Nova agenda [Olímpica] – A opinião de Mário Santos

Jornal A Bola 20/03/2014 – sem link

A corrida à organização dos Jogos Olímpicos de Verão de 2024 está aberta. A Alemanha através da confederação olímpica alemã confirmou a escolha de Hamburgo em detrimento da capital Berlim.

A Agenda 2020 implementada pelo Comité Olímpico Internacional (COI) parece começar a surtir efeito, e esta escolha é um bom exemplo. A escolha terá tido como um dos fatores determinantes o apoio dos habitantes de Hamburgo. Uma sondagem apurou que em Berlim apenas 55% da população apoiava a candidatura da cidade e em Hamburgo 64%. Além deste fator, outro foi a possibilidade da candidatura prever a reutilização de muitos equipamentos já existentes. Contudo esta decisão vai ser sujeita a um referendo local para obter a aprovação dos seus habitantes.

Também a organização dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 implementou, recentemente, uma série de mudanças nos locais de competição com a reutilização de muitos equipamentos já existentes e que importaram uma redução de custos de 890.000.000 €. Originalmente 85 % das instalações foram projetadas num raio de oito quilômetros da Aldeia Olímpica.
As mudanças não ficarão por aqui e já se prevê que, dos 27 locais propostos inicialmente, apenas 17 se manterão e 10 serão alterados permitindo o reaproveitamento de instalações já existentes.

Relembro que às questões económicas se somam as questões ambientais, pois muitas destas novas construções tinham a oposição da população que questionava a sua sustentabilidade, o seu custo, o impacto ambiental que acarretavam.

Se muitos eram cépticos quanto aos efeitos da nova política subjacente à Agenda 2020, estamos perante sinais claros que a mesma começa a produzir efeitos. Como referiu o Presidente do COI Thomas Bach “era mudar ou ser mudado”.

O desporto nacional pode contribuir para mudar dando o exemplo com reformas que nos motivem a dar o nosso melhor, ter prazer ao tentá-lo, enfrentando o futuro com a ambição de sucesso, sob pena de sermos mudados por um grupo de funcionários estrangeiros.

Mário SantosPresidente FPC 2004-2013 e chefe de missão JO Londres’2012

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