O Bronze num dia de várias emoções – Crónicas de Milão #Planetcanoe #canoagem #Milão2015

Novamente condições ideais para fazer canoagem, e seguramente hoje um dia cheio de emoções…

Logo pela fresca começam as várias discussões pelos resultados dependentes de outros resultados. Daqui a uns anos vamos ter matemáticos a calcular probabilidades de qualificação Olímpica… Conversas de bastidores: “Porque se o Dostal e o Pimenta apurarem o k4, abre para…” E se… entra também o…”. Para muitos a presença na final B passa a ser uma possível final A, pelas possibilidades, ainda que por vezes remotas, de ser repescado pela recolocação de vagas. Confusos? Não, por aqui a coisa é bem pior…

Mas voltando às competições, começamos o dia com as Finais B (e C quando existiam). A primeira que nos deixa muito atentos é a Final B do k1 1000m, que numa situação extrema de recolocação de vagas poderia dar um passe para o Rio 2016. Nesta o Belga Artur Peeters leva a melhor sobre um Francisco Cubelos (ESP) que aparentemente levava algumas algas no leme no final. Cubelos foi o mais rápido nos últimos 250m, passando da 7ª posição para o 2º lugar e com margem mínima para a vitória. Emocionante…

Entretanto passamos para os 200m e o k2 masculino, onde a Final B tinha algumas presenças que tudo indicavam poder ter estado na Final A (Espanha, Itália, etc). Vencem os espanhóis para desalento dos Italianos que se ficam pela 2ª posição e no 11º posto da geral.

E finalmente na comitiva Portuguesa começamos a demonstrar algum nervosismo, até porque se aproximavam as principais competições. A primeira a entrar em prova foi a Teresa Portela, que nos representava no k1 500m. Depois de uma excelente partida denotou-se alguma abaixamento de ritmo na Teresa que a levou a entrar na última posição na linha de meta. Talvez já tranquila pela qualificação Olímpica e a pensar no k1 200m que viria mais adiante. No entanto de realçar a excelente prestação na semifinal que a levou a esta final.

Voltamos a pedalar mas desta vez até aos 1000m, onde estavam já a preparar a largada do Fernando Pimenta. Sem comentários… Até a minha camisola da Equipa Nacional eu perdi de tanta emoção. Quem seguiu em bicicleta ia emocionado pois a coisa parecia ir a “correr bem”… Nos últimos 250m o Fernando faz uma subida que parecia indicar que poderia… Mas o Poulsen acabou rapidamente com esse sonho e o Fernando acabaria mesmo por ser ultrapassado pelo Josef Dostal (Rep Checa) nos metros finais. 3º lugar final soube a pouco pelo que o Fernando fez, mas alguns estávamos aos pulos de alegria…A primeira medalha de bronze de Portugal num Mundial de k1 1000m. Agora outra destas só em 2017… Mas com a certeza que vai ser melhor…

Passamos novamente para os 200m pois era a vez do Hélder Silva remar a final do C1 200m. Depois de uma largada fabulosa e estando mesmo a lutar com os melhores, acabou por ser ultrapassado por vários adversários, tendo terminado na 8ª posição que não lhe dá acesso ao Rio 2016 neste Mundial. No entanto restam 2 vagas Europeias no próximo ano que temos a certeza o Helder vai conseguir obter uma delas. De realçar que a medalha de Bronze vai para…um atleta que rema C1 1000m!!! Isaquias Queiroz do Brasil decide remar o C1 200m para tentar obter a vaga do Brasil nesta distância (ele já tem garantida a vaga no C1 1000m como país organizador), e obtém a medalha de bronze…Festa no Brasil!!!

Algures aqui pelo meio assistimos a uma situação caricata. A final de k2 200m masculinos seria repetida depois de uma falsa largada que quase ninguém parou… Na final iriam ser o Húngaros a vencer, relegando a Rússia para a segunda posição.

Chega a hora do k2 1000m. Italianos com uma largada fulgurante mas que se revela um pouco suicida. Viriam a terminar em 8º e fora dos lugares de qualificação. O famoso sprint final alemão viria a ser decisivo relegando os Australianos para a segunda posição e a Sérbia para o 3º lugar.

Descansamos um pouco as pernas de tanta emoção e bicicleta, e passamos à emoção dos 200m com as semifinais.

Imediatamente entra em acção a nossa Teresa Portela. Um brilhante 3º posto, mas insuficiente no tempo para o apuramento como melhor tempo.

Começávamos já a pensar na semifinal do k4 1000m masculino, mas ainda havia tempo para emoções e surpresas. k1 200m masculino semifinais. Grandes nomes da distância a ficarem para Finais B (Campeão Olímpico Edward Mckeever) e Finais C (Saúl Craviotto de Espanha e Marko Dragosavljevic da Sérvia).

Chega a hora da tão esperada semifinal do nosso k4. Depois de uma largada algo mais cuidadosa da de ontem das eliminatórias, conseguem vencer e mostrar um excelente controlo da prova. Temos barco para a final… Para alegria pessoal a Espanha também se classifica para a Final A.

Chega para nós a última prova do dia com o k4 500m feminino. Primeiros 250m na frente e as nossas emoções a virem ao de cima com esta surpresa. No entanto viriam a fazer o 7º tempo nos últimos 250m, relegando-as para a 4ª posição por… 0.018″!!! Foi tão pequena a distância que separava o acesso à Final A, que alguns estávamos incrédulos no que acabávamos de ver… Afinal relegadas para a Final B!

Por isso um dia cheio de emoções positivas e menos positivas, mas com Portugal a mostrar que como equipa é dos mais respeitados. Como exemplo volto a referir que a potência (económica) da Equipa da Casa (Itália) não colocou nenhum barco nos lugares olímpicos.

Amanhã emoções finais…