As ideias de… EMANUEL SILVA vs FERNANDO PIMENTA

ABANDONAR O BARCO: “Se existe alguma conversa a ter não sou eu que tenho de procurar alguém porque não fui eu que abandonei o barco, que me ausentei da equipa nacional ou que provoquei qualquer atrito”, Emanuel Silva

CONTRIBUINTES: “Os portugueses não podem ser sacrificados por guerras de ‘eu quero isto ou aquilo’. O País está numa situação económica muito difícil e nós somos pagos com o dinheiro dos contribuintes”, Emanuel Silva

ORGULHOSO: “Disse ao João [Ribeiro] na final do Mundial o que disse ao Fernando [Pimenta] na final dos Jogos: para descontrair que toda a gente estaria orgulhosa de nós, independentemente do resultado”, Emanuel Silva

POSIÇÃO FIRME: “Voltava a tomar a mesma posição, porque devemos estar bem. Mas, se calhar, não fazia as coisas da mesma maneira. Tentava falar mais um pouco internamente e chegar a um entendimento”, Fernando Pimenta

EMANUEL E O K2: “Nunca disse que não fazia K2 com o Emanuel. Se tiver oportunidade de fazer K1 gostava mas ainda temos muitas competições até aos próximos Jogos Olímpicos e muitas etapas de aferição”, Fernando Pimenta

BELISCADO: “A minha relação com o Emanuel se calhar ficou um bocado beliscada…Eu já lhe tinha dito que poderia abdicar do Mundial e do Europeu mas se calhar não foi claro”Fernando Pimenta

Das entrevistas a Edite Dias ao Jornal A BOLA, 28/01 e 29/01

OBJECTIVOS SEM MAL ENTENDIDOS – FERNANDO PIMENTA

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Fernando Pimenta está de volta ao grupo após seis meses e assume que persegue a vaga no K1, mas terá concorrência de todos os outros internacionais. Ditam as regras que a embarcação é para o mais rápido. Além da Taça de Portugal, as duas primeiras Taças do Mundo da temporada – 2 a 4 de Maio em Milão e de 16 a 18 na República Checa – vão ditar quem e como chegará ao Europeu – 11 a 13 de Julho na Alemanha – e ao Mundial – 7 a 10 de Agosto na Rússia. “Ainda não está definido quais são os meus objectivos para a próxima época. Estamos a iniciar a temporada e só mais para a frente, perto da selectiva ou das Taças do Mundo, começaremos a criar outros objectivos, quer a curto, quer a longo prazo. Com equipa toda junta, com tudo esclarecido para todos, para depois não haver mal entendidos”, assegurou o canoísta de 24 anos.

PIMENTA – NÃO FUI EGOÍSTA NEM PENSEI SÓ NO LADO FINANCEIRO

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Foto José d’Oliveira e Sousa

Seis meses após ter batido com a porta, insatisfeito com a falta de oportunidade para competir em K1, regressou à Selecção e ao convívio com Emanuel Silva, com quem ganhou a prata olímpica em K2. A seu lado tem o treinador Hélio Lucas e para chegar ao K1 é uma questão de pagaiar. Incólume não saiu a relação com Emanuel Silva.

– O Fernando Pimenta está de volta à selecção Nacional praticamente seis meses depois de ter saído em conflito. Parece bastante satisfeito por regressar e reencontrar os seus companheiros?!

– No primeiro dia foi quase como se fosse a primeira vez. Já não estava habituado a estar com os meus colegas. Desde Junho, mais ou menos, que não treinava com eles. Foi engraçado, é bom. Já tinha algumas saudades. Há sempre aquela picardia, mesmo nos treinos, que ajuda a melhorar, a mim e a eles.

 – Foi bem recebido?

– Sim, acho que eles também sabem que sou uma mais-valia para a equipa, porque como eles gosto de trabalhar pelos melhores resultados.

– Não receia que as pessoas pensem que esteve a fazer uma birra ou que só olhou para o aspecto financeiro da questão?

– Não se passou comigo, o mesmo que aconteceu no triatlo, em que 14 atletas que se juntaram por uma posição?! Eu fui o único a demonstrar que as coisas não estavam bem – quer dizer, houve mais uma atleta a demonstrar descontentamento [Teresa Portela]. Pode haver pessoas a pensarem que fui egoísta. Nunca olhei para o lado financeiro porque senão já teria feitos outras apostas há muito tempo. Por exemplo, não participámos no Europeu de 2012 e provavelmente poderíamos ter conseguido uma medalha e financeiramente um prémio. Mas abdicámos para nos focarmos nos Jogos. Acho que é mais do que visível que nunca foi o lado financeiro que me moveu.

– Teve, de facto, propostas para mudar de nacionalidade, ou foi uma forma de pressão?

– Nunca tive nenhuma proposta, nem nunca disse que tinha uma proposta. Sempre disse que seria apenas uma opção em caso extremo. Na verdade, se calhar, até preferia abandonar a competição do que fazer isso.

– Passou-lhe isso pela cabeça?

– Sim. Pensei em abandonar a competição. Mas depois tive o apoio dos amigos, do meu treinador e de alguns colegas que disseram que as coisas se haveriam de resolver. Os meus patrocinadores também foram muito importantes, pois mantiveram a confiança.

 – E agora que tem aqui o seu treinador na Selecção e pode competir em K1 se fo mais rápido, sente-se melhor na equipa?

– É diferente, trabalhar agora com estes dois técnicos [Hélio Lucas, o seu treinador, e José Sousa, treinador de Emanuel Silva]. É diferente para melhor. Nem consigo bem exprimir o que sinto. Sinto que o trabalho do meu treinador foi recompensado, mas o do José Sousa também.

– E acha que agora que viu as suas pretensões atendidas, a pressão será maior?

– Não sei. Mas trabalho de consciência tranquila. Faço sempre o meu melhor. Mantenho o meu trabalho e sou eu que imponho o nível de exigência juntamente com o meu treinador. Agora quero ir passo a passo, melhorando individualmente para ajudar também na parte colectiva, estar melhor e ajudar ainda mais.

– Como está a relação com Emanuel?

– Continuamos colegas, amigos… Acho que ele percebeu um pouco a minha posição. Já teve a hipótese de competir individualmente… Houve outros atletas na Selecção que confidenciaram que, provavelmente, fariam o mesmo, se tivessem uma oportunidade gostavam de competir individualmente.

– Nota alguma mágoa por parte do Emanuel quando se fala deste assunto? Acha que a vossa relação pessoal ficou beliscada?

– Se calhar ficou um bocado… Eu já lhe tida dito que poderia acontecer abdicar do Mundial e do Europeu. Não abdiquei do Europeu porque era em Portugal e senti-me na obrigação de estar presente e contribuir com o melhor resultado possível. Conquistei duas medalhas de prata. E depois as coisas aconteceram muito rápido. Se calhar houve uma pequena confusão e ele entendeu que eu não queria fazer K2 com ele e não é nada disso.

 – E já lhe disse isso?

– Não… Não cheguei a dizer porque houve ali uma ruptura grande…

– Mas é difícil voltarmos a ver o K2 de Pimenta e Emanuel Silva?

– Não, acho que não. Vai depender muito das provas, dos resultados. Já se viu que o João [Ribeiro] e o Emanuel têm bons resultados, sem esquecer o David e os mais novos. Podemos fazer boas tripulações que seja em K1, K2 ou K4. O importante é fazer bons resultados para Portugal.

Entrevista Edite Dias – Jornal A BOLA

PORTUGAL MELHOR DESTINO DO MUNDO PARA CANOAGEM

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Vista aérea Montebelo Aguieira Lake & Resort – Foto NELO Kayaks

A canoagem mundial muda-se para o nosso país a partir do próximo mês, alojando-se nos Centros de treino Nelo. São 700 atletas de alta competição por ano e um encaixe de dois milhões. A modalidade é uma fonte de receita turística que poucos conhecem.

Eles começam a chegar a partir da próxima semana. Só na barragem da Aguieira, e entre russos, polacos, eslovacos, checos e portugueses, irão atingir a centena. É o início dos treinos de água da maioria das grandes seleções e o principal destino está escolhido há vários anos: Portugal.

Os Centros de Treino Nelo, que começaram a surgir desde 2004 por iniciativa do maior construtor mundial de caiaques de competição, transformaram o nosso país num dos mais procurados em todo o mundo e de longe no preferido das equipas europeias durante o inverno. Ao longo do ano, somos visitados por cerca de um milhar de atletas de alta competição, aquilo que André Santos, responsável da Nelo, considera «um interessante nicho de mercado para o turismo». E que representa quase dois milhões de euros de rendimentos diretos!

«A ideia de criar centros de estágio não foi nossa, mas dos atletas que cá vinham buscar e fazer afinações das embarcações. Começaram a perguntar porque não criávamos condições para cá ficarem mais tempo», recorda André Santos. Foi assim que nasceu o centro de treino do Porto Antigo, em 2004, em Cinfães, «uma das mais espantosas zonas de Portugal, pela água do Douro e pelo clima», diz.

Atualmente, a Nelo tem centros em Castelo de Paiva, o maior deles na Aguieira, perto de Mortágua, um, mais a sul, em Vila Nova de Milfontes e abriu recentemente outro em Cuba. Curiosamente, o objetivo nem é o negócio. «O que ganhamos nos centros de treino é reinvestido neles. O nosso negócio são os barcos e tudo o resto é uma forma de aumentar a aproximação aos atletas. Quem vem a Portugal e utiliza um barco Nelo não só vai querer voltar como ficará cliente. Os russos estagiam no nosso país desde 2004, sem falhas», narra André Santos, deixando claro que é a sua empresa a aumentar as vantagens do nosso país face ao maior problema da canoagem: os barcos, com comprimentos a partir dos 5,20 metros, não andam de avião.

«Quem vem estagiar para Portugal tem transfer desde o aeroporto, 300 barcos nossos prontos a utilizar, 20 barcos a motor para os treinadores, hotéis com tarifas acessíveis – na Aguieira, onde se instalam num resort de luxo da Visabeira, pagam cerca de metade da tarifa -, ginásios preparados para atletas de alta competição e serviço de massagem. Em nenhum outro país existe algo assim. Somos os melhores da Europa», garante André Santos.

E também os mais procurados, acrescentamos nós, com Emanuel Silva, já com três Jogos Olímpicos no currículo, a concordar. «Na Europa não conheço nada igual. Se a prioridade for o bom tempo, nesta altura do ano podemos ter Cuba ou a Florida, mas são destinos caros. Aqui, mesmo de chuva, o tempo é sempre espetacular para uma equipa como a russa. E não faltam locais para escolher», garante.

Se Espanha e Itália também têm centros de treino bem conhecidos, André Santos garante que «não se comparam com Portugal, sobretudo porque aos outros falta um fabricante da dimensão da Nelo, que resolva os pequenos problemas dos atletas, e também porque em Portugal há sempre um aeroporto a uma hora de viagem; em Espanha, Madrid fica a quatro ou cinco horas».

Mas o responsável da empresa de embarcações não limita as vantagens do nosso país à canoagem. «O remo tem um projeto interessante em Avis e o Algarve enche com equipas de futebol. A alta competição enquanto componente turística é um mercado interessante e a que o país nem sempre dá atenção. Há pequenas falhas. Era preciso apoio, e nem falo de dinheiro. As barragens do Alentejo têm lençóis de água fantásticos, mas não permitem barcos a motor. Logo aí, impedem o treino de equipas de competição», alerta.

Diário Digital com Lusa

DIOGO LOPES VENCEU TROFÉU EM SUA HOMENAGEM

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Diário OnlineAlgarve

A 1.ª edição do Troféu Diogo Lopes, um triatlo de natação, corrida e canoagem, disputado este fim de semana, foi ganho pelo próprio atleta homenageado, o canoísta Diogo Lopes (Kayak Clube Castores do Arade).

A prova contou com distâncias de 400 metros de natação, 2500 metros (sub-14) ou 5000 metros de corrida e 2500 metros (kayaks turismo) ou 5000 metros de canoagem.
Diogo Lopes (KCCA) venceu na categoria absoluta, seguido de Diogo Fazenda (CN Milfontes), 2.º classificado, e de Paulo Sousa (O2 Triatlo), 3.º. Em sub-14, triunfou Iago Bebiano (KCCA), batendo Rita Ângelo (KCCA), 2.ª, e Gonçalo Rodrigues (Lagoa AC), 3.º.

Esta organização conjunta da Câmara Municipal de Lagoa e do Kayak Clube Castores do Arade realizou-se nas piscinas municipais de Lagoa, por entres as vinhas da Quinta dos Vales e no rio Arade.

Este evento teve como objetivo juntar atletas de várias modalidades para celebrar uma vida saudável mas competitiva, em homenagem a Diogo Lopes, que em 2013 conseguiu sagrar-se campeão europeu e vice-campeão mundial de canoagem, em K1 júnior 200 metros.

Resultados completos AQUI.