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Para a canoísta-estrela, do Natal Canoe Club, só havia um objectivo em 2014: “Vencer uma medalha de bronze nos Campeonato do Mundo”, disse sem hesitação. Esse resultado confirmou que, a canoísta medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres’2012, continua entre a elite da canoagem mundial.
Foi um grande resultado depois das dificuldades que teve no ano anterior devido a ter contraído varicela. “Em 2013 a varicela atacou-me o corpo. A questão não era restabelecer e recuperar a força. Foi um recomeçar de início. De qualquer forma, em 2013, não tinha o objectivo que fazer uma época brilhante, por isso, foi um mal menor”, disse Hartley.
2014 foi um ano de grandes mudanças para Hartley, especialmente a nível do ginásio em que começou a trabalhar com o especialista em biocinética, Gareth Ford da EAP [EAP Active]
“No início foi muito difícil porque tive de confiar nele [Gareth Ford], enquanto tinha dúvidas e queria voltar a cumprir o meu programa de ginásio anterior e fiquei muito preocupada quando o novo programa de ginásio me deixou tão dorida que nem conseguia pagaiar”, disse Hartley.
“Foi um grande desafio e foi bom podermos conversar e explicar que há certas coisas que preciso de manter e não posso deixar de cumprir porque isso seria como ‘reinventar a roda’. Comparando com o treino anterior, nesta fase da época, já noto melhorias. Estou mais forte do que nunca e mais até do que antes dos Jogos [2012].
A medalha alcançada nos Mundiais de Moscovo não foi resultado apenas das melhorias físicas, Hartley explica que se deve também a melhoria psicológica. “Penso que os resultados de 2014 me deram a confiança de que as mudanças feitas no ginásio valeram a pena.”
“Sempre tive dúvidas se valeria a pena fazer alterações que não valessem a pena”, admitiu, “mas aprendi a compreender a forma de reagir do meu corpo, ao longo dos anos, e decidi que as alterações no ginásio para fortalecer todo o corpo, trabalhando todos os grupos musculares, em vez de apenas alguns, me iria ajudar e acho que ajudou.”
O início da época é para trabalhar a base, trabalhando volume, que depois permite a Hartley concentrar-se nas grandes provas que se disputam a meio do ano.
“O principal objectivo é o Campeonato do Mundo em Agosto”, disse. “As Taças do Mundo são para praticar e o que conseguir está bom. Claro que gostaria de ter bons resultados nas Taças do Mundo mas, para mim, isso não é o mais importante. Já houve épocas em que batalhei muito e estive doente e depois nos Mundiais consegui brilhar.”
Com sinceridade, acrescentou: “Ainda me falta a confiança mas os meus resultados mostram que consigo melhores performances nas grandes provas. As coisas correm-me bem quando é a sério, não sei como mas correm.”
A parte do ano mais importante é de Maio a Agosto, “porque eu não compito nos Campeonatos Europeus ou noutras selectivas onde tenho alguém a tentar vencer-me”, explicou Hartley. “Para mim, nessa altura, concentro-me em ficar em grande forma para os Mundiais e normalmente junto-me a grupos de treino internacionais para conseguir esse objectivo.”
“Em simultâneo, isso faz-me treinar ainda mais entre Maio e Agosto porque não posso dizer que alcancei uma medalha em Maio e que sou boa. Significa que tenho mais alguns meses para melhorar e tornar-me melhor que as adversárias que alcançaram bons resultados nas Taças do Mundo.”
Reforçando as suas ambições, para este ano em vésperas de Jogos Olímpicos, Hartley conclui: “O principal objectivo é terminar nas oito primeiras e ficarei satisfeita com isso. Obviamente se conseguir melhor ficarei muito contente com isso mas, por enquanto, há que treinar muito e reforçar as minhas qualidades e combater as minhas fraquezas e calmamente garantir que a cada ano me torno mais rápida.”