Rumo ao Rio – opinião de Mário Santos

Jornal A Bola, 21/08/2015 – sem link

Nos próximos dias disputam-se três campeonatos do Mundo em modalidades nas quais Portugal tem legítimas expectativas de bons resultados tendo presente a participação nos Jogos Olímpicos do Rio 2016: atletismo, canoagem e judo.
Considerando vivermos num país com um dos menores rácios de prática desportiva, tendo em conta o número de atletas federados, termos aspirações a conquistar lugares de mérito em Mundiais em modalidades olímpicas – e a um ano dos Jogos Olímpicos – indicia que a nossa competitividade internacional é superior à nossa realidade desportiva.

Os resultados vão certamente ter eco na opinião pública. Com a habitual desenvoltura, muitos opinarão sobre os resultados sem sequer saber distinguir uma modalidade olímpica de não olímpica e a densidade competitiva que tal diferença pressupõe. Vão suceder-se os elogios e as criticas, quantas vezes sem saber se um segundo, um centímetro ou um ponto constituem uma diferença abissal ou apenas estão na margem de erro aceitável dentro da imprevisibilidade da competição.
Este desconhecimento no grande publico é aceitável e até comum na maioria de países e modalidades. O mesmo não se poderá aceitar àqueles a quem recai essa análise técnica, sejam eles comentadores, jornalistas ou responsáveis pela gestão da preparação. Há a responsabilidade de ter presente quais são as características técnica da modalidade, o quadro competitivo internacional e quais eram as metas específicas.
Sem entrar em qualquer processo de desculpabilização, sejam quais forem os resultados, convém não esquecer que estes, por si, só não fazem dos atletas melhores ou piores pessoas, distingue-os por serem mais rápidos ou melhores do que os seus adversários num determinado momento.
Sorte e força aos nossos atletas que se prepararam para lutar pelo seu melhor resultado rumo ao Rio 2016.

Mário SantosPresidente FPC 2004-2013 e chefe de missão JO Londres’2012

Deixe um comentário