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Entrevista a Sarah Guyot – Equipa de França prepara-se para o Rio

Foto Alain Urban

Original Canoe Kayak Mag, adaptado de Sportscene.tv

Há algumas semanas atrás as equipas de França estavam a treinar por idade e categoria. Os juniores em Nancy, os seniores em Vaires-sur-Marne e as mulheres em Cesson-Sévigné sob liderança de Claudine Leroux.

Oito mulheres** treinaram tripulações de segunda a sexta em Rennes e Mur de Bretagne. O primeiro estágio da época foi dedicado à coesão, adaptação e técnica em tripulações. “Dá-me uma perspectiva da equipa antes do período de inverno”, explica Claudine Leroux, treinadora da equipa de França de kayaks mulheres. “Estabeleci como prioridade as tripulações mas também variei os treinos para aferir a especialização de cada uma antes do início do inverno.”

Houve alterações nos K2 e K4 para evidenciar as qualidades de cada uma. “ O Rio e os Mundiais de 2015, estão muito perto, são amanhã afirmou Claudine Leroux. Para conseguires vagas tens de definir uma estratégia e para isso tens de saber os pontos fortes e as limitações de cada uma das atletas. Consegui definir a melhor voga para o K4 e a predisposição de cada uma para as outras posições e ao juntar as Sub-23 consegui identificar as melhores qualidades destas atletas.”

O próximo encontro está previsto para Dezembro com os testes de ginásio e corrida antes do estágio de preparação geral (bicicleta, corrida, natação e ginásio) com uma equipa mais pequena em Lanzarote em Janeiro.

** Sarah Guyot, Sarah Troel, Léa Jamelot, Joanne Mayer, Amandine Lhote, Gabrielle Tuleu, Léa Caurant e Caroline Constancis

Entrevista Sarah Guyot

Sarah Guyot, a melhor canoísta francesa, fez uma excelente época em 2014, vencendo 2 títulos nos Europeus de Sub-23 em K1 500 metros e K1 200 metros e ao terminar em 5º lugar em K1 200 metros nos Mundiais de Moscovo. Ela fez connosco um balanço da época, do seu progresso e objectivos.

Sarah, como revês a época de 2014, foi emotiva?

“Num misto de sensações porque fiquei contente com os títulos e a final de 200 metros em Moscovo mas lamento e tenho algumas dúvidas em relação aos 500 metros. Este ano fui melhor nos 200 metros porque treinei mais essa distância o que me permitiu fazer boas provas. Nos 500 metros tive muitas dúvidas e acho que isso me fez perder a estratégia. Tenho que trabalhar esse aspecto da prova.”

Evoluíste muito desde o teu título de K1 500 metros nos Mundiais de Sub-23 [Niagara – Canadá]. Como explicas isso?

“Depois dos Jogos de Olímpicos de 2012 fiz uma introspecção. Mudei tudo: a forma de treinar, as pessoas à minha volta e redefini os objectos que teria de alcançar para evoluir. Reflecti sobre o que a canoagem é para mim, o que pretendia e como me via neste desporto o que obviamente me ajudou. Não encontro outra explicação. Era necessário e agora estou a colher os frutos disso. Desde aí, em todos os treinos, aplico-me para evoluir e é uma dedicação constante e fundamental.”

Estás neste momento a treinar com a equipa feminina de França. Com a chegada do inverno queres ir treinar para fora, em regiões mais quentes, com estrangeiros como alguns dos homens fazem?

“Sim, eu gostava de um fazer mas não é a altura ideal para mim porque durante o inverno eu aplico-me muito nos meus estudos (está a estudar fisioterapia). Ainda me faltam 3 anos e quero dedicar-me aos estudos. Depois de me licenciar, porque não? Gostaria de experimentar a experiência de treinar num ambiente competitivo.”

A próxima época vai ser decisiva para os Jogos e das famosas quotas. Como antevês isso?

“É um ano chave para o acesso ao Rio mas não quero antecipar muito as coisas. Obviamente receio não me qualificar mas o certo é que neste momento ainda não defini a minha estratégia. Posso especializar-me numa distância mas é uma grande decisão e ainda não tenho a certeza de querer perder uma distância.”

200 metros ou 500 metros, o que preferes?

“Prefiro claramente os 200 metros porque sou melhor mas também porque na época passada não consegui acertar com a estratégia para os 500 metros.”

Para conseguir uma vaga estás disposta a correr em tripulações? Gostavas de o fazer?

“Não quero fechar nenhuma porta. As tripulações podem interessar-me mas neste momento concentro-me em alcançar todo o meu potencial no K1. Posso entrar numa tripulação se essa for a melhor equipa possível que consiga o melhor resultado possível. Não é fácil quando és bom no K1 e estás habituado a fazer provas individuais, pensar voltar a correr em tripulações, no entanto, não quero eliminar essa possibilidade.”