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ESTADO VAI PAGAR A EMANUEL E RIBEIRO

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Jornal O JOGO – 6/03/2014, Catarina Domingos

Secretário de Estado decidiu incluir os campeões mundiais na lista dos que receberão um prémio por medalhas internacionais.

Emanuel Silva e João Ribeiro, campeões do mundo em K2 500 metros, vão ser recompensados pelo resultado, ainda que se trate de uma especialidade não olímpica, por decisão do secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Emídio Guerreiro. Os dois canoístas terão amanhã direito a 15 mil euros, na cerimónia de entrega de Prémios de Mérito Desportivo.

O Estado vai pagar 376 430 euros (163 804 euros para atletas), por medalhas ganhas em atletismo, boccia, canoagem, ciclismo, judo, lutas amadoras, motociclismo, natação, pesca desportiva, taekwondo, ténis de mesa e tiro.

GOVERNO ANUNCIA AUMENTO de 8% nos APOIOS para o CICLO OLÍMPICO RIO’2016

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RTP Notícias

O secretário de Estado do Desporto e Juventude anunciou esta terça-feira que os apoios para o ciclo olímpico para o Rio2016 terão um aumento de oito por cento relativamente a Londres2012 e será “exclusivamente orientado para a obtenção de resultados”.

“A nossa orientação política vai no sentido de uma aposta cada vez mais centrada, articulada e concertada no ciclo olímpico, investindo um valor que totaliza um aumento de oito por cento face ao ciclo de Londres2012”, revelou o membro do Governo na cerimónia de assinatura do Contrato-Programa de Desenvolvimento Desportivo e Programa de Preparação Olímpica Rio 2016, que decorreu no Museu do Desporto, em Lisboa.

Emídio Guerreiro reiterou também que o orçamento para 2014 contempla “um aumento de seis por cento das verbas destinadas ao desporto”.

Na sessão de assinatura do protocolo entre o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) e o Comité Olímpico de Portugal (COP), o secretário de Estado recordou que o aumento de verbas ocorre “num período de fortes constrangimentos”, que se traduz numa autonomia de gestão dos recursos “fortemente limitada”, enquanto decorre o programa de assistência financeira internacional.

Quanto ao novo ciclo olímpico, que se prolonga até 2017, de forma a
evitar interrupções na preparação para a prova seguinte, o governante enalteceu a “mudança de paradigma” que era “há muito era ansiada pelo movimento desportivo” e que se baseia em “três palavras-chave: confiança, responsabilidade e estabilidade”.

“Só com um verdadeiro sentido de parceria, na qual o Estado delega mas fiscaliza e na qual o COP gere mas presta contas, numa lógica de união de esforços e verdade é que poderemos obter sucesso”, defendeu.

Emídio Guerreiro lembrou que novo programa “é exclusivamente orientado para a obtenção de resultados, sendo o apoio a conceder calculado em função destes“, englobando “a organização da Missão Portuguesa aos Jogos Olímpicos” e “um plano pluriciclo que se estende de 2013 a 2025“.

“O Programa de Preparação Olímpica deixa de ter interrupção e/ou descontinuidade, tendo início a 01 de janeiro de 2013 e estendendo-se até 31 de dezembro de 2017. Num valor global de 15,7 milhões de euros até 2016, mais dois milhões de euros para 2017”, precisou o secretário de Estado do Desporto.

O presidente do COP, José Manuel Constantino, recordou a “participação exaustiva” das associações desportivas no estabelecimento do programa, enaltecendo também que “o grau de autonomia do programa é maior do que no passado”.

Constantino destacou também a atribuição dos apoios em função do mérito desportivo, em que “recebe mais quem tem melhores resultados“, além da “exigência de confirmação dos resultados ao fim de dois anos” e não de quatro, como acontecia anteriormente, de modo a aumentar o grau de competitividade e o mérito dos atletas.

O presidente do COP explicou, em declarações à agência Lusa, que foi definida uma “grelha de qualificação” com vários níveis, em que o atleta do topo, uma medalha de ouro, recebe 1.375 euros mensais líquidos de apoio.

Ao contrário do que acontecia no passado, o desportista “terá de confirmar os resultados nos dois anos seguintes”, o que visa premiar “o mérito desportivo”.

José Manuel Constantino adiantou que os 17,7 milhões de euros serão em grande parte canalizados para os atletas, através das federações, ficando o COP apenas com três por cento desse montante.

Constantino elogiou ainda o documento assinado por “permitir a transição de saldos de um ano para o outro” e a “transferência de verbas entre subprogramas”, o que não acontecia anteriormente.

“CANOAGEM É PREJUDICADA” – VÍTOR FÉLIX

Mesmo depois de Emanuel Silva e Fernando Pimenta terem ganho a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 2012, além de várias em Europeus e Mundiais, a canoagem sofreu um corte de 20,5% nas verbas do Alto Rendimento (de 175 000 para 139 150 euros entre 2012 e 2013). Como todas as 30 federações que têm programas de Alto Rendimento sofreram reduções a rondar os 20%, a FPC manteve a 14ª posição num ranking liderado pelo atletismo, sentindo-se “bastante prejudicada ao longo destes anos”, nas palavras de Vitor Félix. “O que a canoagem tem recebido é desajustado. Os critérios de financiamento às federações devem premiar o mérito. Somos a modalidade que na última década mais se destaca nos resultados”, sublinha.

Jornal O JOGO, 10/02/2014 – sem link

TER MÉRITO NÃO TRAVA OS CORTES

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foto DARREN WHITESIDE/REUTERS

É hoje que o Estado revela as verbas que vai entregar às federações em 2014, mas o orçamento do desporto desceu, portanto a maioria irá receber menos

A distribuição das verbas do Estado pelas federações é justa? Deve ser privilegiado o mérito (medalhas) ou a dimensão das modalidades (praticantes)? Estas são interrogações que hoje se vão fazer na maioria das federações, que irão conhecer as respostas às candidaturas de financiamento ao Instituto Português da Juventude e do Desporto (IPDJ). Poucas ficarão satisfeitas, pois se os 25,8 milhões de euros distribuídos o ano passado já representavam uma redução de 11,39 por cento em relação a 2012 (29,1 milhões), os cortes vão repetir-se, já que a verba reservada ao desporto no Orçamento de Estado de 2014 foi reduzida 8,5 por cento (de 88,6 para 81,1 milhões de euros).

“É evidente que todos nós reclamamos por mais recursos, mas temos disponibilizado os que podemos. O atribuído é o que está disponível. Na fase que atravessamos são recursos ajustados”, defende o presidente do IPDJ, Augusto Baganha. O ano passado foram celebrados 414 contratos-programa com 52 federações e o número não irá variar muito. Os contratos-programa com as verbas a atribuir só serão elaborados em março – até lá há uma norma que permite efetuar pagamentos de acordo com os apoios do ano anterior -, mas Augusto Baganha adianta que todos tomarão conhecimento daquilo a que têm direito já hoje, estimando-se que o apoio aos organismos ronde os 32,75 milhões de euros, número que já contabiliza os projetos olímpico e paralímpico.

Este ano introduzem-se algumas alterações, como a elaboração de um único contrato-programa com cada federação, em vez de três – referentes a Desenvolvimento da Prática Desportiva, Enquadramento Técnico e Alto Rendimento, e Seleções Nacionais -, uma medida para diminuir burocracia e dar mais flexibilidade de gestão. No modelo de atribuição de dinheiros, o histórico de financiamento e a avaliação de desempenho contarão 50 por cento cada, em vez dos 60%-40% do ano anterior ou dos 85%-15% de 2012. Ou seja, os resultados terão a mesma importância da dimensão ou dos custos de uma modalidade, que em anos anteriores tinham maior peso. Mas são precisamente a fórmula de cálculo e a de avaliação do mérito desportivo os aspetos de maior discussão.

“Se existe alguma fórmula matemática, não é conhecida. Existe um regulamento, com critérios, mas é do desconhecimento de todos qual é a grelha que suporta as decisões”, diz Vítor Félix, presidente da Federação Portuguesa de Canoagem, uma das que se têm mostrado descontentes com os valores que recebem (15º lugar a nível global e 14º no que toca ao Alto Rendimento), por não terem acompanhado o progressivo sucesso desportivo, que culminou com a conquista da prata olímpica em 2012. O anterior líder da modalidade, Mário Santos, classificou várias vezes os cortes às federações como “cegos”.

Jornal O JOGO – Catarina Domingos