Desporto & Eleições – A opinião de Mário Santos

Jornal A Bola, 11/09/2015 – sem link

O debate político televisionado dos candidatos a Primeiro-Ministro em muito se assemelhou a uma grande competição desportiva: a preparação, as previsões, os comentários e as várias leituras dos resultados. Nada faltou. Mas desenganem-se quem se atreva a associar isso a um papel fulcral do desporto no nosso quotidiano.

Infelizmente, neste debate, e à semelhança do que tem sido habitual nas recentes campanhas eleitorais, as únicas referências à temática do desporto são os formatos de programas, entrevistas e suas preparações. Assemelham-se aos abundantes programas de comentário desportivo/futebol e transmissões de jogos.

Sem visão estratégica, os líderes têm relegado nos seus programas eleitorais o desporto para meras linhas programáticas vagas, esquecendo-se que é um dos pilares estratégicos de um projeto social de sucesso, a todos os níveis – basta consultar os ratios desportivos dos países mais avançados socialmente.

Num momento em que muito se fala de “fazer contas” – as demonstrações, a sustentabilidade – não vemos um único objetivo quantificado. Atiram-nos invariavelmente com as mesmas generalidades, mais ou menos requentadas.

Seria mais avisado determinar objetivos claros. Não chega querer mais pessoas a praticar desporto, com maior frequência, pessoas mais ativas, melhores resultados e a articulação com o desporto escolar: esta é a HORA de determinar quantos temos e quantos queremos ter.

O Eurobarómetro revela que em Portugal apenas 4% da população pratica desporto ou atividade física num clube, quando a média europeia é de 12%. O que pensam disto os candidatos a Primeiro-Ministro?

Mário SantosPresidente FPC 2004-2013 e chefe de missão JO Londres’2012

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