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Gabor Kucsera suspenso por testar positivo em controlo anti-doping #canoagem

Gabor Kucsera Foto: Bernd Settnik © dpa – Deutsche Presse-Agentur GmbH

Gabor Kucsera, canoísta húngaro foi suspenso na 4ª feira com efeitos imediatos após controlo positivo por uso de cocaína.

A Federação Húngara de Canoagem (MKKSZ), informou que o canoísta falhou no teste realizado a 18 de Julho e por esse motivo decidiram suspendê-lo provisoriamente, sem fornecer mais esclarecimentos sobre o tempo total de suspensão.

Kucsera de 32 anos foi campeão do mundo em K2 1000 em 2005 e 2006 e alcançou o 4º lugar nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008.

Na sua página do facebook, Kucsera publicou uma fotografia com a família e diz estar profundamente envergonhado pelo sucedido e pede desculpa pelos danos que os seus actos possam vir a causar na imagem da canoagem na Hungria e da canoagem Húngara no mundo.

MAIS CASOS

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Tamara Csipes

Este não é o primeiro caso de doping que se regista na canoagem húngara. Em Abril deste ano, Tamara Csipes, 5 vezes campeã do mundo e atleta do ano da Hungria em 2011, e o multi medalhado e actual vice-campeão do mundo em K1-500m, Bence Dombvari, foram suspensos por 4 meses por controlarem positivo também por consumo de cocaína, num controlo efectuado durante um estágio. Se o controlo fosse em competição a suspensão seria mais severa e poderia chegar aos 2 anos.

Estes atletas foram impedidos de competir nos Jogos europeus em Baku’2015 e perderam o apoio financeira do Comité Olímpico da Hungria. Estão também impedidos de treinar com a Equipa Nacional durante a suspensão.

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Bence Dombvari

É uma situação alarmante e que está a ser acompanhada com preocupação pelo presidente da Federação Húngara de Canoagem (MKKSZ), e pelo MACS (Magyar Antidopping Csopor) com uma política de tolerância zero em relação ao doping.

Durante a suspensão todos os atletas perdem o apoio financeiro da Federação Nacional e são afastados de todos os trabalhos da Equipa Nacional e impedidos de representar a Hungria.

Adam Van Koeverden: “O importante é estar limpo”

Original The Globe and Mail, 07/11/2014

Não sou fá de Alex Rodriguez [banido do baseball por 211 jogos]. Não sigo o baseball. Não sou especialista em substâncias dopantes usadas [performance enhancing drug  – PEDs]no desporto profissional ou amador.

O que me leva a desabafar é a coluna do The Globe and Mail de quinta-feira. Quando o colunista do Globe-Desporto tweetou: “O Alex Rodriguez usou drogas. Eu também usaria. E tu também.” Eu tweetei que não me revejo nessa categoria mas antes disso li o artigo. Esperava encontrar alguma sátira ou ironia ou que o Kelly admitisse que estava a ser faccioso.

Não encontrei nada disso. O que encontrei foi uma vã tentativa de justificar o uso de substâncias dopantes [PEDs] no desporto.

O Kelly afirma que gostaria de ouvir a opinião de pessoas que tenham sido confrontadas com a decisão de tomar PEDs no desporto.

Nunca pensei tomar drogas para melhorar a minha performance. Nem uma única vez. Suponho que seja uma escolha mas nem uma só vez ponderei essa hipótese, apesar de estar a treinar para os meus quartos Jogos Olímpicos, ter 32 anos de idade, e a aproximar-me do final da minha carreira de canoísta – como o Kelly descreveu a fase em que Rodriguez optou por escolher o lado negro.

O que mexeu logo comigo foi o Kelly assumir que os atletas, em primeiro lugar, são artistas. Nós somos pessoas e competidores e algumas pessoas acham que isso é um “espectáculo”. Não fazemos parte de uma coreografia ou de um pacote de diversão. É absurdo utilizar o argumento de que se justifica o uso de PEDs para incrementar o valor desse “espectáculo” e é o mesmo argumento perigoso de que os atletas “macaquinhos” devem ser usados para a satisfação dos espectadores e para subir audiências em horário nobre. Acho que isto se aplica ao desporto profissional e amador e é uma linha que se tem tornado cada vez mais ténue.

O Kelly faz uma grave suposição de que a maioria dos atletas profissionais já tomou PEDs. Esta suposição é feita com base na sua admissão de que, caso ele estivesse numa posição semelhante, utilizaria drogas para se manter no topo e continuar a colher os frutos de um contrato-milionário como profissional.

Ele compara a decisão de tomar PEDs com o dizer de uma mentira, tomar um atalho ou “um compromisso que fazemos para facilitar o caminho.”

Se alguém faz batota, só põe em causa uma coisa: a sua integridade. Clarificando, estamos a falar de desonestidade crónica quando se fala em batota. Usar drogas para aumentar a nossa performance não é uma mentirinha. É uma afronta aos pilares sobre os quais o desporto assenta.

Não estamos a falar de um código do Tetris para fazer as peças caírem mais devagar. Isto não é um programa de televisão. Isto é a vida de um atleta e sua razão de existir. É uma inspiração para as crianças e para os fãs desportivos de todo o mundo. Os batoteiros não roubam apenas o momento, a glória, as medalhas e o dinheiro, eles roubam os corações e a admiração de milhões de pessoas daqueles que mais o merecem.

A decisão de fazer batota não é tomada como resultado dos convenientes factores enumerados pelo Kelly: recuperar mais depressa uma lesão para evitar perder jogos ou combater os efeitos da idade no final da carreira. A decisão de fazer batota é tomada por ganância e vaidade. É engano, puro e simples, de alguém que é ciumento e hipócrita o suficiente para não aceitar o seu nível desportivo.

Se fazer batota se justifica tão facilmente até onde está um jornalista disposto a ir para alcançar os seus objectivos. É aceitável plagiar um Prémio Pulitzer? Mentir para fazer capas? Parafrasear erradamente alguém para retirar uma afirmação atrevida?

Obviamente a resposta é não. Não é aceitável. Não é aceitável porque somos íntegros, como atletas, escritores, profissionais e seres humanos. Sabemos a diferença entre o certo e o errado e tentamos agir de acordo com isso. Ou deveríamos fazê-lo.

Idiotas como o A-Rod ou o Lance Armstrong já fugiram o suficiente. Foram capa de revistas, ídolos e campeões para as massas. Tudo baseado em falsos pretextos. Ganharam milhões e continuam a ganhar milhões através de direitos e aparições públicas, até ao fim dos seus dias. Não nos esqueçamos do seu desrespeito pelas regras. Não vamos dizer que está tudo bem porque todos fazem o mesmo.

Vamos chamar os bois pelos nomes. Eles são batoteiros e não interessa o que ganham porque serão sempre perdedores.

Adam Van Koederden faz parte da equipa Nacional de Canoagem do Canadá há 15 anos. Venceu 2 títulos Mundiais e 4 medalhas Olímpicas, incluindo o ouro nos Jogos Olímpicos de Atenas.

Tate Smith com controlo antidoping positivo – K4 Austrália

Tate Smith (frente) grita de alegria depois de vencerem o K4 1000. (Esq – Dta) David Smith, Murray Stewart e Jacob Clear nos Jogos de Londres’2012

O canoísta Tate Smith, voga do K4 da Austrália campeão Olímpico 2012 e Mundial 2013, foi controlado positivo num controlo antidoping durante um estágio na Hungria em Julho deste ano.

A Federação Australiana de canoagem, em comunicado [AQUI], confirmou a suspensão provisória do atleta e informou que decorre o processo para apuramento dos factos, não fazendo qualquer comentário para garantir a integridade do processo e a confidencialidade dos envolvidos.

Original em Gold Coast Bulletin