Jornal A BOLA – 18/4/2014 – Sem link
Em agosto, sob a égide do Comité Olímpico Internacional (COI), vão decorrer em Nanjing, na China, os II Jogos Olímpicos da Juventude (JOJ). Estes visam inspirar jovens de todo o Mundo. Estimula-los a participar no desporto, a superar-se constantemente e a adotar e viver segundo os valores Olímpicos. É um grande evento desportivo para competir, educar, participar. Um exemplo para enriquecer e influenciar os jovens atletas, conjugando o melhor do desporto, cultura e educação. Portugal participou nos primeiros Jogos Olímpicos da Juventude – Singapura2010 – com 19 atletas de 10 modalidades, conquistando três medalhas. Honraram-me na estreia enquanto Chefe de Missão. Estes Jogos são um exigente teste ao nível desportivo de cada país – assim o demonstra o elevado patamar competitivo. São encarados por muitas nações como uma fiel avaliação do trabalho realizado na identificação e potenciação dos seus jovens talentos. A maioria dos atletas de referência em Portugal (entre os quais os últimos medalhados Olímpicos Nelson Évora, Vanessa Fernandes, Fernando Pimenta e Emanuel Silva), destacaram-se cedo com resultados de mérito na categoria de júnior. A “escassez” de resultados nesta categoria (em 2013 só a canoagem conquistou uma medalha no Campeonato do Mundo em disciplina Olímpica, repetida nos Europeus – neste caso, acompanhada do judo e ténis de mesa) impõe a necessidade, de implementar o repetidamente anunciado projeto de identificação e desenvolvimento de jovens talentos, na direção das melhores práticas internacionais. Infelizmente, este teima em não sair do papel. Haja ao menos a determinação e empenho para alavancar as modalidades que brilharam com relevantes resultados internacionais. Os recursos para o alto rendimento – públicos ou privados – são escassos. Isso obriga a melhor gestão e à coragem de apostas estratégicas. A eventual ausência de resultados, objetivamente de relevo, deverá merecer, mais do que uma séria preocupação, uma profunda reflexão ao modelo vigente.
Mário Santos, Presidente FPC 2004-2013 e chefe de missão JO Londres’2012