrocinadoras da seleção brasileira – ficará encarregada de implantar o uso de um software inovador a ser usado na preparação para o Rio 2016. Trata-se de um programa de monitoramento avançado dos principais atletas do país, através da instalação de sensores nas canoas. Os aparelhos terão a função de medir força, velocidade e a amplitude dos movimentos, os quais serão armazenados em um banco de dados. O programa é inédito no Brasil.da confederação, promovidos no Brasil e no exterior.

– Desde 2005, somos patrocinadores do COI e resolvemos agora investir no patrocínio de uma equipe com reais chances de medalha em Olimpíadas, por isso escolhemos a canoagem brasileira, que é uma modalidade cabível para esse tipo de parceria – afirmou o CEO da GE para a América Latina, Reinaldo Garcia. – É a primeira vez no Brasil que estamos adicionando tecnologia na performance de atletas. Todos os dados serão interpretados e armazenados em nossos arquivos para ajudar os treinadores na preparação para os Jogos do Rio – completou.

O trabalho da GE será feito em parceria com a CBCa, que tem um departamento de ciências instalado em sua sede, em Curitiba. A previsão dos envolvidos é que o projeto se inicie em junho. No Rio, os dados passarão pelo primeiro centro de pesquisas da GE na América Latina, na Ilha do Fundão, inaugurado em novembro de 2014.

– Vamos utilizar o nosso conhecimento em software e analytics para captar os dados de desempenho dos atletas. Vamos instalar sensores nas embarcações e todos os dados serão avaliados em tempo real. Nosso sistema de análise dispõe de acelerômetro, giroscópio, magnetômetro e GPS, utilizados para medir a frequência e a intensidade da remada, além de detectar a localização, a velocidade e a direção da embarcação. Os atletas também usarão um monitor de frequência cardíaca, que envia via bluetooth para os coletores instalados na embarcação – explicou líder da área de software e produtividade do centro de pesquisas da GE no Brasil, Marcelo Blois.

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CBCa espera que atletas otimizem seus desempenhos com a tecnologia (Foto: Rodrigo Dionísio/Divulgação)

Treinador da seleção brasileira de canoagem de velocidade, Jesús Morlán demonstrou empolgação com a parceria. Ele espera tirar proveito da ferramenta para conseguir bons resultados nas próximas competições. A proposta é que os atletas possam otimizar seus desempenhos ao reagirem às informações coletadas durante o treinamento.

– Esse trabalho se encaixa muito bem no que fazemos na CBCa, é um instrumento de auxílio enorme ao que fazemos no dia a dia. Teremos um ano para trabalhar com esse aparato tecnológico até as Olimpíadas e esperamos tirar o melhor proveito dele – comentou.

Presidente da CBCa, João Tomasini Schwertner afirmou que a ideia é expandir o uso do software depois dos Jogos, implementando-o também nos clubes e atletas de menos rendimento.

– Hoje a nossa intenção é usar o aparato tecnológico apenas com os atletas olímpicos e paralímpicos. Posteriormente, pretendemos difundi-lo pelo país, tornando o seu uso algo comum na canoagem brasileira. Ganhamos um diferencial altamente competitivo para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, e fortalecemos nossas expectativas por conquistas de medalhas tendo o apoio de uma grande companhia, que é também parceira do COI – finalizou o dirigente

Globoesporte.globo.com

David Cal anuncia oficialmente a retirada #DavidCal #piraguismo #canoagem “ICFsprint

Foto Jorge Landín

Um emocionado David Cal anunciou oficialmente a sua retirada do desporto profissional. Na Câmara Municipal de Cangas, o canoísta galego, disse em conferência de imprensa que não se “sentia bem e que “perdeu a motivação”, a garra para seguir competindo e por isso tomou a decisão.

Cal de 32 anos, é o desportista olímpico mais laureado de Espanha com cinco medalhas: quatro pratas e um ouro. Quis agradecer o apoio de todos os que o acompanharam, desde o início, durante tantos anos de competição.

O diário MARCA anunciou na quarta-feira a sua retirada. Em relação a isso, lamenta a forma como teve de o anunciar. Imaginei a minha despedida de outra forma, falando primeiro com o meu círculo mais chegado e despois torna-lo público.

“Quando vi a MARCA na quarta-feira disse: aí está! O que me havia de acontecer. Fui apanhado de surpresa, desabou tudo. E no final tivemos de dar esta conferência de imprensa à pressa”, diz David Cal ao microfone da Radio MARCA.

Escolheu Cangas de Morrazo para o anúncio porque ali estão as pessoas que sempre o acompanharam, é a sua terra e onde cresceu.

Entre outras coisas, esta é uma das razões da sua retirada. Durante o último ano estava a treinar em São Paulo, muito distante do seu lar: “Sou uma pessoa muito caseira e estava a 8000 km de casa, da minha família e dos meus amigos”.

Mas “o motivo principal é falta de motivação”, disse. “Se não tens garra e não estás disposto a pagar o preço que tens de pagar para conseguir uma medalha olímpica, tens de parar”, assegura.

SACRIFÍCIOS

David Cal perdeu a motivação para se manter ao mais alto nível e, pouco a pouco, isso foi tendo consequências no momento de se esforçar, de trabalhar e preparar-se para competir.

“Treinar por treinar para ver se me motivava… Não estava a gostar da situação, e era muito duro, não o fazia com a mesma intensidade. O acumular de tudo isso começou a desgastar-me. São muitos anos a competir”, afirma Cal.

“Em alguns momentos senti-me sozinho, não tinha ninguém que acompanhasse os treinos. Isso vai-te desmotivando, a intensidade vai baixando e a garra desaparece”, por isso não se sentia preparado para ir aos Jogos Olímpicos. Razão pela qual decidiu abandonar: “É melhor retirar-me agora do que sofrer uma grande desilusão desportiva”.

O SEU TREINADOR

Acerca dos rumores de que o seu treinador, Suso Morlán, tinha sido uma das razões da sua retirada, o canoísta quis deixar claro que não é assim.

“Nunca me falhou, o único que falhou fui eu. Estive 18 anos com o meu treinador, disse que tive problemas com ele mas eu e o Suso estamos bem. Suso teve uma grande responsabilidade nos meus êxitos e só posso agradecer todos os momentos que passámos, os bons como os maus”, concluiu.

A DECISÃO

Ao David Cal o que mais lhe custou foi contar aos seus pais. Não sabia qual seria a reacção mas depois de lhes contar recebeu imediatamente o seu apoio e compreensão.

“Custou-me muito contar aos meus pais que me iria retirar mas depois de lhes contar a minha mãe apoiou totalmente a decisão. Não hesitou e apoiou-me desde o primeiro momento”.

Cal assegura que é uma decisão muito ponderada, que “tentas sempre ver as coisas pela positiva” e “dar a volta” mas “as coisas vão-se complicando e no fim é isto que acontece”.

UM PRIVILEGIADO

O olímpico mais medalhado de Espanha sabe que é um privilegiado e dá muito valor a tudo o que alcançou.

“Sinto-me um privilegiado. Pratico canoagem desde os 8 anos e alcancei tudo aquilo que estabeleci. Competir nuns Jogos Olímpicos e conseguir uma medalha… E ainda me tornei campeão” disse Cal, recordando os seu êxitos desportivos.

“Agora quero estar na minha casa, com a minha família, os meus amigos… Disfrutar com eles. Quero também fazer algo relacionado com o desporto para me manter ligado a ele. Acho que posso transmitir muita experiência”, finalizou David Cal.

MARCA

David Cal despede-se esta tarde #DavidCal #canoagem #piraguismo #ICFsprint #Espanha

O inexplicável silêncio de David Cal terminará esta sexta-feira e com ele eventuais soluções: a sua retirada é definitiva. Segundo anunciou a Radio Galega e confirmado na Cadena Cope, o alcaide de Cangas de Morrazo, José Enrique Sotelo, o canoísta confirmará a sua despedida e explicará as razões numa conferência de imprensa que terá lugar às 16:30. Apesar de ter admitido que, nas últimas horas, lhe foram oferecidas por parte várias autoridades as condições para continuar a treinar em Espanha longe do seu treinador de sempre, Jesus Morlan, o alcaide confirmou a sua decisão,“embora seja muito difícil, não há volta a dar”.

Como comentou na cadena episcopal, Sotelo, com o Secretário Geral de Deporto da Xunta, José Ramón Lete, ele falou por uma hora com Cal na quinta-feira em sua casa em Pontevedra. “Eu tentei, mas diz que não é uma questão de encontrar um novo treinador. Eu não acho que a retirada seja por causa de Morlan. Eu não digo que eles não tiveram as suas tricas, mas não é por isso” afirmou o dirigente insistindo que fosse o atleta a explicar as razões porque “os fãs merecem”. “Eu tenho-o visto muito calmo, como de costume. Acho que fui eu mais tomado pela emoção do que ele”, observou Sotelo.

“Ele queria despedir-se de outra forma mas o aconteceu o que aconteceu. Queria fazer as coisas bem e agora não há volta a dar. Há pessoas que lhe estenderam uma passadeira vermelha para a retirada”, encerrou o alcaide, referindo-se a polémica criada entre o presidente do Comité Olímpico Espanhol (COE), Alejandro Blanco, e algumas pessoas mais chegadas ao atleta. Cal, depois de falar com os seus pais, disse na segunda-feira a Blanco, antes de falar com o seu representante, ao próprio Morlán, a amigos e ao seu principal patrocinador, a Universidade Católica de Murcia, o que levou muitos a não acreditarem no anúncio.

O sinal de alarme, de fato, já tinha surgido semanas antes, mas muitos não quiseram acreditar. O atleta espanhol com mais medalhas Olímpicas na história em fevereiro passado decidiu cancelar seu regresso ao Brasil, onde treinou a partir de 2013, e ficar em casa por tempo indeterminado. A dureza do processo que tinha pela frente para se qualificar para os Jogos Rio 2016, que o obrigava a uma nova dieta por um ano e meio para perder 20 quilos, juntou-se ao incómodo de ter que treinar no Brasil partilhando o treinador de toda a sua carreira com mais 5 canoístas.

 elmundo.es

David Cal rompe com Suso Morlán, seu técnico de sempre  #DavidCal #piraguismo #canoagem

Uma possível retirada do galego era coerente com o mau momento físico e anímico que o quíntuplo medalhado Olímpico está a passar. Acaba de romper com o técnico de toda a sua vida, Suso Morlán, com quem treinava no Brasil. O próprio Morlán enviou um e-mail muito duro à Federação (RFEP) onde dava conta do seu baixo rendimento. O técnico chegou a afirmar: “Cal tem 20 quilos a mais”.

Perante este panorama, desanimado, o canoísta equacionava a jubilação desportiva ao 32 anos mas o regresso ao seu ambiente e os seus amigos do Club Ría de Aldán podem inverter esta situação, na Galíza, junto dos seus entes queridos e com um técnico local. Estão até dispostos a trazer um treinador da Alemanha. O seu médico de sempre, Fernando Huelin, também não o dá como acabado apesar da evidente má forma.

As mostras de carinho têm chegado a Cal que não fecha a porta. Apoio não lhe falta. Pablo Rosique, director desportivo da UACM Murcia, mostrou-se “muito surpreendido” com o anúncio da retirada e contactou Saborido [manager de David Cal] para oferecer-lhe “tudo o que necessite”.

Também o CSD lhe enviou uma mensagem de apoio.Para além da UCAM, Cal mantém contratos assinados com Aguas de Monadriz, Grupo Vitas e a Xunta. E tinha sobre a mesa outro contrato de 100.000 dólares. Isto para além do subsídio de 24.000 euros do ADO. Estes compromissos também podem influenciar a decisão, especialmente num momento delicado para a sua família.

masdeporte.com

“Alejandro Blanco [COE] traiu David Cal” diz manager Antonio Saborido #DavidCal #Espanha #Piraguismo #canoagem

O manager de David Cal fala sobre a estranha retirada do desportista e assegura que este “não pode ser o final”.

Foi noticia na quarta-feira. Enquanto o próprio David Cal ainda não explicou as razões para a sua retirada, a estranha forma de comunicar levanta muitas questões. Antonio Saborido, o seu manager foi ao “EL LARGERO” esclarecer um pouco a decisão. “David Cal nunca me disse que ia retirar-se”, foi a sua primeira afirmação, explicando que têm reuniões agendadas na próxima semana com os patrocinadores.“Em nenhum momento anunciou a retirada”, conta com base nas conversas que tem tido com a família, visto que não conseguiu falar com o próprio canoísta. Saborido não tem papas na língua ao falar sobre o COE e a forma como Alejandro Blanco traiu a confiança de David. “Não entendo como se tenta retirar o David pela porta de trás do desporto”, critíca, acerca do comunicado do COE.

“Não creio que o David queira abandonar, acho que fez o pedido de ajuda”, conta ao explicar a ideia da visita a Múrcia e a forma com o COE decidiu fazer chegar ao público.

EL LARGERO, Cadena SER

David Cal retira-se #Espanha #piraguismo #canoagem #Galicia #ICFsprint #DavidCal

O Jornal A Marca anunciou que David Cal vai retirar-se da alta competição. O atleta espanhol com maior número de medalhas olímpicas abandona a 1 ano e meio daqueles que seriam os seus quintos Jogos Olímpicos consecutivos.

Cal perdeu a motivação e regressou a Espanha, vindo do Brasil onde treinava desde 2013.

O canoísta galega tem um palmarés formidável. Alcançou a fama nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004 com um ouro e uma prata que o tornaram uma referência do desporto espanhol mas, um ano antes, já tinha sido vice-campeão do mundo no Campeonato do Mundo de Gainesville (EUA).

Ao todo ganhou 15 medalhas internacionais entre 2003 e 2012 (5 olímpicas, 5 mundiais e 5 europeias).

Depois dos Jogos Olímpicos de Londres, Cal decidiu seguir os passos de Suso Morlán, seu mentor desde criança. Foi com ele para o Brasil porque o país da América Latina tinha contrato Morlán para orientar a equipa brasileira.

No ano passado disputou o Mundial de Moscovo mas não brilhou, algo habitual nene, que só se concentrar no Mundial do ano anterior aos Jogos que é de apuramento. Na capital russa destacou-se Isaquias Queiroz, a jovem estrela brasileira com quem treina no Brasil.

O próximo objectivo de David Cal era o Mundial de Milão do próximo mês de Agosto que servirá para apuramento para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

O Confidencial

Isaquias rema com foco no pódio olímpico #canoagem #Rio2016

Foto CBCa – Pódio C1 500 metros Moscovo2014

Na nova casa da canoagem velocidade brasileira, em Lagoa Santa (MG), Isaquias Queiroz, 21 anos, encontra a tranquilidade para o treinamento diário. Estimulado e cobrado pelo técnico espanhol Jesús Morlán, o baiano está animado com as competições de 2015 e acredita que a atual temporada será ainda melhor que a do ano passado.

Em 2014, Isaquias foi bicampeão mundial na categoria C1 500m e faturou um bronze ao lado de Erlon de Souza na C2 200m, ambas provas não olímpicas. Por pouco o canoísta não subiu ao pódio na Rússia mais uma vez: ele liderou a prova olímpica C1 1000m de ponta a ponta, mas virou a canoa nos últimos metros do percurso, sendo desclassificado.

“Foi um ano excelente para o meu aprendizado, foi essencial ganhar experiência para 2016. O Mundial foi incrível, comprovei que sou capaz de ir além do que imaginava. Na C1 1000m, achavam que o alemão (Sebastian Brendel, atual campeão olímpico) iria ganhar fácil e eu acabei apavorando todo mundo. Não deu dessa vez, mas mostrei que, se largar na frente, ninguém vai me pegar”, disse. Brendel foi o campeão da prova.

Isaquias possivelmente reencontrará o alemão e outros fortes oponentes em maio, na Copa do Mundo da modalidade, disputada em três etapas (Portugal, Alemanha e Dinamarca). Em julho, será a vez de enfrentar os adversários das Américas, sobretudo cubanos e canadenses, no Pan de Toronto (Canadá). No mês seguinte, o Campeonato Mundial, na Itália, será outro grande teste antes dos Jogos Rio 2016.

“A Copa do Mundo, o Pan e o Mundial são as principais competições de 2015. Como o Brasil tem vaga garantida na C1 1000m nas Olimpíadas por ser sede, fico mais tranquilo, mas temos que dar o melhor nessas competições e mostrar que, em 2016, não vai ser fácil para ninguém”.

Estrutura, legado e apoio

Manter o foco ficou mais fácil em Lagoa Santa, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte.  A lagoa de 6,3km exclusiva para treinamento da Seleção Brasileira ganhará raias no próximo mês, segundo o atleta. Além da estrutura – que conta com moradia e serviço de fisioterapia –, Isaquias destaca a liderança e a experiência do técnico Jesús Morlán.

“Para nós é essencial. Sem ele, a gente não teria alcançado os resultados que conseguimos e não teríamos chances de medalha nas Olimpíadas. E os treinadores brasileiros absorvem a experiência dele. O Jesús está deixando um legado para a canoagem brasileira”.

O esporte conta com patrocínio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e vários atletas da modalidade recebem a Bolsa Atleta ou a Bolsa Pódio do Ministério do Esporte.  Isaquias – que teve o primeiro contato com a canoagem em 2005, por meio do programa Segundo Tempo, na cidade natal, Ubaitaba (BA) – passou a receber a ajuda do Bolsa Atleta em 2011, justamente na temporada em que foi campeão mundial júnior.  Dois anos depois, o benefício passou a ser a Bolsa Pódio.

“É muito importante essa ajuda financeira. Muitas vezes o atleta deixa o esporte por falta disso. Para mim foi e é um grande incentivo, e começou logo em um ano em que venci um Mundial. Eu ajudo minha mãe no interior da Bahia, consegui comprar a casa própria. A bolsa me dá tranquilidade para treinar, posso ter foco e dedicação, fico despreocupado. Um atleta precisa disso”, reforçou.

A mãe, os cinco irmãos e a namorada são os espectadores que ele mais deseja ver nas arquibancadas do Rio nos Jogos Olímpicos do ano que vem. De preferência, para serem testemunhas de um feito inédito na história da canoagem brasileira.

“A Olimpíada é a consagração. Não vejo melhor resultado possível do que ganhar uma medalha dentro de casa, ajudando seu país no próprio país. Do jeito que estou treinando, pelos meus resultados, acredito que é possível. O foco é diário para isso”, disse.

Original em www.brasil2016.gov.br

Ano e meio de dieta até aos Jogos Olímpicos – David Cal #canoagem #Brasil #Espanha

Davis Cal tem de perder 20 kg até aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro

Os próximos 12 meses vão ser o ponto de partida para os Jogos no Rio. São muitos os desportistas que procuram o apuramento olímpico, nos 365 dias que antecedem o maior evento desportivo. O espanhol com mais medalhas olímpicas não será excepção. Quer acabar entre os 6 primeiros no Mundial de Milão de 2015, conseguirá a vaga para o Rio sem passar pelo pré-olímpico europeu.

Dono de cinco pódios (um ouro e quatro pratas) em três edições dos Jogos (Atenas’2004, Pequim’2008 e Londres’2012), Cal não sabia se continuaria a competir após o recorde.

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David Cal em Londres’2012 – foto Kai Forsterling

O primeiro objectivo de Cal, em 2015, é perder peso, como admitiu o seu treinador à Folha de São Paulo: “Tem de ser um exemplo para os jovens canoístas brasileiros com que treina e para isso tem de perder 20 kg até aos Jogos”. “No entanto, temos tempo. Tenho de trabalhar todos os dias par chegar bem a 2016. Trata-se de perder peso e é possível”, disse Cal.

O canoísta espanhol treina desde abril de 2013 com a selecção brasileira como atleta convidado, graças a um convénio entre o Comité Olímpico, o Conselho Nacional de Desporto de Espanha e as autoridades desportivas brasileiras. “Foi a melhor decisão. Desde 2007 até 2012 treinávamos sozinhos, Jesús [Suso Morlán] e eu. Era uma monotonia. A mudança fez-me muito bem. Aqui tenho outra rotina, muito positiva”, afirma Cal.

O canoísta seguiu os passos do seu treinador, e não é para menos porque Morlán é o seu treinador há 16 anos. Suso foi contratado pelo Comité Olímpico do Brasil para planificar a preparação até aos Jogos do Rio. Este ano foi agraciado como um dos melhores treinadores do país, após levar Isaquías Queiroz (20 anos) ao título de campeão mundial de C1 500 metros pelo segundo ano consecutivo.

Marca.com

Jesus Morlan eleito técnico do ano pelo COB #canoagem #Brasil #Piraguismo

O Comité Olímpico do Brasil (COB) escolheu o espanhol Jesús Morlán, da Canoagem Velocidade, e o dinamarquês Morten Soubak, da seleção brasileira feminina de handebol, como os melhores técnicos do ano, nas categorias modalidade individual e coletiva, respectivamente. Eles receberão o troféu durante a cerimónia do Prémio Brasil Olímpico, no dia 16 de dezembro, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Um dos mais vitoriosos treinadores do mundo, o espanhol Jesús “Suso” Morlán chegou ao Brasil há menos de dois anos e já colocou o país em um novo patamar no cenário mundial da canoagem velocidade. Comandando um grupo de elite de quatro atletas, Jesús foi o grande responsável pela evolução de Isaquias Queiroz, contribuindo decisivamente para que o baiano alcançasse o bicampeonato mundial do C1 500m em 2014.

“Recebo o prémio com muito carinho, mas a minha maior alegria, o meu prémio pessoal, são as medalhas e o reconhecimento dos atletas e da Canoagem Brasileira. É uma grande surpresa ganhar este reconhecimento, pois estou há apenas um ano e meio no Brasil. A Confederação Brasileira de Canoagem e o COB sempre me deram apoio, assim como o BNDES. O que mais gosto de tudo isso é que reconheçam a canoagem do Brasil. Primeiramente eu dedico este prémio aos atletas, depois a todos que trabalham comigo, pois todos me ajudaram de alguma forma para isso. Sozinho eu não teria chegado a lugar algum”, explicou Jesús, que, antes de vir ao Brasil levou o canoísta espanhol Davi Cal a se tornar o maior medalhista olímpico da história do seu país.

Artigo completo CBCa