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‘Bronzes’ para o Rio – opinião de Mário Santos

Jornal “A Bola”, 28 Agosto, 2015 – sem link

Sucedem-se os eventos em diversas modalidades com disciplinas do Programa Olímpico e, consequentemente, os decisivos apuramentos para os Jogos Olímpicos (JO) Rio2016. Nos distintos sistemas de qualificação, há muitos nos quais o resultado nos Campeonatos do Mundo é determinante. Outros centram-se na obtenção de determinada marca e há ainda os que valorizam o ranking mundial. Temos ainda modelos em que o atleta conquista a quota garantindo assim a sua participação e outros em que a quota é atribuída ao país.

A canoagem conseguiu seis quotas no Campeonato do Mundo. Fernando Pimenta com uma inédita medalha de bronze no K1 1000 metros assegurou a primeira que veio a ser aumentada para quatro com o quinto lugar do K4 1.000 metros (Fernando Pimenta/Joao Ribeiro/Emanuel SilvaDavid Fernandes). Helder Silvar com um 8.º lugar na C1 200 metros e Teresa Portela com um 9.º em K1 500 terão garantido mais duas vagas. Uma equipa que há anos se destaca no desporto português e que só não foi alargada a mais quatro atletas por umas malfadadas milésimas de segundo (0,018) que impediram o K4 500 Joana VasconcelosFrancisca LaiaBeatriz GomesHelena Rodrigues) de garantir a participação olímpica.

Os Mundiais sucedem-se e resultados como o espetacular desempenho de Nelson Évora, que o levou ao bronze com a sua melhor marca do ano, sinal de superação, ou a decisão técnica que afastou Telma Monteiro podem repetir-se.

A um ano dos JO, Portugal contabiliza duas medalhas de Bronze em Mundiais de disciplinas do programa do Rio2016. Em período homólogo, para Londres2012, o único medalhado era Rui Pedro Bragança no taekwondo, mas, apesar disso, não teve acesso aos JO.

Preparar-se pois estes resultados, os bons e os menos bons, não vão determinar o resultado no Rio 2016.

Mário SantosPresidente FPC 2004-2013 e chefe de missão JO Londres’2012

As qualificações Olímpicas ao último dia – Crónicas de Milão #Planetcanoe #canoagem #Milão2015

Dia mais fresco e com a ameaça de chuva que se viria a confirmar já da parte da tarde para as provas de 5000m. Mas nada conseguiria hoje estragar o dia de festa dos Portugueses, com algumas confirmações de resultados…

Começamos o dia aos 200m e quase imediatamente com a Final B dos 200m com a Teresa Portela. Boa largada mas nunca esteve verdadeiramente em contacto com o pelotão da frente. No final a 8ª posição. Penso que a Qualificação para os Jogos olímpicos do Rio em 2016 no k1 500m deve ter retirado um pouco a motivação à Teresa. No entanto ela já tem o bilhete…

De entre outras provas, chegamos ao k4 1000m masculino Final B. Aqui a luta era importante pelos restantes lugares de apuramento “extra-europa”. Uma luta especialmente interessante para o Continente Americano, uma vez que o Brasil (treinado pelo português Rui Fernandes) tinha uma luta especial com o Canadá e com a Argentina. Leva a melhor a Argentina neste duelo particular.

Depois disto já nada mais parecia interessante nesta parte inicial do dia de competições, e quase perco a final do k1 e k2 500m masculino, onde o René Poulsen (Dinamarca) viria a sagrar-se Campeão do Mundo, fazendo assim a dobradinha nos 1000m e 500m… Ai que ninguém o cala… Nos k2 de referir a vitória dos Australianos seguidos dos Espanhóis. Também passa quase despercebida a dobradinha da Lisa Carrington (Nova Zelândia) que além dos 500m (ontem) viria hoje a ganhar os 200m.

Começamos a preparar para ver o k4 1000m Final A e a tão esperada qualificação, mas deparo-me com a Final A de C2 1000m, onde o “nosso” Isaquias Queiróz volta a fazer das suas e..vence o Título mundial! Que Grande Atleta!  Por motivos também de recolocação de vagas, agora a “sorte” toca a Portugal, com o resultado da C2 nos 1000m a permitir a repescagem do Hélder Silva (C1 200m) para os Jogos Olímpicos do Rio em 2016. Mais uma celebração!!! Continuamos em grande!!! Mas nem podemos festejar (duplamente) pois prepara-se a largada do k4 masculino.

As pernas mesmo cansadas ajudam a chegar a tempo para ver a largada. Todos muito iguais e alguns metros depois a Eslováquia destaca-se não mais perdendo o comando da prova. Mas os nossos Tugas aguentam-se bem e mesmo não tendo entrado no pódio, conseguem a tão desejada qualificação para os Jogos Olímpicos. Assiste-se a um misto de alegria (qualificação Olímpica) e tristeza (não medalha) pelo 5º lugar final. Temos que dar os parabéns a este Bravos, pois a pressão era muita… Numa luta pessoal levamos a melhor sobre a Espanha… Ganhei a aposta…

Finalmente chegada a hora de algum descanso e de carregar as baterias com uma refeição no mais famoso dos Restaurantes de Fast-food…

Da parte da tarde começa a cair a chuva para acalmar os ânimos e preparar para os 5000m.
Primeiros a entrar em acção os C1. Sigo em bicicleta e vejo o primeiro problema na rondagem dos 1250m. Os atletas da frente, onde se incluía o Alemão Sebastian Brendel, enganam-se numa bóia e são obrigados a voltar para trás… Sem exagero perdem uns 200m para o grupo da liderança (ESP, POL e ITA), mas o Brendel é verdadeiramente impressionante na recuperaçãoAinda conseguiu ganhar a provao Tono Campos (ESP, 2º Classificado) dizia que nem acreditava quando o viu reentrar no grupo…Uau…

Segue-se o k1 feminino, onde sem grande surpresa as melhores partiram para a frente. Surpresas na frente: a atleta Espanhola cai e consegue entrar sozinha no barco e continuar a prova! que rapidez. Até o público aplaudia. No entanto encheu o barco de água e não mais recuperou posições. No final viria a ganhar (sem saber que tinha acabado a prova!) a atleta da Bielorrússia.

Fantásticas as anteriores, estávamos ansiosos pela prova masculina… e não nos defraudou… 42 atletas (países) na largada, fazendo disto um excelente evento. Primeira rondagem e todos os favoritos na frente. Antes do final da volta grande, o Argentino tenta acelerar do lado interno do Grupo e…cai à água! Perturba alguns atletas, de entre os quais o Francês Carré que nunca mais viria a entrar no grupo. Max Hoff (alemanha) e o Ken Wallace (Australia) encarregam-se de “rebentar” o Dinamarquês Rene Poulsen e discutir sozinhos a vitória. Que Grande ultrapassagem do Ken ao Max nos últimos 200m. Parecia que o Max era um Atleta de provas de “feira”… Entretanto na luta pelo bronze o Yurenia (BLR) aguentou bem a tentativa de recuperação do Poulsen.

Temos sempre pena que o que é um espectáculo acabe sempre rápido. Termina assim o Mundial 2015, onde existiu alguma polémica pelas condições do local para a realização de uma prova deste calibre.

Agora…FESTAAAAAAA!

Ah, e pode ser que consiga fazer uns relatos do Pré-Olímpico no Rio no início de Setembro… Até breve.

Filipe Pereira

O Bronze num dia de várias emoções – Crónicas de Milão #Planetcanoe #canoagem #Milão2015

Novamente condições ideais para fazer canoagem, e seguramente hoje um dia cheio de emoções…

Logo pela fresca começam as várias discussões pelos resultados dependentes de outros resultados. Daqui a uns anos vamos ter matemáticos a calcular probabilidades de qualificação Olímpica… Conversas de bastidores: “Porque se o Dostal e o Pimenta apurarem o k4, abre para…” E se… entra também o…”. Para muitos a presença na final B passa a ser uma possível final A, pelas possibilidades, ainda que por vezes remotas, de ser repescado pela recolocação de vagas. Confusos? Não, por aqui a coisa é bem pior…

Mas voltando às competições, começamos o dia com as Finais B (e C quando existiam). A primeira que nos deixa muito atentos é a Final B do k1 1000m, que numa situação extrema de recolocação de vagas poderia dar um passe para o Rio 2016. Nesta o Belga Artur Peeters leva a melhor sobre um Francisco Cubelos (ESP) que aparentemente levava algumas algas no leme no final. Cubelos foi o mais rápido nos últimos 250m, passando da 7ª posição para o 2º lugar e com margem mínima para a vitória. Emocionante…

Entretanto passamos para os 200m e o k2 masculino, onde a Final B tinha algumas presenças que tudo indicavam poder ter estado na Final A (Espanha, Itália, etc). Vencem os espanhóis para desalento dos Italianos que se ficam pela 2ª posição e no 11º posto da geral.

E finalmente na comitiva Portuguesa começamos a demonstrar algum nervosismo, até porque se aproximavam as principais competições. A primeira a entrar em prova foi a Teresa Portela, que nos representava no k1 500m. Depois de uma excelente partida denotou-se alguma abaixamento de ritmo na Teresa que a levou a entrar na última posição na linha de meta. Talvez já tranquila pela qualificação Olímpica e a pensar no k1 200m que viria mais adiante. No entanto de realçar a excelente prestação na semifinal que a levou a esta final.

Voltamos a pedalar mas desta vez até aos 1000m, onde estavam já a preparar a largada do Fernando Pimenta. Sem comentários… Até a minha camisola da Equipa Nacional eu perdi de tanta emoção. Quem seguiu em bicicleta ia emocionado pois a coisa parecia ir a “correr bem”… Nos últimos 250m o Fernando faz uma subida que parecia indicar que poderia… Mas o Poulsen acabou rapidamente com esse sonho e o Fernando acabaria mesmo por ser ultrapassado pelo Josef Dostal (Rep Checa) nos metros finais. 3º lugar final soube a pouco pelo que o Fernando fez, mas alguns estávamos aos pulos de alegria…A primeira medalha de bronze de Portugal num Mundial de k1 1000m. Agora outra destas só em 2017… Mas com a certeza que vai ser melhor…

Passamos novamente para os 200m pois era a vez do Hélder Silva remar a final do C1 200m. Depois de uma largada fabulosa e estando mesmo a lutar com os melhores, acabou por ser ultrapassado por vários adversários, tendo terminado na 8ª posição que não lhe dá acesso ao Rio 2016 neste Mundial. No entanto restam 2 vagas Europeias no próximo ano que temos a certeza o Helder vai conseguir obter uma delas. De realçar que a medalha de Bronze vai para…um atleta que rema C1 1000m!!! Isaquias Queiroz do Brasil decide remar o C1 200m para tentar obter a vaga do Brasil nesta distância (ele já tem garantida a vaga no C1 1000m como país organizador), e obtém a medalha de bronze…Festa no Brasil!!!

Algures aqui pelo meio assistimos a uma situação caricata. A final de k2 200m masculinos seria repetida depois de uma falsa largada que quase ninguém parou… Na final iriam ser o Húngaros a vencer, relegando a Rússia para a segunda posição.

Chega a hora do k2 1000m. Italianos com uma largada fulgurante mas que se revela um pouco suicida. Viriam a terminar em 8º e fora dos lugares de qualificação. O famoso sprint final alemão viria a ser decisivo relegando os Australianos para a segunda posição e a Sérbia para o 3º lugar.

Descansamos um pouco as pernas de tanta emoção e bicicleta, e passamos à emoção dos 200m com as semifinais.

Imediatamente entra em acção a nossa Teresa Portela. Um brilhante 3º posto, mas insuficiente no tempo para o apuramento como melhor tempo.

Começávamos já a pensar na semifinal do k4 1000m masculino, mas ainda havia tempo para emoções e surpresas. k1 200m masculino semifinais. Grandes nomes da distância a ficarem para Finais B (Campeão Olímpico Edward Mckeever) e Finais C (Saúl Craviotto de Espanha e Marko Dragosavljevic da Sérvia).

Chega a hora da tão esperada semifinal do nosso k4. Depois de uma largada algo mais cuidadosa da de ontem das eliminatórias, conseguem vencer e mostrar um excelente controlo da prova. Temos barco para a final… Para alegria pessoal a Espanha também se classifica para a Final A.

Chega para nós a última prova do dia com o k4 500m feminino. Primeiros 250m na frente e as nossas emoções a virem ao de cima com esta surpresa. No entanto viriam a fazer o 7º tempo nos últimos 250m, relegando-as para a 4ª posição por… 0.018″!!! Foi tão pequena a distância que separava o acesso à Final A, que alguns estávamos incrédulos no que acabávamos de ver… Afinal relegadas para a Final B!

Por isso um dia cheio de emoções positivas e menos positivas, mas com Portugal a mostrar que como equipa é dos mais respeitados. Como exemplo volto a referir que a potência (económica) da Equipa da Casa (Itália) não colocou nenhum barco nos lugares olímpicos.

Amanhã emoções finais…

Os K4 Portugueses e os 200m femininos – Crónicas de Milão #Planetcanoe #canoagem #Milão2015

Um dia muito esperado principalmente pela entrada em competição dos nossos k4 (masculino e feminino). Mas outras competições aconteceram e com resultados surpreendentes.

No entanto as primeiras conversas dirigem-se para o k2 500m feminino de ontem, e os resultados ainda possíveis. Na minha crónica de ontem fazia entender que o k2 Português da Joana/Beatriz já estariam eliminadas do apuramento olímpico. Como em Portugal nós somos adeptos das contas finais, ainda existem algumas combinações que possam levar a essa qualificação olímpica tão desejada. Fazemos força para que isso aconteça.

O dia de hoje de competições começa com as eliminatórias do k1 200m feminino, e com a presença da nossa Teresa Portela. Mais uma vez todas as favoritas a apurarem-se sem grandes dificuldades para a seguinte fase, que decorrerá amanhã. A Teresa entra na 4ª posição mas parece nitidamente dosear o seu esforço, talvez para recuperar ainda dos 500m do dia anterior.

Logo de seguida entram as C1 200m femininas. O facto de se tornar em 2020 (tudo indica que sim) disciplina olímpica da Canoagem causa uma surpresa geral com 5 eliminatórias. E surpreendem também com o nível apresentado e não somente pelo número de presenças. 48 segundos em 200m para as da frente

Apesar de ainda se terem realizado mais algumas competições, toda a nossa atenção está voltada para o k4 1000m. Ainda com algumas dores nas pernas dos muitos km em bicicleta do dia anterior, lá nos encontramos alguns Portugueses entre os que utilizam este meio para seguir as competições. 1ª eliminatória ganha pelos Checos, actuais campeões do Mundo. Nitidamente a controlarem os adversários e a conseguirem ganhar com margem suficiente para afirmarem que são novamente candidatos. 2ª eliminatória e partida canhão da equipa portuguesa. A todos nos pareceu que a equipa levava um ritmo alto de pagaiada. No entanto esse ritmo um pouco elevado permitiria a recuperação final da SVK [Eslováquia]e consequente vitória (por 0,06 segundos) e qualificação directa para a final. Portugal é assim relegado para a semi-final com o 2º melhor tempo das eliminatórias!!! O desporto nem sempre é justo… Respiramos fundo e voltamos para a largada para vermos a 3ª eliminatória, que viria a ser controlada pela Hungria. Fiquem tranquilos, pois por aqui já fomos conversando e vamos ganhar a semi-final…

Rapidamente passam para a distância dos 500m e entram novamente em acção os Portugueses em k4, mas desta vez as nossas meninas (Joana, Beatriz, Francisca e Helena). depois de uma largada rápida que é característica desta embarcação, o barco nacional perde alguma vitalidade e termina na 6ª posição na eliminatória mas a passar à seguinte fase. Surpreende-nos novamente a prestação da equipa da casa a Itália, que no k4 feminino não consegue passar das eliminatórias.

Continuamos a fazer mais uns km em bicicleta e vamos vendo algumas provas de 500m, onde os favoritos passam facilmente à seguinte fase. Entramos imediatamente nas conversas sobre o dia de amanhã que se revela bem importante para nós. Vamos ter as tão esperadas finais (C1 200m Masculino, k1 500m Feminino e k1 1000m masculino), além da semi-final do k4.

Vamos, Portugal!!!!!!!!!!!!!!

Ah, esquecia-me de dizer que a Claque das Quinas já vai sendo enorme. Assim de cabeça posso referir que a maior comitiva é a de Ponte de Lima

Filipe Pereira

As semifinais – Crónicas de Milão #canoagem #ICFsprint @Planetcanoe

Filipe Pereira, em Milão 20/08/2015 – foto de FPC

Ao chegar encontramos o lago em condições excelentes para a Canoagem. Não fosse verificar-se ainda a presença de algumas algas no campo de regatas, e seria mesmo uma pista 5 estrelas.

Logo pela manhã assistimos às primeiras eliminatórias de 1000m, 500m e 200m, entre as quais algumas das tão esperadas distâncias olímpicas.

De Portugal a primeira a entrar em acção foi a Teresa Portela no K1 500m. Apesar de uma boa largada teve um final um pouco menos forte e deixou-se ficar pela 3ª posição final na chegada. No entanto ao serem apurados um grupo enorme de atletas de cada eliminatória, a Teresa não teve qualquer dificuldade em passar à seguinte fase (semifinal). Depois foi a vez do Fernando Pimenta, K2 da Joana Vasconcelos/Beatriz Gomes e também do nosso representante em C1 Hélder Silva. O Fernando Pimenta a passar à semifinal com mais facilidade, mas ambas as embarcações a seguirem em frente. Pessoalmente surpreendeu-me a forma fácil como o Hélder venceu a eliminatória.

Das restantes competições assistimos à passagem clara de todos os grandes favoritos para a seguinte fase. No entanto cabe destacar a desclassificação do K2 da Dinamarca nos 1000m onde estava presente o Rene Poulsen. Pensamos devido a algum percalço na largada mas tendo sido interpretado pelo juiz de largada como falsa largada e consequente eliminação da competição.

Já depois de uma pequena pausa para o almoço, podemos assistir às excelentes prestações dos nossos atletas da Paracanoagem nas Finais B. Norberto termina na excelente 2ª posição (11º Mundial) e o Paulo na 5ª posição (14º Mundial). Um Grande aplauso para estes atletas que se bateram de uma forma fantástica.

Já da parte da tarde pudemos assistir às semifinais de todas as competições iniciadas na parte da manhã. Da passagem à seguinte fase (finais) depende a qualificação (ou não) para os Jogos Olímpicos. Por isso são sempre momentos de muita ansiedade e expectativa… Momentos duros… O público parece aperceber-se disso e comparecem em grande número, aumentando a espectacularidade do evento.

Começamos novamente pela Teresa Portela, que tinha ido parar a uma semifinal algo complicada com a presença de pelo menos duas atletas de renome. No entanto devido a uma excelente largada e uma parte final fantástica foi capaz de bater a Francesa Guyot e garantir a primeira presença portuguesa na final.

Segue-se o Fernando Pimenta no k1 1000m, onde se destacava “apenas” a presença do búlgaro Kirshev como o grande adversário. Momentos após a largada viu-se que o Fernando não teria qualquer oposição e entraria com confortável vantagem para a tão esperada final.

Seguidamente o K2 da Joana/Beatriz não consegue seguir a tendência dos companheiros anteriores e não entra nos lugares de apuramento para a final. Assim sendo poderão agora focar-se a 100% no K4, que ao ser apurado permitiria depois fazer também o K2 no Rio de Janeiro.

Terminamos a presença Portuguesa em grande com a vitória na semifinal dos 200m em C1 do Hélder. Sabemos do valor deste atleta, mas da minha parte continuo surpreendido com a facilidade como está a vencer todas as provas onde entra. Esperemos que seja assim na final…

Ambiente muito optimista na comitiva portuguesa. 

Quanto aos outros intervenientes, algumas surpresas e outros resultados mais dentro da normalidade. A maior parte dos favoritos passam à fase final, mas alguns resultados são de salientar. A equipa da “casa” Itália com enormes dificuldades para entrar nas finais, tendo sido a grande surpresa o K2 1000m do Dressino/Ripamonti a apurarem-se para a final à frente de atletas de países potencialmente mais fortes.

Esperamos ansiosamente pelas finais destas competições que irão decorrer no sábado. Amanhã damos descanso a alguns destes atletas para passar a outras embarcações. Aqui estarei ao final da jornada a contar a minha versão dos eventos. Agora vou descansar dos muitos km feitos em bicicleta para acompanhar algumas das provas.

Horário provas dos portugueses Mundial Velocidade #ICFsprint #Milano2015 #PlanetCanoe

Site da prova – AQUI

Canal de Youtube – AQUI

19/08/2015 – Hora de Lisboa (Milão + 1 hora)

07:14 – Race 3 – KL1 – Heat 1 – Paulo Santos – 4º lugar

09:20 – Race 11 – KL2 – Heat 1 – Norberto Mourão – 7º lugar

14:24 – Race 31 – KL1 – SF2 – Paulo Santos – 5º lugar – apurado FB

14:52 – Race 33 – KL2 – SF2 – Norberto Mourão – 7º lugar – apurado FB

20/08/2015 – Hora de Lisboa (Milão + 1 hora)

08:12 – Race 53 – K1 500m W – Heat 5 – Teresa Portela – 3º lugar – apurada SF

Plano E – 1/6 SF – Na SF 1/2 FA + next BT

09:14 – Race 62 – K1 1000m – Heat 5 – Fernando Pimenta – 1º lugar – apurado SF

Plano F – 1/5 SF – Na SF 1/2 FA + next BT to FA

10:50 – Race 77 – C1 200m – Heat 3 – Hélder Silva – 1º lugar  – apurado SF

Plano D – 1/7 SF – Na SF 1/2 + 3º BT para FA

11:22 – Race 82 – K2 500 W – Heat 3 – Joana Vasconcelos / Beatriz Gomes – 5º lugar – apuradas SF

Plano C – 1/6 SF – Na SF 1/3 para FA

13:00 – Race 43 – KL2 – Final B – Norberto Mourão – 2º lugar

13:40 – Race 91 – KL1 – Final B – Paulo Santos – 5º lugar

14:48 – Race 97 – K1 500m W – SF2 – Teresa Portela – 2º lugar – apurada FA

1/2 FA + next BT

15:22 – Race 102 – K1 1000m – SF1- Fernando Pimenta – 1º lugar – apurado FA

1/2 FA + next BT

16:52 – Race 116 – C1 200m – SF3 – Hélder Silva – 1º lugar – apurado FA

SF 1/2 + 3º BT para FA

17:07 – Race 118 – K2 500 W – SF1 – Joana Vasconcelos / Beatriz Gomes – 5º lugar – apuradas FB

1/3 para FA

21/08/2015 – Hora de Lisboa (Milão + 1 hora)

07:55 – Race 130 – K1 200m W – Heat 6 – Teresa Portela – 4º lugar – apurada SF

Plano E – 1/6 SF – Na SF 1/2 FA + next BT

08:35 – Race 138 – C1 200m W – Heat 1 – Maria Santos – 7º lugar – apurada SF

Plano D – 1/7 SF – Na SF 1/2 + 3º BT para FA

10:06 – Race 153 – K4 1000m – Heat 2 – F.Pimenta/ E.Silva/ J.Ribeiro/ D.Fernandes – 2º lugar

Plano B – 1º FA, 2/7 SF, rest out – Na SF 1/3 FA

10:24 – Race 155 – K4 500m W – Heat 1 – J.Vasconcelos/ F.Laia/ B.Gomes/ H.Rodrigues – 5º lugar

Plano B – 1º FA, 2/7 SF, rest out – Na SF 1/3 FA

22/08/2015 – Hora de Lisboa (Milão + 1 hora)

08:59 – Race 204- K2 500m W – FB – J.Vasconcelos/ B.Gomes

6 primeiras da FA qualificam para Rio2016 – devem aguardar resultados do K4W 500m para verificar novas vagas

09:32 – Race 208 – K1 500m W – FA – Teresa Portela

7 primeiros qualificam para Rio2016

09:52 – Race 210 – K1 1000m – FA – Fernando Pimenta 

7 primeiros qualificam para Rio2016

10:19 – Race 213- C1 200m – FA – Hélder Silva 

7 primeiros qualificam para Rio2016

13:10 – Race 219 – K1 200m W – SF3 – Teresa Portela

1/2 FA + next BT

13:55 – Race 228 – C1 200m W – SF4 – Maria Santos 

1/2 + 3º BT para FA

14:48 – Race 236 – K4 1000m – SF2 – F.Pimenta/ E.Silva/ J.Ribeiro/ D.Fernandes 

1/3 FA

14:58 – Race 237 – K4 500m W -SF1 – J.Vasconcelos/ F.Laia/ B.Gomes/ H.Rodrigues 

1/3 FA

23/08/2015 – Hora de Lisboa (Milão + 1 hora)

07:30 – RACE 241 -K1 200m W – Final B – Teresa Portela
07:45 – RACE 244 – C1 200m W – Final C  – Maria Santos
08:27 – RACE 247 – K4 500m W – Final B  – J.Vasconcelos/ F.Laia/ B.Gomes/ H.Rodrigues
10:51 – RACE 266 – K4 1000m – SF2  – F.Pimenta/ E.Silva/ J.Ribeiro/ D.Fernandes

Canoagem: hora H!

A BOLA 14/08/2015 – sem link – Foto Balint Vekassy (ICF)

Como o título diz, chegou o momento de todas as decisões na canoagem. A partir de quarta-feira, decorre em Milão o Campeonato do Mundo que apura para os Jogos Olímpicos do Rio2016. Portugal apresenta, nas provas do programa olímpico, uma equipa de 10 canoístas que competirão em sete eventos.

Comparando com a equipa que em 2011 tentou a qualificação para Londres2012, verificam-se poucas alterações. Em 2011 participamos em nove eventos olímpicos, com 11 atletas. Nos 1000 metros masculinos competiu no K1 (Fernando Pimenta), no K2 (Joao Ribeiro Emanuel Silva) e o K4 (Fernando Pimenta/João Ribeiro/Emanuel Silva/David Fernandes. Agora tudo se mantêm com exceção do K2 1000. Na altura, tal como agora, Fernando Pimenta foi o canoísta do K1 1.000. No sector feminino (K1 200 e 500, K2 e K4 500) a equipa é a mesma, com a integração da jovem Francisca Laia no K4 com Joana VasconcelosBeatriz Gomes e Helena Rodrigues face à saída de Teresa Portela que agora faz apenas K1 500 e 200.

Apesar de competir sensivelmente com os mesmo atletas, nas mesmas distâncias e com as mesmas tripulações, a realidade agora é outra. Em 2011, a canoagem portuguesa era uma ‘outsider’ no desporto nacional. Agora está sob os holofotes dos Media, sob o olhar atento dos seus adversários e, sobretudo, com um currículo desportivo mais consistente, enfrentando, por isso, este desafio num patamar de exigência diferente.

A canoagem tem um sistema de apuramento muito seletivo que só garante a qualificação olímpica direta com um lugar entre os seis primeiros. O treino está feito, mas os dias da competição são fundamentais: qualquer erro paga-se com preço bem elevado. Estamos habituados a que os nossos canoístas se superem. Os portugueses confiam que esse espírito nos vai levar até ao desejado Rio2016!

Mário SantosPresidente FPC 2004-2013 e chefe de missão JO Londres’2012

As contas da Qualificação Olímpica dos K4 (masculino e feminino) #canoagem #Rio2016

COMO FUNCIONA O APURAMENTO DOS K4 (Masculino e Feminino)?

As cotas de qualificação serão todas atribuídas no Campeonato do Mundo de 2015 em Milão, de 20 a 23 de Agosto, ou seja, não há 2ª oportunidade para as embarcações K4.

Os 10 melhores países do Mundial de 2015 recebem, cada um, quatro (4) cotas de atleta.

Têm de estar representados, pelo menos, quatro (4) continentes nos dez (10) primeiros países.

Caso haja menos de quatro (4) continentes representados nos dez (10) primeiros países, então a cota de qualificação do décimo (10º), nono (9º) e se necessário do oitavo (8º) país classificado no Mundial de 2015 será atribuída aos países dos continentes sem cota de K4 atribuídas.

EXEMPLOS PRÁTICOS: Se tomarmos como exemplo os resultados do Mundial de Moscovo de 2014, estes eram os países qualificados para os Jogos.

Mundial Moscovo 2014 K4 1000m Masculino: A final de Moscovo de 2014 de K4 1000m masculino, só tinha tripulações Europeias na final A, por isso, tínhamos qualificados para os Jogos Olímpicos as seguintes equipas: 1.CZE, 2.POR, 3.HUN, 4.SRB, 5.SVK, 6.RUS, 7.BLR (7 primeiras qualificadas da FA) e 8.AUS (1ª FB), 9.CAN (6ªFB) e 10.CHN (8ºFB). Ficando de fora o Cazaquistão e a Espanha (8º e 9º [DNF] classificados da FA). (Ver as classificações das finais A e B mais abaixo para ficar com uma perspectiva melhor)

Mundial Moscovo 2014 K4 500m Feminino: Na final A estiveram presentes 8 equipas Europeias mais a China o que quer dizer que estariam apuradas para os Jogos Olímpicos, as seguintes equipas: 1. HUN, 2.POL, 3.BLR, 4.GER, 5.CHN, 6.RUS, 7.GBR, 8.ESP, (8 primeiras qualificadas da FA) e 9.CAN (1ª FB), e 10.AUS (4º FB). Ficando de fora a Roménia (9ª classificada da FA). (Ver as classificações das finais A e B mais abaixo para ficar com uma perspectiva melhor)

EM QUE LUGAR TÊM DE FICAR OS PORTUGUESES PARA CONSEGUIREM O APURAMENTO (Masculino e Feminino)?

De modo a não ficarmos dependendo de terceiros o 7º lugar na final A de K4 1000m e de K4 500m feminino garantem as quatro (4) cotas de apuramento para homens e mulheres.

Classificações entre o 8º e o 10º lugar vão deixar o apuramento Olímpico condicionado à presença de equipas da América, Ásia e Oceânia à frente das equipas portuguesas.

PORQUÊ APOSTAR NOS K4 (Masculino e Feminino)?

Apostar nos K4 tem riscos mas os riscos podem compensar (e muito) porque as cotas de atletas, atribuídas à embarcação K4 1000m e 500m, podem ser utilizadas no K1 ou K2 1000m e 200m nos Jogos no Brasil, ou seja apurando os K4 Portugal pode desdobrar a tripulação para as provas de K1 e K2.

MAIS LUGARES DE APURAMENTO NÃO GARANTEM MAIS COTAS PARA PORTUGAL?

Não! O(s) mesmo(s)  atletas() pode(m) competir em K1, K2 e K4 nas provas de qualificação Olímpica no entanto, o atleta adquire apenas uma (1) cota de atleta no Mundial para o seu país, independentemente do número de lugares ou embarcações que o atleta tente qualificar.

(Por exemplo: Na situação de Fernando Pimenta apurar em K1 1000m e em K4 1000m, Portugal alcança 5 lugares qualificáveis nos kayaks masculinos mas recebe apenas quatro (4) cotas pelo K4 1000m e a cota de qualificação no K1 1000m passa para o atleta seguinte com melhor ranking no K1 1000m, no Campeonato do Mundo)

Exemplo prático com base nos resultados do Mundial de Moscovo de 2014:

Mundial Moscovo 2014 K4 1000m Masculino

Classificação Final A

1.CZE – Apurados (1)

2.POR – Apurados (2)

3.HUN – Apurados (3)

4.SRB – Apurados (4)

5.SVK – Apurados (5)

6.RUS – Apurados (6)

7.BLR – Apurados (7)

8.KAZ – Não apurados – a cota é atribuída ao Canadá em representação da América

9.ESP – Não apurados – a cota é atribuída à China em representação da Ásia

Classificação Final B

10.AUS – Apurados (8) – Em representação da Oceânia

11.POL Não apurados

12.ITA Não apurados

13.GER Não apurados

14.ROU Não apurados

15.CAN – Apurados (9) – Em representação da América

16.NZL Não apurados

17.CHN – Apurados (10) – Em representação da Ásia

18.DEN

Mundial Moscovo 2014 K4 500m Feminino

Classificação Final A

1.HUN – Apuradas (1)

2.POL – Apuradas (2)

3.BLR – Apuradas (3)

4.GER – Apuradas (4)

5.CHN – Apuradas (5) – Em representação da Ásia

6.RUS – Apuradas (6)

7.GBR – Apuradas (7)

8.ESP – Apuradas (8)

9.ROU – Não apuradas – a cota é atribuída à Austrália em representação da Oceânia

Classificação Final B

10.CAN – Apuradas (9) – Em representação da América

11.SWE – Não apuradas

12.POR – Não apuradas

13.AUS – Apuradas (10) – Em representação da Oceânia

14.NZL – Não apuradas

15.FRA – Não apuradas

16.DEN – Não apuradas

17.UZB – Não apuradas

18.CZE – Não apuradas

Seleção feminina em estágio na Polónia a 135 graus negativos

Jornal Record, 21/07/2015 link aqui

Atletas submeteram-se a sessões de crioterapia.

Chegar de um treino intenso ou de uma competição e colocar-se de imediato numa banheira de água gelada. Este é um dos procedimentos muito usado pelos desportistas para evitarem inflamações e facilitarem a recuperação. Mas claro, dado a temperatura muito baixa, não podem estar muito tempo nestas condições.

A Seleção Nacional feminina conhece bem estes procedimentos, mas na Polónia teve condições mais profissionais, ou seja, em vez de uma banheira de gelo, esteve numa câmara de crioterapia, onde as temperaturas chegaram a atingir os 135 graus negativos.

Beatriz Gomes, Helena Rodrigues, Joana Vasconcelos, Maria Cabrita e Francisca Laia estiveram três semanas num centro de estágios de Walcz, infraestrutura que recebe várias modalidades, como o voleibol, basquetebol, remo e naturalmente a canoagem. Duas vezes por semanas, quase sempre após o treino da manhã, as cinco atletas entravam para a câmara e lá ficavam… três minutos, a temperaturas sempre abaixo dos 100 graus. “Quase sempre era a 125, mas na última vez foi a 135 graus negativos”, explicou Francisca Laia, a mais nova do quinteto que, aos 21 anos, viveu a experiência pela primeira vez. 

Proteção

Dado as condições extremas a que estavam submetidas na câmara de crioterapia, era pois necessário proteger as partes mais frágeis do corpo, como as mãos, pés – usavam ainda um calçado especial para não colarem ao solo –, boca e nariz.

O estágio na Polónia faz parte, pois, da preparação tendo em vista o grande objetivo do ano, que é o apuramento olímpico para o Rio’2016 e que vai acontecer em agosto, por ocasião do Campeonato do Mundo a disputar em Milão. 

Francisca Laia: «Senti-me muito bem»

A benjamim da equipa confessou que estava um pouco cética quanto a entrar numa câmara a 135 graus negativos. “Tinha a sensação de que não iria gostar de estar lá dentro. Mas depois foi ótimo. Senti-me muito bem quando saía”, disse Francisca Laia. E o que faziam durante os 3 m? “Caminhávamos devagar à volta da sala.”

Antes do Mundial de agosto, Laia e Maria Cabrita participam noutro Mundial, sub-23, já a partir de 5.ª feira em Montemor-o-Velho. Mas antes, ou seja, amanhã, Francisca Laia vai fazer um exame, o que falta para completar o 3.º ano do curso de Medicina e ficar já licenciada em Ciências Básicas da Saúde. 

Ryszard Hoppe: «Excelentes condições»

Se há pessoa que conhece bem o local onde a Seleção feminina realizou o estágio de três semanas, é Ryszard Hoppe. “Fica a 120 km da minha terra natal. Fui lá a 1.ª vez como atleta, há 49 anos. Mudou entretanto muito coisa, sendo hoje um centro de estágio que tem todas as condições: piscina, sauna, banho turco, ginásios, crioterapia, para além de excelentes condições de alimentação e da água para a prática da canoagem.”

O selecionador nacional diz que o estágio resultou “num balanço muito positivo. Foram três semanas, preparámo-nos para o Mundial de sub-23, mas principalmente o de agosto, que é o mais importante, de apuramento olímpico.”