Inês Esteves junta-se a Carlos Marques na seleção da Turquia #canoagem #Turquia #Portugal

A canoísta Inês Esteves vai representar em 2015 a seleção da Turquia, juntando-se ao igualmente ex-internacional português Carlos Marques, que, também `tapado´ na equipa das `quinas´, aceitou em 2014 o convite para representar aquele país.

Inês Esteves, de 24 anos, partiu em outubro com a frustração de entender que merecia mais: “Faço parte da seleção desde 2005, fui uma atleta sempre assídua em estágios, com alguns altos e baixos, mas sempre me levantei e nunca baixei os braços, pois é realmente canoagem que gosto de fazer. Sempre lutei, no entanto, nunca me deram a devida oportunidade.”

Em declarações à Lusa, o vice-presidente da federação e diretor técnico nacional, Ricardo Machado, descarta qualquer responsabilidade nas opções – “em momento algum lhes dissemos que não contávamos com eles” – e assume que a federação “não tem capacidade financeira para lhes oferecer as mesmas condições de outros países”.

“Independentemente do nível competitivo e dos objetivos desportivos definidos, qualquer seleção nacional baseia-se no topo da pirâmide desportiva. Não sendo possível a participação de todos os atletas, há naturalmente necessidade de escolher os melhores, em consequente detrimento de outros”, justificou.

Apesar de entender a “natural frustração” dos atletas, Ricardo Machado recorda “tudo o que a federação lhes proporcionou ao longo de vários anos” e insiste que a política desportiva da canoagem na última década “tem sido a mais bem-sucedida em Portugal”: “Só em 2014 conquistamos 18 medalhas entre Europeus e Mundiais.”

“A nossa equipa técnica já deu provas de que faz bem o seu trabalho, por isso, tem a nossa total confiança, em todas as opções que toma”, insiste o dirigente.

Mais novo, Carlos Marques partiu há um ano resignado à competitividade do grupo: “A seleção de Portugal tem as vagas ocupadas para os próximos oito anos. O nível da equipa neste momento é muito alto para atletas jovens como eu terem uma oportunidade. A situação económica do país também não permite dedicar-me a tempo inteiro à modalidade, preciso de um emprego. Na Turquia posso concentrar-me apenas na canoagem.”

Além dos portugueses, a Turquia está a apetrechar a seleção com canoístas de vários outros países, incluindo da Hungria, a maior potência da modalidade.

“O nível alcançado até ao momento, por um lado, e as restrições financeiras, por outro, impõem essa criteriosa seleção dos atletas para disputar as competições internacionais. Acedemos a que representassem outro país, apenas porque não queremos cortar-lhes o sonho internacional, completou Ricardo Machado.

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