Jornal A BOLA – 14/02/2014 – Sem link
O Comité Olímpico de Portugal e o Instituto do Desporto e Juventude celebraram o Contrato-Programa de Preparação Olímpica Rio 2016.
No pós-Londres 2012, uma das prioridades assumidas foi a definição de “objectivos desportivos quantificáveis” que permitam uma avaliação concreta e objectiva do trabalho e da eficiência do investimento.
No contrato em vigor foram fixadas taxas de concretização, a saber: 25% dos Atletas integrados no Nível 1, alcancem classificações de pódio; 50% dos Atletas integrados no Nível 2, alcancem classificações de finalista; e 80% dos Atletas de Nível 3, alcancem classificações de semifinalista.
Curiosamente, a definição e divulgação dos objectivos individuais ficou para a posteriori (prognósticos? Só depois dos Jogos). O Reino Unido, por exemplo, fixou como objectivo conquistar 66 medalhas no Rio 2016.
Os intervenientes neste contrato – COP e Estado – consagraram que o mesmo seria monitorizado e avaliado, em termos técnico-desportivos, por um conjunto de documentos/instrumentos de gestão que integrariam uma plataforma informática que permitiria às partes envolvidas a consulta online, plataforma esta cuja existência se desconhece e que é de fulcral importância para a monitorização e avaliação do Programa.
O Reino Unido, por exemplo, já realizou a Revisão Anual do Investimento ao seu Plano para o Rio 2016, com realocação de fundos de acordo com os resultados dessa avaliação.
Por fim, anuncia-se que o Programa de Preparação Olímpica deixa de ter interrupção e/ou descontinuidade, estendendo-se até 31 de dezembro de 2017. Ora se o dito Programa no seu final será avaliado, seria mais avisado avaliar e implementar alterações para o novo ciclo logo após os Jogos, não adiando até ao final de 2017, o que implica, novamente, que seja a a meio do ciclo que se defina o Programa para 2020.
A avaliação logo após os Jogos não implicaria qualquer hiato, caso as partes fossem diligentes e eficientes na sua tarefa.
Um projeto desta índole devia ser, obrigatoriamente, dinâmico – principalmente quando estamos longe daquilo que poderá ser a nossa capacidade de concretizar/atingir resultados de excelência – e com a cada vez maior responsabilidade de justificar o investimento público que financia este projeto na íntegra.
Espero que aqueles que estão no terreno, na sua busca da superação e da excelência, tenham uma real ambição olímpica.
Mário Santos, Presidente FPC 2004-2013 e chefe de missão JO Londres’2012