Jornal Record, 21/07/2015 link aqui
Atletas submeteram-se a sessões de crioterapia.
Chegar de um treino intenso ou de uma competição e colocar-se de imediato numa banheira de água gelada. Este é um dos procedimentos muito usado pelos desportistas para evitarem inflamações e facilitarem a recuperação. Mas claro, dado a temperatura muito baixa, não podem estar muito tempo nestas condições.
A Seleção Nacional feminina conhece bem estes procedimentos, mas na Polónia teve condições mais profissionais, ou seja, em vez de uma banheira de gelo, esteve numa câmara de crioterapia, onde as temperaturas chegaram a atingir os 135 graus negativos.
Beatriz Gomes, Helena Rodrigues, Joana Vasconcelos, Maria Cabrita e Francisca Laia estiveram três semanas num centro de estágios de Walcz, infraestrutura que recebe várias modalidades, como o voleibol, basquetebol, remo e naturalmente a canoagem. Duas vezes por semanas, quase sempre após o treino da manhã, as cinco atletas entravam para a câmara e lá ficavam… três minutos, a temperaturas sempre abaixo dos 100 graus. “Quase sempre era a 125, mas na última vez foi a 135 graus negativos”, explicou Francisca Laia, a mais nova do quinteto que, aos 21 anos, viveu a experiência pela primeira vez.
Proteção
Dado as condições extremas a que estavam submetidas na câmara de crioterapia, era pois necessário proteger as partes mais frágeis do corpo, como as mãos, pés – usavam ainda um calçado especial para não colarem ao solo –, boca e nariz.
O estágio na Polónia faz parte, pois, da preparação tendo em vista o grande objetivo do ano, que é o apuramento olímpico para o Rio’2016 e que vai acontecer em agosto, por ocasião do Campeonato do Mundo a disputar em Milão.
Francisca Laia: «Senti-me muito bem»
A benjamim da equipa confessou que estava um pouco cética quanto a entrar numa câmara a 135 graus negativos. “Tinha a sensação de que não iria gostar de estar lá dentro. Mas depois foi ótimo. Senti-me muito bem quando saía”, disse Francisca Laia. E o que faziam durante os 3 m? “Caminhávamos devagar à volta da sala.”
Antes do Mundial de agosto, Laia e Maria Cabrita participam noutro Mundial, sub-23, já a partir de 5.ª feira em Montemor-o-Velho. Mas antes, ou seja, amanhã, Francisca Laia vai fazer um exame, o que falta para completar o 3.º ano do curso de Medicina e ficar já licenciada em Ciências Básicas da Saúde.
Ryszard Hoppe: «Excelentes condições»
Se há pessoa que conhece bem o local onde a Seleção feminina realizou o estágio de três semanas, é Ryszard Hoppe. “Fica a 120 km da minha terra natal. Fui lá a 1.ª vez como atleta, há 49 anos. Mudou entretanto muito coisa, sendo hoje um centro de estágio que tem todas as condições: piscina, sauna, banho turco, ginásios, crioterapia, para além de excelentes condições de alimentação e da água para a prática da canoagem.”
O selecionador nacional diz que o estágio resultou “num balanço muito positivo. Foram três semanas, preparámo-nos para o Mundial de sub-23, mas principalmente o de agosto, que é o mais importante, de apuramento olímpico.”