Prata histórica a caminho do Rio – Destaques de 2014 #canoagem #ICFPlanetCanoe

Foto: A tripulação portuguesa do K4 1000 com a equipa técnica (Hélio Lucas e “Chalana”)

Depois de um período a navegar em águas turvas, com o conflito que opôs os atletas Fernando Pimenta e Teresa Portela à Federação (FPC), a paz voltou à modalidade e com isso os resultados surgiram com normalidade e com a qualidade que a canoagem portuguesa já nos habituou.

Em mais um ano de muitos sucessos, há dois momentos que se destacam particularmente: a conquista, em Moscovo, da medalha de prata pelo K4 1000, composto por Fernando Pimenta, Emanuel Silva, João Ribeiro e David Fernandes, e as seis medalhas alcançadas no Europeu, sendo que uma delas foi o título de Emanuel Silva e João Ribeiro no K2 500, isto depois de no ano anterior a dupla ter sido campeã do Mundo.

A aposta da Federação portuguesa, em termos masculinos, é manter o K4 ao mais alto nível para chegar aos Jogos Olímpicos do Rio’2016, cujo apuramento vai acontecer no Mundial de 2015, em agosto, em Milão. Falhou por pouco a presença em Londres’2012 [11º lugar nos Mundiais] e os resultados alcançados nos últimos anos não deixam dúvidas quanto à qualidade da embarcação.

Este ano foi vice-campeã do Mundo, mas já por três vezes tinha chegado ao pódio em Europeus: 2011 (ouro), 2013 (prata) e 2014 (bronze).

Outros destaques

Para além do ouro do K2 500 no Europeu, Portugal subiu em 2014 por mais três vezes ao mais alto lugar do pódio, todas na vertente de maratona e no Campeonato da Europa. Nuno Barros venceu em C1, Rui Lacerda em C1 sub-23 e José Ramalho em K1.

Já Teresa Portela foi quem mais brilhou no feminino, com dois bronzes no Europeu (K1 200 e K1 500), tendo 2014 registado os regressos de Beatriz Gomes e Helena Rodrigues.

Jornal Record, 28/12/2014 Ana Paula Marques [link só para assinantes]

#Canoagem: Pódios já são mais de 100 só em Mundiais e Europeus

Canoagem com progressão fantástica

O ano de 2014 veio confirmar a canoagem como uma modalidade vencedora. Nos últimos dez anos, conquistou mais de uma centena (112) de medalhas só em Mundiais e Europeus, tendo esta época a Seleção contabilizado 18 nas referidas competições, nas vertentes de velocidade, maratona e canoagem de mar.

Jornal Record, 28/12/2014

Foto: Emanuel Silva e João Ribeiro campeões europeus de K2 500 metros

Pista Olímpica de Slalom #Rio2016 vira Parque de Lazer sem atletas #canoagem #ICFslalom #PlanetCanoe

A polémica está instalada após as [insensatas] declarações do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes que, esta terça-feira, afirmou não existirem canoístas suficientes para usufruírem da obra, a mais complexa dos Jogos Olímpicos, após 2016, que tinha como legado virar uma opção de lazer e Centro de Alto Rendimento da modadlidade. Esta segunda opção, porém, será descartada se depender da vontade do prefeito do Rio, Eduardo Paes. Para o político, não há quantidade suficiente de canoístas no Rio de Janeiro. Os atletas brasileiros treinam num circuito em Foz do Iguaçu, no Paraná, que não possui os requerimentos olímpicos.

“Ninguém pratica canoagem slalom no Rio. Sei que vou comprar uma briga com a comunidade esportiva. Vou transformar aquilo em um complexo de lazer. Já tem até  lugar aonde vão ser instalados os toboáguas. Esse complexo de lazer vai atender a uma parte populosa do Rio: Ricardo de Albuquerque, Nilópolis e Deodoro”

Artigo completo em globoesporte.com

Bicampeão mundial sem um rim “convida” Pelé para a seleção de canoagem #canoagem #Braasil

Quando saiu do hospital, na semana passada, Pelé disse que deseja participar dos Jogos Olímpicos do Rio em 2016. A brincadeira do Rei do Futebol foi retribuída com um convite de outro brasileiro campeão mundial e, curiosamente, também sem um rim. O baiano Isaquias Queiroz, 20, bicampeão mundial de canoagem de velocidade (2013 e 2014), também teve um dos rins retirados, há cerca de dez anos, devido a uma queda sobre uma pedra e consequentes lesões internas. Já Pelé ficou sem o órgão nos anos 1970, no fim da carreira como jogador.

“Eu vi as notícias dizendo que ele estava no hospital por causa do rim [fez hemodiálise]. Agora somos parceiros de rim, um só, vou trazê-lo para remar junto comigo aqui na seleção”, brincou o canoísta que não tem privações físicas mas precisa cuidar mais da saúde devido à antiga cirurgia.

“Tenho que tomar muita água. Às vezes sinto dores no treinamento, na barriga. Não é muito incômoda, não. Mas preciso tomar bastante água e descansar. Não posso tomar muito Gatorade também. Comida não muda, como mais bagaceira do que eles”, conta.

Isaquias é o principal nome da seleção brasileira que treina, desde outubro, em Lagoa Santa, cidadezinha de menos de 60 mil habitantes na região metropolitana de Belo Horizonte. Ele é favorito a uma medalha nos Jogos Olímpicos de 2016, aqueles nos quais o mineiro Pelé deseja participar.

Ao lado do bicampeão mundial no C1 500 (canoa para um atleta na distância de 500 metros, prova que não é olímpica) treinam os canoístas Erlon Silva e Ronilson Oliveira (dupla nos 1.000 m) e Nivalter Santos (dos 200 m), todos também com chances de medalha na Rio-2016.

Isaquias coleciona, além dos títulos nos 500 m, um bronze, em 2013, nos 1.000 m (prova que está no programa dos Jogos do Rio). Ele quase foi ouro nesta mesma distância no Mundial da Rússia, neste ano. Caiu a poucos metros da chegada, quando liderava. Foi desclassificado.

Para manter Isaquias e os outros atletas com chance de pódio em 2016, o técnico espanhol Jesús Morlán escolheu levá-los para treinar em Lagoa Santa até os Jogos do Rio. Antes, o treinador que está no Brasil há um ano e oito meses, comandou a seleção na raia da USP e na represa de Guarapiranga, na capital paulista.

“A gente morava no centro do furacão, era uma bagunça arretada o trânsito. Aqui tá de boa, tudo perto. Tem mais tempo de treinamento”, diz Isaquias, que deixou três irmãos e uma irmã em São Paulo, além da mãe e da namorada em Ubaitaba, na Bahia.

Ele e os outros atletas da seleção de canoagem velocidade vão cumprir ciclos treinamento de oito semanas na cidadezinha mineira antes de cada folga para irem para casa. Eles moram juntos, em uma casa de dois andares, com piscina, cada um em um quarto, e têm o domingo inteiro livre. No restante do tempo, treino e descanso. Já o técnico costuma passar o tempo todo trabalhando, sem folga.

“Eu acho que ele vai ficar louco naquele quarto [onde montou seu escritório]. Ele fica o dia todo fazendo cálculo. Passa o final de semana escrevendo. A gente chama ele para sair mas ele fica, eu não conseguiria ficar assim, não”, conta Isaquias.

Já Nivalter, 27, e Erlon, 23, têm outros motivos para sentirem saudades da família no isolamento da pacata Lagoa Santa. Os dois estão “grávidos”. Nivalter está com a namorada grávida de sete meses, também em Ubaitaba, conhecida como “cidade das canoas”, na Bahia, onde as seleções de base do Brasil treinam. Ele tem outra filha, de 4 anos, mas com uma ex, que mora em São Vicente (SP), onde ele começou na canoagem.

No mesmo município onde fica o rio das Contas, o baiano Erlon vai visitar a mulher grávida de quatro meses neste Natal, depois de quase três meses de treinamento em Lagoa Santa. “Quando saí ela estava grávida de um mês, já bateu a ansiedade para ver a família”, afirma o canoísta, que tem uma filha de 12 anos.

Em São Vicente também está a família e a namorada de Ronilson, 24, com quem ele mantém contato pelo celular e via internet. “O foco é no treino aqui. No começo foi adaptação, agora está tudo tranquilo”, diz.

“A qualidade de vida que a gente tem aqui é ótima. Tudo é perto. Sem trânsito”, completa Nivalter.

“Temos a Bolsa Pódio [do governo federal, de R4 15 mil por mês], uma renda fixa e isso deixa o foco só no treino, só pensamos nisso”, conclui Erlon.

Fonte: http://www.otempo.com.br/

“Pagaiar é perfeito para nós” #ICFparacanoe #canoagem

Foto Mundial 2013 na Alemanha – Christian Mathes à dta.

Original aqui, traduzido para inglês no sportscene.tv

Os atletas Christian e Dominik Mathes falam com Claus Wotruba sobre o grande objectivo: Os jogos Paralímpicos de 2016 no Rio. Christian Mathes venceu uma medalha de bronze na Taça do Mundo. O atleta de Regensburg quer competir em 2016 nos Paralímpicos no Brasil.

Ir para a água competir num barco não é fácil para alguém sem limitações. Para alguém em cadeira de rodas deve ser ainda mais extraordinário?

Christian Mathes [CM]: Na verdade foi tudo uma coincidência. Fomos a uns eventos onde pessoas em cadeira de rodas podiam experimentar uma série de actividades: escalada, natação, navegação, jogar mini golf. Em 2011, a Tine Wilholm e o Peter Dietl, deram a experimentar a canoagem a utilizadores de cadeira de rodas. Gostei muito e vi que até tinha bastante jeito.

O que fazias antes dessa experiência?

CM: Muita coisa. Jogávamos um pouco de basquete em cadeira de rodas e outros desportos ocasionais. Mas não praticava um desporto de competição, nem sequer um desporto certo de actividade regular.

De onde surgiu a ideia de começar um desporto de competição?

CM: Surgiu de repente e foi bastante divertido. O alto-rendimento não exclui o factor diversão. E isso também se deve à fantástica equipa, aqui em Regensburg.

O momento não podia ser melhor. A paracanoagem vai entrar pela primeira vez nos Jogos Paralímpicos nos Rio 2016. Nessa altura isso ainda não era previsível ou não estava nas tuas aspirações, pois não?

CM: Nem por isso. Não tínhamos quaisquer expectativas ou objectivos. O nosso lema era: ir levando as coisas dia a dia. Depois as coisas foram surgindo. Nunca pensei que no ano seguinte estaria a competir no campeonato do mundo e ainda para mais ganhar uma medalha de bronze.

Parece que o Christian tem mais hipóteses de ir ao Rio?

Dominik Mathes: Isso é verdade (risos). Não sou tão rápido como o Christian mas fico contente por ele e desejo-lhe muito sucesso. Às vezes chateia estar a pagaiar sempre atrás dele mas também me motiva tê-lo à minha frente. É mais difícil quando não tens alguém a puxar por ti.

Então deve ser muito difícil para o Christian porque na Alemanha ninguém anda à frente dele?

CM: De tempos a tempos vou treinar a Munique onde, por vezes, tenho pessoas mais rápidas do que eu. O Dominik começou numa categoria diferente mas já recuperou muito em relação a mim.

Muita gente não sabe o esforço que está por trás disto, mesmo nos desportos paralímpicos.

CM: Envolve muitas pessoas. E não conseguíamos praticar sem essas pessoas. Eu tenho a melhor equipa da Bavaria. Há muitos que não têm a logística que eu tenho, com 2 treinadores e um colega de treino. É por isso que eu, ana Alemanha, tenho estado sempre um pouco à frente dos adversários. Infelizmente a minha equipa não compete internacionalmente. E, claro, o treino intensivo é a base de tudo isto.

Que tipo de treinos fazes?

CM: Claro que o treino de água é o mais importante. Na fase competitiva treino no Danúbio às quintas e domingos e vou para Munique todas as quartas-feiras. Lá, o treinador da região faz uma avaliação e faz correcções. E recebo um plano de treino de acordo com essa avaliação. Isso incluí, por exemplo, o treino de ginásio e de bicicleta adaptada. Há muito mais para além de pagaiar apenas. Eu, especialmente, tenho de treinar muito a força e resistência.

Já algumas pensaste competir em bicicleta adaptada?

CM: Para mim, pagaiar é perfeito. A maior parte da força vem da cintura para cima. Não consigo usar as pernas, apenas o tronco. Foi uma coincidência a Tine estar naquele evento e não um atleta de bicicleta adaptada.

Na água esqueces que tens uma limitação?

CM: Absolutamente porque aí não preciso das pernas.

DM: Nem sempre. Preciso de usar as ancas e por vezes o barco faz alguns movimentos e eu não consigo contrariar com as pernas. É por isso que tenho de ter cuidado.

De onde surgiu a vossa limitação?

É hereditário. Temos a mesma deficiência: espasticidade [distúrbio motor] nas pernas

Ao crescer com essa deficiência, sentiam falta de algumas coisas?

CM: Não, não sentia. Andámos ambos num jardim-de-infância normal, escola primária e secundária. Se não o tivéssemos feito também fosse mais perceptível ou nos afectasse mais.

DM: A nossa mãe sempre quis que crescêssemos a viver uma vida o mais normal possível. Nunca me hei-de esquecer quando me disseram que não poderia andar de bicicleta sem usar rodas especiais. Mas eu queria tanto andar de bicicleta e hoje em dia ambos conseguimos fazê-lo sem problema. Outras coisas como não poder jogar à bola, simplesmente aceitamos e pronto.

Levas a mal que, por vezes, o Desporto Adaptado seja desprezado ou não haja conhecimento suficiente sobre ele?

CM: É importante que apareça nas notícias. Se for publicado apenas nas revistas para pessoas com deficiência, manter-se-á apenas nesse círculo. Ficamos contentes por as nossas provas serem em simultâneo com as outras.

A Paracanoagem teve um grande crescimento, especialmente depois de se saber que faria parte dos Paralímpicos.

CM: Nos últimos anos o melhor tempo nos 200 metros melhorou 4 segundos por ano. Isto mostra que há uma grande margem de melhoramento do material e dos assentos. Isso também pode ser melhorado internacionalmente. Neste momento em alguns países, como no Reino-Unido, está a investir-se muito dinheiro. Chegam às provas com 2 autocarros para os atletas e montam grandes tendas com ergómetros. Na nossa equipa cada um tem o seu barco e nada mais. É por isso que os britânicos ficam normalmente nos 3 primeiros. Também é uma questão do material certo. Na minha disciplina o assento é o mais importante enquanto que os barcos são quase todos iguais.

Que chances tens de chegar ao Rio? É suficiente ser campeão da Alemanha, 4º classificado nos Mundiais de 2014 e medalha de bronze nos Mundiais de 2013 para entrar para a equipa nacional?

CM: É imprescindível terminar nos 6 primeiros no Mundial do ano que vem. Para além disso tenho de ser o melhor da Alemanha. Por essa razão são feitas selectivas. Quem vencer as selectivas e terminar os Mundiais em boa posição, consegue um lugar nos Paralímpicos. Assim a decisão só será conhecida no final do próximo verão.

O Christian tem mais possibilidades mas será que vamos ter outro Mathes no Rio também?

DM: Claro que quero ir. Quero tentar melhorar na outrigger. É o meu objectivo para o início do próximo ano. Na minha categoria, um atleta de nível mundial, ainda é alguns segundos mais rápido do que eu.

1º estágio de Paracanoagem #canoagem #ICFparacanoe

A Federação Portuguesa de Canoagem promove de 19 de Dezembro e até ao dia 21 o primeiro estágio da Equipa nacional de paracanoagem, com vista à preparação para o apuramento Olímpico para o Rio 2016.
O técnico Nacional Ivo Quendera, responsável pela paracanoagem, convocou para este primeiro estágio um total de  quatro atletas, com especial destaque para Norberto Mourão, em V1 e que já representou  a seleção nacional de Paracanoagem em Campeonatos da Europa e do Mundo.
O Plano de Alto Rendimento 2015 , já disponível prevê um conjunto alargado de estágios de preparação para esta categoria, ao longo de toda a época 2015 e ainda a participação no Campeonato da Europa, Taça do Mundo I e Campeonato do Mundo.
Atletas convocados:

Abraão Vieira – CNCrestuma
Francisco Cruz – CCPatos

Paulo Santos – CAMontijo

Norberto Mourão – CAMontijo

FPC PRESS