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Retrospectiva 2014: Assumido fracasso da canoagem angolana #Angola #canoagem

Luanda – O vice-presidente da Federação Angolana de Desportos Náuticos, Francisco Freire, considerou hoje, em Luanda, negativo o balanço das actividades de 2014 a nível da canoagem, devido às constantes falhas registadas em competições nacionais e internacionais.

Falando à Angop sobre o desempenho em 2014, o responsável justificou-se com o facto de nesse ano não ter conseguido realizar qualquer prova internacional, nem participar em competições internacionais.

Explicou também que o outro caso que trouxe uma carga negativa ao desenvolvimento da modalidade foi o facto de atletas influentes, com realce para Fortunato Pacavira e Nelson Henriques, terem sido afastados das suas actividades devido a conflitos de legalização na federação.

Esta atitude da direcção da federação fez com que o programa não fosse cumprido na íntegra. Os canoistas deixaram de treinar e a federação tardava a regularização das notificações das organizações internacionais, situação que os impedia de competir.

Francisco Freire frisou também ter notado falta de vontade dos membros da federação na continuidade do projecto de evolução da canoagem ao alto nível, pois o país estava credenciado para participar nos jogos da juventude de Bostwana 2014, mas estes não se mostraram interessados.

Referiu que igualmente não competiram no mundial da Russia 2014, que já estava quase tudo confirmado, dado o interesse que a federação internacional tem em acompanhar o angolano Josimar Andrade. Não foi possível a viagem da equipa por falta de apoio interno de membros da federação nacional.

Disse que, sendo vice-presidente para canoagem, ainda tentou várias vezes intervir para salvar a paragem que se registava no sector, mas foi insuficiente para convencer os gestores da instituição nacional.

Freire defendeu a intervenção do Ministério da Juventude e Desportos, fazendo inspecção ou inquérito, “para manter o bom nome que o país conquistou através da canoagem, em África e no Mundo, bem como para evitar que estes atletas abandonem prematuramente a modalidade”.

Agência Angola Press – 8/1/2015

Comité Olímpico Angolano instado a fazer mais para icentivar a participação desportiva #Angola #canoagem #PlanetCanoe

O Secretário de Estado para a política desportiva, Albino da Conceição, encorajou a Associação dos atletas olímpicos de Angola (AAOA) a prosseguir com ações de mobilização da população para o envolvimento no desporto.

Albino da Conceição proferia o discurso de abertura da Palestra subordinada ao tema “Memórias do desporto e Olimpismo Nacional” que teve como prelectores Rui Mingas (Antigo secretário de Estado de educação Física e Desporto), Sardinha de Castro (ex-Ministro dos Desportos), Germano Araújo e Rogério Silva (Antigos Presidentes do COA).

O secretário de Estado admitiu que, nos dias de hoje, há mais distracções e oportunidades para os jovens mas que a participação desportiva reveste-se de muito mais seriedade e importância.

O grande objectivo, disse, é “trabalhar para ter grandes atletas Olímpicos”.

Após a independência de Portugal em 1975, Angola participou nos Jogos Olímpicos, 5 anos depois, em Moscovo e depois de ter faltado aos Jogos de Los Angeles 1984, competiram nas últimas 7 edições mas ainda não alcançaram qualquer medalha.

Em Londres’2012, uma forte comitiva de 35 atletas, competiu em 7 desportos, incluindo o Andebol e Basquetebol feminino, com destaque para o 12º lugar de Nelson Henriques e Fortunato Pacavira na C2 1000m na canoagem.

No início do ano nos Jogos da Juventude Africanos no vizinho Botswana, Angola alcançou uma medalha de ouro no basquetebol masculino de 3×3 batendo o Egipto na final por 21-15.

Inside the Games, 4/11/2014

Canoagem angolana pode falhar jogos olímpicos 2016 – #ICFsprint #PlanetCanoe

Foto António Escrivão

Luanda – A canoagem angolana corre o risco de não participar nos próximos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, devido à carência de verba registada na Federação Angolana dos Desportos Náuticos, soube hoje Angop do seu antifo presidente Rui Sanches

Falando à Angop a propósito do estado actual da modalidade nos país, o também promotor do Remo e Canoagem acrescentou que nos últimos tempos o conjunto angolano, constituído por Fortunato Pacavira e Nelson Henriques, que brilharam nos Jogos olímpicos de 2008, na China, e 2012 na Inglaterra, tem estado parado na preparação por falta de condições de trabalho.

Afirmou igualmente que, por causa desta ausência de dinheiro e apoio, o conjunto não foi capaz de participar nos principais eventos internacionais para melhoria do nível de exibição, factor que pode ser repetitivo no grande circuito que pode ditar a qualificação dos participantes, a ser realizado na Europa em 2015.

“Os atletas não têm treinado e isso pode contribuir para mau estado de forma dos canoistas nacionais. Penso ser importante que haja mais apoio do Ministério da Juventude e Desportos e do Comité Olímpico Angolano (COA) para resolução do caso, visando facilitar o entrosamento e a presença de Angola no Rio de Janeiro”, frisou.

Angola chegou a atingir o sexto lugar da final B dos 1000 metros de canoagem C1, por intermédio de Fortunato Pacavira, que completou o percurso em cerca de 4 minutos e 35 segundos, garantindo o 14º posto no ranking geral dos Jogos Olímpicos de Londres.

Original Agência Angola Press, 21/10 [AQUI]

CANOAGEM EM ANGOLA

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A modalidade surgiu em Angola a partir do ano 2000. Foi a partir daí que se projectou e construiu-se o primeiro caiáque a navegar por águas angolanas. A primeira participação do num campeonato de canoagem foi em 2003, na Tunísia.

A canoagem em Angola sobrevive graças a duas agremiações – o clube Naval e o clube Náutico, ambos de Luanda. “No tempo colonial não tínhamos canoagem. Hoje, estes clubes têm dado grande atenção à modalidade”, conta Francisco Freire, vice-presidente da Federação Angolana de Desportos Náuticos e também selecionador nacional.

Foi graças aos clubes que se deram os primeiros passos em termos de participação nas competições, aos níveis do continente e do mundo. “Estamos satisfeitos pelo calor e apoio de alguns dirigentes e atletas, que puderam estar duas vezes nos Jogos Olímpicos e isso é um indicador de muito trabalho e muito sacrificio”, afirma.

Angola não teve sucessos no último campeonato realizado em Novembro, na Tunísia, isso por falta de apoios e preparação. “Só faltou mais apoio. Na Cote DIvoire, em 2010, tínhamos conseguido 14 medalhas entre seis de ouro e outras de prata e bronze”, revela. Hoje pratica-se canoagem essencialmente na Baía de Luanda.

“Temos uma Baía fantástica e isso pode impulsionar a modalidade e até mesmo o turismo”, assegura. Diferente, por exemplo, da natação ou da ginástica em que a criança entra muito mais cedo em contacto com a modalidade, na canoagem chega-se muito mais tarde, a partir dos 13 ou 14 anos. “É necessário força muscular suficiente para fazer movimentos na água. Em termos físicos a canoagem é um pouquinho exigente”, conta.

“Filho de peixe, peixe é!” Embora tenha sido introduzida recentemente no país, a canoagem passou a ser muito disputada por filhos de pescadores e navegadores da Ilha de Luanda. O universo dos atletas de canoagem é maioritariamente de nascidos na Ilha e a aprendizagem torna-se, para estes, muito mais fácil. “Estes atletas já estão familiarizadas com a água. Sabem nadar, dominam o meio aquático e têm já uma habilidade em aprender facilmente a modalidade. Eles apenas dão sequência às actividades que os seus pais já faziam”, declara.

Na modalidade, as pessoas que chegam de outros locais que não a zona ribeirinha levam muito mais tempo a aprender. Parece simples, mas aprender a remar torna-se mais dificil que andar de patins ou de bicicleta.

O primeiro destaque angolano na modalidade foi conquistado por Fortunato Luis Pacavira. Natural da Ilha de Luanda é o maior canoísta da história do país. Foi em 1999 queo atleta se iniciou no Clube Naval e soma muitos títulos de canoagem. “Consegui carimbar o passaporte para quatro campeonatos africanos, dois campeonatos do mundo, três copas do mundo. Uns jogos pan-africanos e dois jogos olimpicos. Espero fazer muito mais”, admite Fortunato Pacavira.

Outros atletas destacados na modalidade são Luís Cabral e Ilídio Janota, sendo o primeiro deficiente físico e o segundo o mais novo na modalidade. Ilídio, mais conhecido por “Fufu“, é o atleta mais novo. Com apenas 12 anos começou a práticar este desporto. Atleta do Naval, já sonha chegar às olimpíadas. “Vou treinar muito e dar sempre o meu melhor para chegar lá”, promete. Já Luís Cabral pratica canoagem por influência de outros colegas e já o faz há um bom par de anos. “Ainda tenho algumas dificuldades, principalmente em deitar o barco por causa da minha condição física, mas com o passar do tempo vou superando todos os obstáculos“, indica.

Luís já participou nos jogos africanos, e espera participar nos Jogos Olímpicos e pretende ainda continuar na seleção nacional. Estes jovens treinam todos os dias. Parar é proibido. Nos clubes que frequentam, ganham bolsas de estudo que garantem o futuro.

Os bons resultados conquistados pela canoagem angolana nos últimos anos não se restringem apenas às conquistas dentro d´agua, mas também ao esforço que estes “filhos de peixe” fazem na água. O que se faz? A Federação começou agora a receber apoio do Governo. “Dentro da nova estratégia de desenvolvimento do desporto, foi eleita como modalidade prioritária no país. Estamos satisfeitos. Isso justifica os 14 anos de muito trabalho. Já faltava este reconhecimento”– conta Francisco Freire.

As dificuldades que impediam a realização da programação de preparação dos atletas está quase superada. A Federação angolana de desportos náuticos acredita que a canoagem é realmente um desporto em que vale a pena apostar. “Hoje, a nível da África, temos cerca de 30 país filiados na Federação e estes 30 países estão a invesficientetir. Nós, Angola, com os planos de água que temos e com os meios que dispomos em termos de recursos hidricos, temos tudo para ser uma referência. O maior fabricante de caiaques do mundo é por sinal um angolano, residente em Portugal. Nelo é uma marca de sucesso e tem boas relações com a Federação. Há um projecto de fabricação e industrialização de caiaques e canoas. Se tudo correr bem, ainda este ano, vamos fazer 60 embarcações entre canoas e caiaques. Teremos também um técnico da fábrica do Nelo que vai dar um curso de fabrico de embarcações aos atletas e todos interessados. Com isso esperamos abrir novos clubes” – revela.

O objectivo é trazer uma medalha de ouro dos jogos olimpicos. “Os nossos atletas são dos melhores em África e eles têm a capacidade de conseguir as qualificações olimpicas”, afirma, confiante, Heraclito Guimarães, director desportivo do Clube Naval.

Mwana Afrika – Novo Jornal